São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 2005

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TEMPO INTEGRAL

Embora parcial e tardia, é positiva a iniciativa do governo do Estado de São Paulo de adotar o período integral em algumas das escolas públicas da rede oficial. Pelos planos do governador Geraldo Alckmin, 170 dos 5.000 colégios da rede -algo como 5% dos 3 milhões de estudantes- começarão a ter mais horas de aula já no primeiro semestre de 2006. A jornada letiva para alunos da 1ª à 8ª série passará de cinco para oito horas.
É uma medida correta e que não deverá exigir nenhum grande esforço financeiro do Estado. Para essa primeira fase do projeto, a previsão é que a nova despesa será da ordem de R$ 14 milhões, a serem empregados principalmente na contratação de professores. Para dar uma idéia da magnitude do gasto, é oportuno lembrar que o orçamento da Secretaria da Educação é de R$ 9,8 bilhões.
Mais tempo na escola significa maior chance de o estudante ter um aprendizado efetivo, especialmente para aqueles provenientes de famílias com poucos recursos. Por cruel que possa parecer, é verdade que filhos de pais analfabetos, mesmo quando chegam à escola, já se encontram em desvantagem em relação a outros alunos. Alguns educadores acreditam que apenas ver os pais lendo desde a primeira infância já constitui um elemento fundamental do processo de aprendizagem.
Passar períodos mais dilatados no colégio significa também a oportunidade de o aluno se envolver em atividades esportivas ou artísticas, que já se mostraram úteis para o desenvolvimento do jovem e na prevenção do uso de drogas.
Resta a lamentar que boas iniciativas como essa ocorram quase que exclusivamente ao sabor do calendário eleitoral -que, para o governador, marca a disputa pela vaga do PSDB para concorrer à Presidência.


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