São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES A proteção ambiental em São Paulo
JOSÉ GOLDEMBERG
Lei das queimadas, que disciplinou a eliminação gradativa da colheita manual de cana-de-açúcar -que utiliza o fogo- e permitiu sua substituição pela colheita mecanizada. Tal transição obedece a um cronograma que contempla os interesses dos trabalhadores e os da indústria da cana. Apesar de tachado de muito permissivo, esse cronograma fixa uma política coerente a longo prazo de desativação do corte manual e poluente. Lei do zoneamento industrial, que permite a instalação de novos empreendimentos industriais na região metropolitana de São Paulo desde que não resultem na violação dos padrões ambientais. 6) Introdução da periodicidade nas licenças de operação concedidas pela Cetesb, o que não só é desejável, do ponto de vista ambiental, para acompanhar a evolução da tecnologia e do processo produtivo das próprias empresas mas também evita a perpetuação de técnicas e de tecnologias ultrapassadas e a geração de passivos pelo não-pagamento de multas por infrações. A possibilidade de municipalizar o controle e os licenciamentos de fontes de incômodo concedidos pela Cetesb também foi introduzida. 7) O desenvolvimento de trabalhos conjuntos com outras secretarias, para apoio técnico e discussão dos problemas de modo que as variáveis ambientais façam parte dos próprios projetos. 8) A retomada e o incremento da ação das câmaras ambientais do setor produtivo como foro privilegiado de discussão entre a Agência Ambiental e os diversos interesses envolvidos. 9) A criação da Mesa Paulista de Produção Mais Limpa como órgão de fomento, divulgação, formação e capacitação de profissionais para modelos de desenvolvimento. Naturalmente, resta muito a fazer, mas um norte está sendo fixado. Exemplos incluem a proposta de captação de um empréstimo de US$ 30 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para melhorar a infra-estrutura de vários parques estaduais (Ilha do Cardoso, Petar, Caverna do Diabo, Intervales e outros). Além disso, propõem-se parcerias e co-gestão de parques estaduais com a iniciativa privada e organizações não-governamentais que têm experiência nessa área. Todas essas ações buscam organizar o desenvolvimento de forma que ele não seja predatório. Agressões do homem sobre a natureza não podem ser eliminadas completamente, mas elas podem ser prevenidas e minimizadas. Essa é a motivação para as ações do governo do Estado de São Paulo na área ambiental. José Goldemberg, 74, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Luciana Genro: Mudança é a palavra-chave Índice |
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