São Paulo, Segunda-feira, 13 de Dezembro de 1999


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PAINEL DO LEITOR

Violência isolada

"Quatro chacinas em quatro dias na Vila Prudente (zona sudeste de São Paulo) resultam em 18 mortes. Um fato isolado, de acordo com o comandante do 21º Batalhão da PM, Luiz Carlos Nogueira, responsável pelo policiamento na região.
Desde o início do ano, São Paulo já passou por mais de 80 chacinas isoladas, com quase 300 mortos isolados.
Isolada está a assustada população paulista, para quem, com o avanço da violência e com o imobilismo do governo, só resta bater três vezes na madeira e falar: isola, isola, isola."
Washington Luiz de Araújo (São Paulo, SP)

Mudança de foco

"Primeiro, o governo FHC foi tachado de submisso aos bancos internacionais. Depois, a Folha inverteu a situação: o Banco Mundial é que teria "adulterado" seu relatório para agradar ao nosso governo. FHC teria tanto poder, tanto prestígio assim?
Nem Clinton conseguiria realizar tal façanha..."
Marx Golgher (Belo Horizonte, MG)

Previdência

"Na mesma página de jornal, deparo com duas notícias: 1) Previdência pode ter salário-referência e 2) acordo deve assegurar o teto salarial de R$ 12.720. Na primeira, vê-se claramente a intenção do governo de arrochar ainda mais as minguadas aposentadorias pagas pelo INSS. Como sempre, quer fazer economia avançando no bolso dos aposentados.
Na segunda, percebe-se um esforço enorme das autoridades para driblar a legislação e, como o próprio ministro Carlos Velloso diz, eliminar os "fatores dificultadores", com o intuito de aumentar os vencimentos dos ministros do STF, dos juízes e magistrados, aumentos que em cascata poderão chegar a 67,8%. Na mesma balada virão também os aumentos salariais dos deputados e senadores."
Elcio Patti (São Paulo, SP)

Mais ensino

"Finalmente uma boa notícia! Li que o número de cursos noturnos da Unicamp aumentou! Com isso, as possibilidades de um jovem carente conseguir frequentar uma faculdade são maiores. Gostaria de todos os dias deparar com notícias como essa, pois acredito que a educação é um indicador do desenvolvimento de um país."
Sandra Sayuri Uematsu (Indaiatuba, SP)

Febem

"É um absurdo que as unidades da Febem, que na teoria são unidades de ressocialização de menores, tenham se transformado em uma enorme escola do crime. Tornou-se a melhor solução a liberdade assistida, pelo simples fato de que, para ressocializar o menor, é necessário que ele esteja em contato direto com a sociedade. Ou será possível trancafiar as crianças e esquecê-las, para que sozinhas aprendam a ser pessoas de bem em meio a tanta violência?"
Fabiano Carneiro Pereira (Elói Mendes, MG)

Lei da mordaça

"Sobre a indagação da Folha a respeito da divulgação de informações sobre processos (pág. 1-3, Opinião, 11/12), o artigo de Luiz Antônio Marrey é o mais correto. A proibição colidiria com o princípio de investigação criminal ou legal que inspira a honesta atividade do Ministério Público, além de amordaçar o magistrado, que nem sequer poderá exercer a "denuncia criminis" nos órgãos competentes. É lamentável a tendência legislativa de vincular essas instituições a controles públicos."
Paulo Virgílio Bueno Magano (São Paulo, SP)

Greve e caos

"Os fatos a que assistimos nos últimos dias -greves em setores primordiais para a população- nos levam a indagar: temos lideranças sindicais ou "marginais legalizados", tumultuando a vida e a economia da cidade?
Não bastassem um governo federal medíocre, um governo estadual incompetente e um governo municipal abaixo da crítica, ainda temos que suportar situações como as de quinta-feira, com a perda de milhões de horas/pessoa, milhões de litros de combustível, para satisfazer o ego e a vaidade de sindicalistas que não estão com seu emprego em jogo."
Pedro Ivo Satyro (São Paulo, SP)

Canudos

"Parabéns, Ariano Suassuna, pelo excelente artigo "Canudos, nós e o mundo" (7/12). Disse em 450 palavras o que não disseram 50 volumes de história sobre o episódio de Canudos.
As feridas abertas no arraial famoso ainda sangram impiedosas na alma do "Brasil real" dos nossos dias."
José Nogueira (Mogi das Cruzes, SP)

Registros gratuitos

"Os cartórios de registro civil são considerados os "primos pobres" dos demais. As certidões de nascimento e óbito são 60% da receita de um cartório de registro civil "puro".
A Constituição reconhece que todas as pessoas "reconhecidamente pobres" têm direito à certidão de nascimento, bem como assento de óbito. O governo federal universalizou o direito, estendendo a gratuidade para todos. Foi criado um fundo para compensar a gratuidade, mas o governo FHC o vetou e não criou alternativa. Os cartórios de registro civil, que têm contas a pagar, entraram com ações judiciais contra a gratuidade.
Em 16 Estados, todos do Norte e Nordeste, conseguiram liminares que suspenderam a gratuidade e continuam a cobrar por certidões. Em São Paulo, a liminar foi negada. Só em São Paulo há 600 cartórios de registro civil vagos, sem que ninguém se interesse em prestar concurso para trabalhar de graça. A campanha do governo pelos registros não passa de "um tiro no pé", porque quem vai sofrer é a população pobre, que já está tendo que procurar as cidades grandes. Nos lugarejos menores, a capacidade de resistir à gratuidade é menor."
Celia Magalhães do Valle, presidente da Recivil Paulista - associação dos oficiais de registro civil do interior do Estado de São Paulo (Serra Negra, SP)
"Tenho lido na Folha a respeito dos registros de nascimento gratuitos. No cartório da minha cidade, depois de muita conversa, o único escrivão que temos fornece a certidão em um papel de péssima qualidade."
Marieta Vieira Ramos (Cruzeiro, SP)

Novo formato

"Parabéns pelo novo projeto gráfico do Mais!, como a Folhinha, o TV Folha e o caderno Empregos. É inteligente, moderno, prático, arquivável. Aguardamos mais: que toda a Folha adquira esse formato."
Analino Zorzi (Porto Alegre, RS)


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