São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Sem indignação
"Parece que as contínuas transgressões perpetradas por Lula e por seus assessores mais próximos não possuem mais a capacidade de indignar os brasileiros. Apesar de Alckmin ter prestado um grande serviço à nação ao inquirir certeiramente o presidente nas questões éticas, as pesquisas pós-debate desdenharam das evidências, revelando um povo sem discernimento e que não sabe mais enxergar a fronteira do certo e do errado."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)

Palavras
"Há palavras e palavras. Todas fazem parte do vocabulário, mas umas são mais dignas do que outras. Isso bem mostrou a professora Maria Sylvia de Carvalho Franco em seu artigo de ontem ("Língua de trapo", Opinião, pág. A2). "Cagada", "merda" e "porra", palavrões citados pela colunista, demonstram, segundo ela, os limites do mundo de Jaques Wagner e de Lula (ou do lulo-petismo, como gostam os dessa Folha).
São levianas, é fato. Mas menos, muito menos terríveis do que "fome", "miséria" e "desemprego", por exemplo. O "lulo-petismo" não resolveu esses problemas por completo, mas, com certeza absoluta, fez mais do que seus adversários. Isso me faz crer que, se as primeiras palavras demonstram o limite do mundo de Lula, as segundas evidenciam os limites do mundo do PSDB."
DANIEL HENRIQUE DINIZ BARBOSA (Belo Horizonte, MG)

"Soberbo o artigo de Maria Sylvia Carvalho Franco sobre a fala de Jaques Wagner, governador eleito da Bahia. É de gente com essa categoria que precisamos."
VANDERLEI VAZELESK RIBEIRO (Rio de Janeiro, RJ)

Mercadante
"A respeito da nota "Túnel do tempo" ("Painel", Brasil, pág. A4, 11/10), para a qual não fui ouvido, informo que participei da fundação da CUT como presidente da Associação de Professores da PUC-SP e como vice-presidente da Andes, portanto, por delegação de minha categoria.
Quanto à disputa eleitoral, em 1990, foi Lula o mentor de minha candidatura a deputado federal. Ao decidir não disputar novo mandato, Lula pediu-me que abdicasse de um período de estudos de dois anos na Itália e concorresse à Câmara dos Deputados. Oswaldo Bargas, à época, era secretário-geral da CUT-SP e participou de minha campanha.
Em 2002, quando concorri ao Senado, as coordenações das campanhas majoritárias no Estado foram unificadas. Bargas não integrava a coordenação, mas participou ativamente dela, bem como de todas as campanhas do PT desde 1982.
Neste ano, por ocasião do depoimento de Luiz Antonio Vedoin no Conselho de Ética do Senado, Bargas, acompanhado de Expedito Antônio Veloso, que eu não conhecia, procurou a mim e à senadora Ideli Salvatti em meu gabinete em Brasília. Ele sugeriu que o PT utilizasse a audiência para vincular José Serra, Barjas Negri e Abel Pereira ao "esquema sanguessuga".
Eu não aceitei e pedi aos senadores da bancada que não utilizassem o Conselho para uso eleitoral, no que fui atendido. Por último, destaco que Bargas é importante historiador do movimento sindical do ABC paulista e da CUT. Como profissional competente, ele sabe que, apesar de sua participação nesse lamentável episódio do dossiê, o qual eu jamais apoiaria ou me associaria, sua contribuição para a construção do PT e, em especial, da CUT, jamais será apagada."
ALOIZIO MERCADANTE, senador pelo PT-SP (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Renata Lo Prete, editora do "Painel" - É digno de nota que o missivista revele ter sido procurado por dois dos homens do dossiê, antes da eclosão do escândalo, para que utilizasse o depoimento de Luiz Antonio Vedoin no Conselho de Ética do Senado de forma a "vincular José Serra ao esquema sanguessuga".

Usina em Mato Grosso
"Somente as forças tanto invencíveis quanto inconfessáveis dos interesses econômicos e das determinações políticas podem justificar a realização do leilão de uma usina hidrelétrica no complexo de cachoeiras de Dardanelos, localizado no município de Aripuanã ("Usina em MT consolida crime ambiental", Dinheiro, 11/10).
A realização de tal leilão, à luz de tantas e de tão absurdas ilegalidades verificáveis na sua concepção e no seu desenvolvimento, simplesmente confirma a verdade dos versos de Caetano Veloso -"(...) da força da grana que ergue e destrói coisas belas". No caso de Dardanelos, com a desculpa do desenvolvimento e do progresso, a força da grana promove a destruição de uma beleza natural única, a qual representa a identidade de toda uma comunidade local e faz parte do patrimônio de toda a humanidade."
KLEDSON DIONYSIO DE OLIVEIRA (Cuiabá, MT)

Produção científica
"O caderno Mais! de domingo passado trouxe ótimo artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite no qual a participação relativa de artigos brasileiros, chineses e indianos em periódicos internacionais indexados, de 2001 a 2005, serviu para combater um "mito" sobre o atraso do Brasil em relação a esses seus dois concorrentes. O autor dá a boa notícia de que "a comparação em geral com a China também é claramente favorável ao Brasil".
Seria importante, todavia, que os leitores fossem alertados para o fato de que se trata de comparação baseada em índice muito específico de atividade econômica: a participação do PIB de cada país no PIB global.
Bastaria que o autor tivesse considerado o PIB per capita para que chegasse a conclusão bem diferente, pois, em 2003, o PIB per capita da China foi quase 65% do nosso, e o da Índia não chegou a 40%. Houve outro tropeço do ilustre conselheiro editorial da Folha. Segundo ele, quem conclui "apressadamente que o Brasil está atrasado em relação a esses dois concorrentes" também afirma que "essa distância deverá aumentar inexoravelmente com o tempo". Nada mais incorreto.
O que vêm incansavelmente repetindo esses apressadinhos, entre os quais me incluo, é que a distância não poderá diminuir enquanto a sociedade brasileira continuar a dar tão pouca importância a seu sistema de CT&I e a tratar com tanto desprezo a educação científica. Enfim, guiar-se pela comparação do peso relativo de artigos em periódicos à do PIB nacional no mundial é como pilotar avião com transponder desligado."
JOSÉ ELI DA VEIGA, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da USP (São Paulo, SP)

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