São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Entender, querer, fazer
JOSÉ SERRA
Outra pequena parte dos brasileiros tem saudade dos velhos tempos da ditadura e a especialidade de bloquear mudanças, buscando se perpetuar e manter o atraso, é sua principal fonte de poder. Aqueles dois ou três minutos em que cada cidadão do andar de baixo estará na cabine de votação podem romper o bloqueio. Por isso, essa gente perturba o processo eleitoral, inventa candidaturas e acusações, espalha boatos, forja dossiês e as mais esdrúxulas alianças. A embalagem é nova, um embrulho para presente, o trio elétrico toca músicas modernas e as fantasias são bem coloridas. Só o beija-mão revela como tudo deve ser diferente, desde que tudo continue como está. Por isso, não basta entender. É preciso querer. Como seria possível mudar o Brasil que temos? Como ir além da estabilidade duramente conquistada e preservada pelo governo Fernando Henrique, uma vitória importante para os excluídos sociais, porque eliminou a inflação corrosiva dos baixos salários, tornou o real tão valioso no primeiro dia do mês como no último? Como ir adiante no aprofundamento de políticas sociais na educação, na saúde e na proteção social de forma inovadora e abrangente? Com essa pergunta, mobilizamos mais de cem das melhores cabeças do país em todas as áreas, para prepararmos juntos um programa de governo. Os brasileiros que querem mudar o Brasil -inclusive eu e mais um candidato presidencial- já o conhecem ou poderão conhecê-lo, através de jornais, revistas e do site www.joseserra.org.br. Mesmo entendendo e querendo, para fazer é preciso ter experiência e determinação. Tenho 40 anos de vida pública, de presidente da União Nacional dos Estudantes a senador da República, com passagens pela Secretaria de Planejamento de São Paulo, Assembléia Nacional Constituinte, Câmara dos Deputados, Ministério do Planejamento e Ministério da Saúde. Nunca fui acusado do menor deslize com o dinheiro público. Ninguém contestou minha dedicação nas funções que exerci, nem a minha solidariedade com as aspirações e os interesses do andar de baixo, da maioria dos brasileiros. Entendo, quero e sei como fazer para construir um futuro em que o Brasil não precise mais fazer acordos, mesmo bem feitos, com o Fundo Monetário Internacional, mantenha a estabilidade econômica e, através de mudanças pacíficas e inteligentes no rumo da justiça social, ofereça melhores oportunidades a todos os seus filhos e reduza a desigualdade. Sou o único candidato presidencial cujo programa de governo garante que as mudanças cheguem a todos e a cada um. Pense nisso, leitor eleitor, durante aqueles dois ou três minutos em que você e mais 115 milhões serão donos do Brasil. José Serra, 60, economista, é senador pelo PSDB-SP. Foi deputado federal pelo PMDB-SP (1986-88), pelo PSDB-SP (1988-94) e ministro do Planejamento e da Saúde (governo Fernando Henrique). É candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PMDB. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Aloizio Mercadante: Não dá para esperar Índice |
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