![]() São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011 |
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FERNANDO DE BARROS E SILVA Policiais em Serra Pelada SÃO PAULO - Não fosse a queda do ditador egípcio, o principal destaque dos jornais de sábado teria sido a operação comandada na véspera pela Polícia Federal no Rio contra policiais corruptos e/ou assassinos. A chamada Guilhotina foi coisa grande: 45 mandados de prisão, entre os quais os de 21 policiais militares e 11 policiais civis. Envolveu 380 agentes da PF e mais 200 comandados de José Mariano Beltrame. O alvo mais graduado é o ex-subchefe da Polícia Civil, delegado Carlos de Oliveira, que até sexta atuava como subsecretário municipal de Ordem Pública -a típica raposa vigiando o galinheiro. Segundo a PF, a milícia que ele comandava, em Ramos, desovava cadáveres no entorno do piscinão, além de traficar armas aprendidas e extorquir comerciantes em troca de segurança. É o enredo de "Tropa de Elite 2". Outra quadrilha atuava (ou atua) na Rocinha, negociando armas e informando traficantes sobre operações da própria polícia. Foi a descoberta de um desses vazamentos, em 2009, que originou a investigação da PF. Há ainda uma terceira quadrilha, que vendia proteção a máfias do jogo ilegal. Não bastasse, as escutas da PF mostraram que o Complexo do Alemão foi batizado por grupos de policiais-saqueadores de "Serra Pelada". Houve ali uma corrida maluca por drogas, armas, dinheiro e bens de traficantes e até de moradores. Nada disso é surpreendente, mas tudo é espantoso. A corrupção policial e as milícias estão no centro do crime organizado. Em boa medida, elas são o crime organizado. Duas conclusões a tirar dessa operação: de pouco adianta invadir o morro com tanques do Exército se não houver um combate decidido e persistente contra a banda podre (ou bandas podres) da polícia. Segundo: sem a ajuda ou, muitas vezes, a iniciativa da PF, as polícias estaduais, várias delas corrompidas de cima para baixo, não conseguem (ou resistem a) levar adiante sua limpeza interna. O caso da Guilhotina é bastante exemplar. Texto Anterior: Editoriais: Câmara de privilégios Próximo Texto: Brasília - Melchiades Filho: Cirurgia eletiva Índice | Comunicar Erros |
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