São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Prefeitos do PL
"O repórter Fausto Siqueira, na reportagem "Prefeitos do PL rejeitam apoio à candidatura Lula" (Brasil, pág. A4, 12/8), omitiu, deliberadamente, a existência e a opinião do prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento, no tocante à sucessão presidencial. Provavelmente ameaçado pela possibilidade de ver a sua reportagem "derrubada" (extinta), o repórter em questão escondeu dos qualificados leitores da Folha o fato de que o prefeito Alfredo Nascimento existe, foi eleito pelo PL e destacou-se como a grande força política do Norte brasileiro a se engajar na candidatura de Lula. Sendo assim, a reportagem, que pretendeu "informar" que os prefeitos do PL rejeitariam Lula, "esqueceu-se" de mencionar a posição do prefeito, que, com sucesso e ampla aprovação, dirige a maior cidade administrada pelo Partido Liberal. O repórter, que não respeitou os fatos, debilitou a informação para construir uma "tese de conveniência". Também negligenciou importante mandamento do jornalismo ao publicar números incorretos sobre as prefeituras administradas pelo PL."
Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fausto Siqueira
Alfredo Nascimento não foi eleito em coligação com o PT em 2000. E apenas prefeitos nessa condição foram objeto da reportagem.

Pesquisas
"Em sua coluna do dia 6/8 ("Vox Ciro'), o colunista Nelson de Sá, nas vezes em que pretende somente ofender-me (gratuitamente, como ao aspear a expressão "analista" a mim aplicada, coisa apenas infantil, considerando a minha experiência como profissional), pode ficar à vontade. É totalmente diversa a situação quando esse senhor expende suas opiniões e atinge uma empresa como o Vox Populi no que há de mais essencial a um instituto de pesquisa. Dar o nome de "Ciro Vox" à coluna é tão verdadeiro nas eleições deste ano quanto poderia ser "Lula Vox", "Serra Vox", "Garotinho Vox" ou ainda "Itamar Vox" e "Roseana Vox", entre outros. Diferentemente do que pensa o sr. Sá, este instituto presta ou já prestou os seus serviços a todos esses candidatos. De algum lugar ignorado, o sr. Sá tirou a certeza de que José Serra "não está tão atrás de Ciro Gomes quanto anunciava (...) o Vox Populi". À luz dos resultados mais recentes de outro instituto -o Ibope-, a diferença entre os dois candidatos está, ao que parece, muito perto da que apontávamos. De alguma origem que desconheço, o sr. Sá permite tornar suspeito ("ninguém trabalhou mais para o debate que Marcos Coimbra') um fato tão corriqueiro que só ele pode estranhar: que um profissional de pesquisa faça seu trabalho, apresentando resultados de pesquisa a quem interessavam. Já fiz isso centenas de vezes para clientes de todos os tipos e espero continuar a fazê-lo. Sua aparente preocupação com a data da divulgação de nossa última pesquisa é cômica. O que imagina? Que eu sabia que o "Jornal Nacional" "mais exporia" alguma coisa e daí "fechei" a pesquisa? Que eu e a Rede Globo estamos juntos em uma conspiração pró-Ciro? No último parágrafo, o jornalista diz: "Para fechar uma semana tão exaustiva, Coimbra espalhou que uma pesquisa qualitativa de seu Vox Populi mostrou que o debate não vai alterar quase nada a intenção de voto". É apenas uma mentira."
Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Nelson de Sá
A pesquisa de Marcos Coimbra citada na coluna de 6/8 era conflitante com a da CNT/Sensus. O trabalho de Coimbra naquela semana havia sido partidário (convenceu José Carlos Martinez a se demitir), daí o estranhamento de ser tratado como um isento "analista". Quanto à "falsa" pesquisa qualitativa do debate, ela foi divulgada pelo próprio Coimbra em "O Estado de S.Paulo" no dia 5/8.

Moda
"A MVL Comunicação, agência de comunicação e assessoria de imprensa da Daslu, foi procurada pela coluna de Mônica Bergamo para confirmar a demissão de 20 funcionários da empresa. Esclarecemos na ocasião que não se tratava de uma onda de demissões, mas de um processo comum de rotatividade. Mostramos que, no início do ano, a loja contava com 606 funcionários. Hoje conta com 645. Mostramos que, em todos os meses de 2002, o número de contratações ficou acima do número de demissões. Informamos também que, apesar das 20 saídas registradas, já haviam sido contratadas oito pessoas para substituir as que saíram, prevendo-se mais de doze contratações até o fim do mês. Todas essas informações foram ignoradas pela coluna, que preferiu ater-se a um curto período de tempo (a primeira semana de agosto), não retratando assim a situação atual da Daslu." Mauro Lopes, diretor-presidente da MVL Comunicação (São Paulo, SP)

Resposta da colunista Mônica Bergamo
A nota "Rotativa" (pág. E2, 12/8) não falou em "onda de demissões" e registrou a informação da assessoria da empresa de que oito das 20 vagas já haviam sido preenchidas.

Prejuízos
"O que deveria ser um debate de idéias para realizar um futuro bom governo não passou de um bate e rebate, quase bisando um "reality show" na baixaria. Mas isso é só o começo. Vem mais chumbo grosso por aí. Perguntas como "por que estava de braço dado com o Quércia?" ou "por que beijou a mão do ACM?" são, para um debate de projeto de governo, um fiel retrato do despreparo federal que nos assola. A TV pensa que faturou. Os candidatos saíram, uns mais, outros menos, chamuscados. A imprensa, acabrunhada. Mas o prejudicado maior foi o eleitor, sem dúvida. E como sempre."
Ewaldo José Romão da Cunha (Campinas, SP)

"Se Paulo Maluf se acovardou até diante de adversários como Antônio Cabrera (PTB), Carlos Pitoli (PSB), Ciro Moura (PTC), Carlos Apolinário (PGT), Robson Malek (Prona) e Antônio Pinheiro (PV), gostaria de saber onde é que ele vai arrumar coragem pra enfrentar o crime organizado, as dívidas, o caos na saúde e na educação ...".
Paulo César de Almeida Raboni (Presidente Prudente, SP)

Palavras
"Gostei do artigo de Vinicius Torres Freire publicado ontem (Opinião, pág. A2) sobre o candidato Ciro Gomes. A comparação do "palavras são palavras e nada mais que palavras", de Odorico Paraguaçu, colocadas na boca de Paulo Gracindo, retrata perfeitamente o folclórico e indesejado Ciro Gomes, que não tem uma posição política, senão a de que "os fins justificam os meios". Diz-se candidato de oposição, mas aceita coligação com o "lado de lá". Usa uma linguagem técnica em seus discursos para enganar o povo. Caso seja eleito, amargaremos a sandice de quem quer o poder a qualquer custo."
José Pantaleão de Santana (Taubaté, SP)



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