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FERNANDO RODRIGUES
PT, PSDB e tendências
BRASÍLIA - Os números das eleições
municipais deste ano não devem ser
vistos apenas sozinhos. É necessário
compará-los com os das disputas de
1996 e de 2000, pelo menos.
Como bem escreveu mestre Clóvis
Rossi ontem aqui no andar de cima,
o Brasil ainda está longe de um sistema bipartidário "à la EUA". Também não existe ainda uma polarização nacional entre PT e PSDB.
O que há são tendências no ar. Ainda não são cristalinas, porque a estabilidade na lei eleitoral é coisa recente. A reeleição é de 1997. Como a propaganda lulista martela que o brasileiro não desiste nunca (sic), é esperar
que a repetição das disputas eleitorais com a mesma regra ajude na decantação do sistema partidário.
O fato é que as três últimas eleições
municipais -de 1996, 2000 e 2004-,
enfileiradas, mostram uma certa
consolidação do PT e do PSDB no topo da lista de siglas mais votadas.
Os candidatos tucanos a prefeito tiveram juntos o maior número de votos em 1996 e em 2000. Neste ano, foram os petistas que ficaram com o
primeiro lugar.
Ao mesmo tempo, outras três grandes agremiações encolheram. Em
1996, os candidatos a prefeito de
PMDB, PFL e PP tiveram 32,6 milhões de votos. Neste ano, só 31,6 milhões. Uma queda de 3,1%. Seria pouco se não se considerasse que o número de votos válidos cresceu 28,4% nos
últimos oito anos.
PMDB, PFL e PP não vão acabar
nem serão engolidos por PT e PSDB.
Só estão perdendo terreno lenta, contínua e gradualmente.
Ao acompanhar, por dever de ofício
-nunca por prazer-, o comportamento dos partidos e dos políticos,
noto que PT e PSDB têm sido as duas
únicas duas siglas de grande porte
que procuram dar algum tipo de organização nacional a suas ações. Para o bem e para o mal, registre-se.
Muita água rolará por baixo dessa
ponte e das próximas eleições. PT e
PSDB aprumaram-se. Ou os outros se
ajustam, correndo, ou ficarão só no
papel de coadjuvantes eternos.
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