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TEMPO INTEGRAL
Embora parcial e tardia, é positiva a iniciativa do governo do
Estado de São Paulo de adotar o período integral em algumas das escolas públicas da rede oficial. Pelos planos do governador Geraldo Alckmin, 170 dos 5.000 colégios da rede
-algo como 5% dos 3 milhões de
estudantes- começarão a ter mais
horas de aula já no primeiro semestre de 2006. A jornada letiva para alunos da 1ª à 8ª série passará de cinco
para oito horas.
É uma medida correta e que não deverá exigir nenhum grande esforço
financeiro do Estado. Para essa primeira fase do projeto, a previsão é
que a nova despesa será da ordem de
R$ 14 milhões, a serem empregados
principalmente na contratação de
professores. Para dar uma idéia da
magnitude do gasto, é oportuno
lembrar que o orçamento da Secretaria da Educação é de R$ 9,8 bilhões.
Mais tempo na escola significa
maior chance de o estudante ter um
aprendizado efetivo, especialmente
para aqueles provenientes de famílias com poucos recursos. Por cruel
que possa parecer, é verdade que filhos de pais analfabetos, mesmo
quando chegam à escola, já se encontram em desvantagem em relação a outros alunos. Alguns educadores acreditam que apenas ver os
pais lendo desde a primeira infância
já constitui um elemento fundamental do processo de aprendizagem.
Passar períodos mais dilatados no
colégio significa também a oportunidade de o aluno se envolver em atividades esportivas ou artísticas, que
já se mostraram úteis para o desenvolvimento do jovem e na prevenção
do uso de drogas.
Resta a lamentar que boas iniciativas como essa ocorram quase que
exclusivamente ao sabor do calendário eleitoral -que, para o governador, marca a disputa pela vaga do
PSDB para concorrer à Presidência.
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