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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Frase
"A repetição pode transformar o falso em verdadeiro. Para evitar esse risco, esclareço que jamais disse uma frase que me vem sendo atribuída por alguns jornalistas, segundo os quais, no dia 3/6, antes da reunião com o presidente da República, eu teria dito que iria "dar um puxão de orelha no presidente". Essa frase não é de meu feitio, e eu não a disse porque: 1) não falei com jornalistas nem ao entrar nem ao sair da reunião; 2) a frase vai contra meus princípios políticos de incansável combate à indistinção entre o público e o privado na política brasileira. Tomando como acontecimento o não-acontecido, em sua coluna de 9/6, o jornalista Vinicius Torres Freire não só faltou à verdade como ainda se deu o direito de julgar de maneira ofensiva meu caráter e meu comportamento. Lamentável, para dizer o mínimo."
Marilena Chaui (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Vinicius Torres Freire - A crítica a Chaui ("abdica da condição de intelectual" e "comadre áulica") continua válida. A filósofa não contesta ter dito coisa como: "Adorei. Quando o Lula fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece". Quem "adora" é fiel em culto religioso ou "miss". Sobre mentir: Chaui falou, sim, com um repórter após a reunião com o presidente. Mas, se Chaui nega a autoria da frase, resta dizer que a citação no meu texto está errada, embora seja estranho que a filósofa tenha reagido a tal erro apenas após ter sido criticada.


Vacina décupla
"Lula lançou o milionésimo factóide em apenas cinco meses e meio de governo com esta: o protesto dos servidores equivale à Revolta da Vacina contra o inestimável Oswaldo Cruz nos idos de 1910. No meu entender, o governo precisa é aplicar a "vacina décupla", pois a tríplice já era: 1) anticorrupção, 2) antifactóide, 3) antipopulismo, 4) antiagiotagem, 5) antitraição política, 6) antiviagens duas vezes mais que FHC, 7) anti-FMI, 8) antilorotas, 9) antireformas mentirosas e 10) antiblablablá, na certeza da absoluta honestidade, integridade e patriotismo do presidente Lula. Mas é preciso gerar o primeiro emprego dos 12 milhões prometidos, senão a revolta não será dos servidores, mas de todo o povão atochado de factóides vírus."
João Diogenes Caldas Salviano (Recife, PE)


Felicidade
"Ao ler o artigo "Sem medo de ser feliz", de Otavio Frias Filho (Opinião, pág. A2, 12/6), lembrei-me de uma frase de Claude Julien, diretor do "Monde Diplomatique" nos anos 70, no livro que escreveu sobre os 200 anos da independência dos Estados Unidos ("Le Rêve et l'Histoire'). Referindo-se ao desempenho de Hamilton, um trabalhador portuário de origem, nos episódios da independência, Julien escreveu: "Les parvenus sont toujours pleins de zèles" (os que vêm depois são sempre mais zelosos)."
José Aníbal, presidente nacional do PSDB (Brasília, DF)

 

"Lamentável o artigo "Sem medo de ser feliz", escrito por Otavio Frias Filho, a respeito do presidente Lula. O colunista tem todo o direito de discordar de todas as políticas e decisões do governo. Entretanto é, no mínimo, inadmissível que um colunista que goza de tamanha credibilidade afirme que o presidente "não tem condições intelectuais de se contrapor a assessores mentalmente colonizados pelos adversários...". Quero aqui registrar a minha enorme indignação e repulsa a esse tipo de comentário. Afinal, quem é ele para julgar se alguém tem ou não "condições intelectuais" para alguma coisa? Por favor, vamos elevar o nível de idéias e argumentos para, pelo menos, atingir o nível mínimo do respeito, da decência e da dignidade!"
José Renato Camargo de Carvalho (Campinas, SP)


Banestado
"Com relação à reportagem que mostra que o Planalto articula fim da CPI do Banestado, gostaria de dizer que me causa profunda decepção saber que o governo federal tenta mais uma vez impedir a CPI do Banestado. A justificativa de que essa CPI irá "prejudicar as reformas" é a mesma que FHC apresentou em várias oportunidades, quando o país poderia ter colocado às claras escândalos que, como esse, deveriam ser investigados com rigor. Essas reformas não irão produzir resultados se as autoridades não se dispuserem a estancar o ralo da corrupção."
Matheus Teodoro da Silva Filho (Curitiba, PR)


Previdência
"Por que os colegas da Folha não sugerem a Valdo Cruz a organização (em sindicatos, confrarias, agremiações etc.) dos 2,5 milhões de desempregados do país e das "9,3 milhões de famílias que vivem com menos de meio salário mínimo por mês'? Valdo, "defensor" dos fracos e oprimidos, não deveria querer oprimir os funcionários públicos por ser impotente para desoprimir os demais. Deveria queixar-se ao FMI e à banca internacional, que oprimem e imobilizam o país. Deveria deixar os funcionários públicos lutarem pelos seus direitos (eu disse "direitos'). Se ele não que ajudar uma classe que está em via de ser sacrificada por imposição dos "mercados", deveria lembrar-se do ditado que diz: "muito ajuda quem não atrapalha"."
Gelson Manzoni de Oliveira, servidor público federal (Santa Maria, RS)

 

"Em relação à coluna de Valdo Cruz de ontem, intitulada "Em nome de quem?", digo apenas uma palavra: "Parabéns"."
Adilson Martins dos Anjos (São Paulo, SP)

Cultura
"Com referência à reportagem "A meio tanque" (Ilustrada, pág. E1, 11/6), gostaria de esclarecer que não fui consultada sobre minha posição a respeito das novas regras de patrocínio para projetos de cinema. Não obstante, meu nome aparece em lista de "cineastas que criticaram as novas regras de patrocínio do governo Lula" em box de destaque com o título "Contra Mudanças". Mais grave do que não ter sido consultada é o fato de já ter me manifestado a favor das mudanças. Isso não significa que todas as pessoas envolvidas no meu filme compartilhem da mesma opinião. Falo em meu nome e em nome de Teresa Aguiar, que assina comigo a direção do filme "A Ilha do Terrível Rapaterra". Sou favorável às regras de patrocínio cultural das estatais, que incorporam o item "contrapartida social" como um dos critérios de seleção. Critérios sempre existiram e continuarão a existir, por que rejeitar a contrapartida social de recursos oriundos de renúncia fiscal? Ser apontada como cineasta "contra as novas regras" vai contra minha atuação profissional até hoje. Sou uma antropóloga, que utiliza o audiovisual como instrumento de trabalho, e não como finalidade em si mesmo."
Ariane Porto, roteirista e diretora do longa-metragem infantil "A Ilha do Terrível Rapaterra" (São Sebastião, SP)

Nota da Redação - O filme foi citado na reportagem por ser produzido por Assunção Hernandes, presidente do Sindicato da Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo, que se manifestou contrária às mudanças nas regras de patrocínio do governo federal. O produtor é a pessoa responsável pela captação de recursos para a realização de um filme.


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