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SEXO SEGURO
Sexo entre jovens não é necessariamente sinônimo de irresponsabilidade. A pesquisa "Comportamento Sexual e Percepções da
População Brasileira sobre HIV e
Aids", realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) a pedido do Ministério da Saúde, revela que, embora tenha crescido o número de jovens de 16 a 19
anos sexualmente ativos, aumentou
também o uso de preservativos.
Em 1998, o percentual de homens
entre 16 e 19 anos que relataram ter
atividade sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa era de 56,5%. Em
2005, passou para 78,4%. Para as
meninas, os números são 41,6% e
68,5%, respectivamente. Já o total de
jovens (ambos os sexos) que afirmaram ter utilizado preservativo na primeira relação saltou de 47,8% em
1998 para 65,8% neste ano.
Pesquisas desse gênero sempre
correm o risco de refletir mais o que
as pessoas julgam que deveriam dizer sobre o sexo do que suas práticas
reais. Mas esse, felizmente, não parece ser o caso, pelo menos no que
diz respeito ao uso de preservativos.
Os dados apresentados são compatíveis com a queda nos casos de Aids
verificada entre jovens, principalmente os do sexo masculino.
A faixa mais vulnerável continua
sendo a população pouco escolarizada, isto é, os mais pobres. Enquanto
o índice dos que dizem sempre usar
preservativos é de 45,5% entre os que
têm segundo grau completo, ele cai
para 26,6% quando o jovem é considerado analfabeto funcional. Também preocupa a negligência das mulheres ao exigir o uso de preservativo.
Muitas delas se justificam afirmando
confiar no parceiro.
Os resultados da pesquisa são bastante sugestivos de que as campanhas de prevenção estão funcionando e devem não apenas ser mantidas
como aprimoradas. É preciso agora
encontrar formas de atingir os jovens
de pouca escolaridade e as mulheres.
É principalmente no "front" da prevenção que se conquistarão os grandes avanços em relação à Aids.
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