São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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AJUSTE EXTERNO

A balança comercial brasileira apresentou um saldo positivo de US$ 3,8 bilhões nos primeiros sete meses do ano. Em 12 meses, o superávit atingiu US$ 6,4 bilhões. A melhora no comércio exterior auxilia o ajuste nas contas externas, reduzindo as necessidades de financiamento do déficit em conta corrente, que deverá ser coberto por investimento estrangeiro direto.
As exportações caíram 7,7%; mas as importações diminuíram 19%. A despeito da queda nas exportações, há sinais positivos. As vendas ao exterior de celulares fabricados no país aumentaram 68%. Outros setores, tais como têxteis, automobilístico, químico e tratores, também ampliaram seus embarques.
A desvalorização da moeda brasileira explica uma parte da expansão. Mas, antes tarde do que nunca, começam a aparecer os resultados de políticas de expansão das exportações. Surgem novos setores exportadores, bem como conquistam-se novos mercados. Além disso, promete surtir efeito a maior agressividade das autoridades em negociar acordos comerciais, como o pacto com o México e o do setor têxtil com a União Européia.
A contração das linhas de crédito comercial pode ameaçar o desempenho do setor exportador brasileiro. Assim, a idéia anunciada pelo Banco Central de disponibilizar linhas de crédito específicas para o financiamento do comércio exterior, além dos leilões de linha de crédito externo que vinha realizando, faz todo sentido. Os recursos obtidos com o Bird e o BID também poderiam reforçar essas linhas de crédito.
A instabilidade cambial, que voltou a contaminar o mercado financeiro, encurta dramaticamente o horizonte das decisões de investimento. Ela precisa ser minimamente contida. Como esta Folha vem defendendo, a redução da instabilidade cambial passa pela obtenção de superávits comerciais crescentes. A consecução desse objetivo requer a garantia das linhas de crédito comerciais pelo BC, pois elas hoje estão escassas no sistema bancário privado.



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