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ELEIÇÃO SECUNDÁRIA
Para quem assistiu ao debate
entre os candidatos a governador do Estado de São Paulo, na TV
Bandeirantes, a impressão que restou foi a de um encontro algo caótico, protagonizado por figuras em
sua maioria pouco conhecidas e mal
preparadas. Nove candidatos participaram do programa, o que tornou as
intervenções de cada um muito restritas e pulverizou demais as falas
dos principais pleiteantes.
Registre-se que o argumento do excesso de candidatos no debate não
serve como justificativa para a ausência, deplorável, do pepebista Paulo
Maluf, líder nas pesquisas. Isso porque a assessoria do ex-prefeito da capital há dois meses vinha participando das reuniões que decidiram as regras do programa. Maluf informou
que não participaria do debate 48 horas antes do evento.
O debate foi monótono: todos criticavam o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e o governador, na medida em que o tempo permitia, tentava defender-se. Fora o confronto entre Fernando Morais (PMDB) e Alckmin, o restante do tempo ficou, praticamente, tomado pela intervenção
de candidatos "nanicos".
Um debate com nove participantes
dificilmente é produtivo para o espectador. Foram poucas as chances
que tiveram os candidatos mais
competitivos de defrontar-se. Entende-se a preocupação que tiveram os
organizadores do debate de não correr riscos na Justiça, mas o resultado
acabou sendo pior do que o do debate entre os quatro presidenciáveis, no
domingo anterior.
O segundo aspecto a lamentar é o
calendário eleitoral, que faz coincidir
o pleito presidencial com o dos governadores de Estado, relegando as
disputas locais a um inevitável segundo plano. A esse respeito, seria
interessante estudar, até, uma mudança de datas para que essa coincidência deixe, no futuro, de sequestrar atenção de eleições importantes
como a de governadores.
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