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AJUSTE EXTERNO
A balança comercial brasileira
apresentou um saldo positivo
de US$ 3,8 bilhões nos primeiros sete meses do ano. Em 12 meses, o superávit atingiu US$ 6,4 bilhões. A
melhora no comércio exterior auxilia
o ajuste nas contas externas, reduzindo as necessidades de financiamento do déficit em conta corrente,
que deverá ser coberto por investimento estrangeiro direto.
As exportações caíram 7,7%; mas
as importações diminuíram 19%. A
despeito da queda nas exportações,
há sinais positivos. As vendas ao exterior de celulares fabricados no país
aumentaram 68%. Outros setores,
tais como têxteis, automobilístico,
químico e tratores, também ampliaram seus embarques.
A desvalorização da moeda brasileira explica uma parte da expansão.
Mas, antes tarde do que nunca, começam a aparecer os resultados de
políticas de expansão das exportações. Surgem novos setores exportadores, bem como conquistam-se novos mercados. Além disso, promete
surtir efeito a maior agressividade
das autoridades em negociar acordos comerciais, como o pacto com o
México e o do setor têxtil com a
União Européia.
A contração das linhas de crédito
comercial pode ameaçar o desempenho do setor exportador brasileiro.
Assim, a idéia anunciada pelo Banco
Central de disponibilizar linhas de
crédito específicas para o financiamento do comércio exterior, além
dos leilões de linha de crédito externo que vinha realizando, faz todo
sentido. Os recursos obtidos com o
Bird e o BID também poderiam reforçar essas linhas de crédito.
A instabilidade cambial, que voltou
a contaminar o mercado financeiro,
encurta dramaticamente o horizonte
das decisões de investimento. Ela
precisa ser minimamente contida.
Como esta Folha vem defendendo, a
redução da instabilidade cambial
passa pela obtenção de superávits
comerciais crescentes. A consecução
desse objetivo requer a garantia das
linhas de crédito comerciais pelo BC,
pois elas hoje estão escassas no sistema bancário privado.
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