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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Tabaco e F-1
A respeito do editorial "Casuísmo tabagista" (Opinião, pág. A2, 4/4), informamos que a realização do GP Brasil de Fórmula 1 é importante para São Paulo por causa da movimentação econômica, da atração de turistas, da visibilidade internacional, da tradição que a corrida adquiriu no mundo e da valorização do automobilismo brasileiro. O contrato da Prefeitura de São Paulo com a empresa promotora do GP é de dezembro de 1999 e tem validade até 2004. Entretanto, com a vigência da lei federal nº 10.167/0, que impõe restrições ao uso e à propaganda de tabaco, surgiram dificuldades para a permanência da prova no Brasil durante os próximos dois anos, período no qual se encerrará o contrato e no qual a Federação Internacional de Automobilismo se prepara para eliminar a publicidade de cigarro em todas as corridas da F-1. A Prefeitura de São Paulo tem interesse em manter a prova e precisava cumprir o contrato em vigor sob pena de incidir nas cláusulas penais nele previstas. Seria descabido interrompê-lo a um ano de seu encerramento, o que levaria à perda definitiva da corrida no país. A decisão tomada pelo governo brasileiro, de editar a medida provisória 118 para preservar a prova, foi a mais adequada. A MP não altera o mérito da lei antitabagismo, e sim ajusta-o ao calendário internacional tão-somente no item relativo à realização de eventos internacionais sem sede fixa. Em Interlagos não existe propaganda tabagista, e o evento no país não conta com patrocínio de empresas do ramo. Somente cinco equipes veiculam essa publicidade em seus carros, capacetes e macacões, propaganda esta que pode ser vista livremente pelos brasileiros nas transmissões televisivas das corridas de outros países -mesmo com a vigência da lei interna antitabaco. A Prefeitura de São Paulo não apóia a publicidade da indústria tabagista. Na negociação com o governo federal, ficou estabelecido que, no autódromo, seriam afixadas placas do Ministério da Saúde alertando para os perigos do cigarro e que a televisão deveria veicular inserções com o mesmo teor durante as transmissões. A propaganda antitabagista, portanto, ganhou um grande reforço, já que a campanha do Ministério da Saúde teria mais visibilidade do que a divulgação de cigarros feita pelas cinco escuderias."
Nádia Campeão, secretária municipal de Esportes de São Paulo (São Paulo, SP)

Anarquia
"O desempenho dos norte-americanos no Iraque, especificamente em Bagdá, assemelha-se ao de um grupo de macacos soltos em uma loja de louças. Destruíram tudo, inclusive tesouros milenares dos tempos da Babilônia e da Mesopotâmia, e agora não conseguem coordenar a situação e manter a ordem. Instauraram a anarquia."
Fernando Al-Egypto (Petrópolis, RJ)

Esquecimento
"Infelizmente, o que se observa é que o Partido dos Trabalhadores só sabe fazer oposição. E, quando assume o poder, mostra-se mais insensível com a situação do trabalhador do que aqueles que combatia. Em São Paulo, a prefeita só sabe aumentar tributos. Agora mesmo criou uma tal de "taxa de lixo", que é uma maneira mascarada de meter a mão no bolso da sociedade. Por que pagamos IPTU? No Governo Federal, o alvo passou a ser os aposentados, os pensionistas e os funcionários públicos, classificados como "privilegiados". Salário mínimo de US$ 100, extinção da CPMF, redução dos juros, maior variedade de alíquotas do Imposto de Renda, tributação das grandes fortunas e do lucro, aumento do emprego, política para maior acesso à casa própria etc., etc. Tudo isso foi esquecido depois que o PT chegou ao governo."
Joseph Santilho (São Paulo, SP)

"Brilhante o artigo de Ted Goertzel publicado ontem ("Por que Lula deve um pedido de desculpas a FHC", Brasil, pág. A12). Nestes cem dias, Lula continua atacando o governo de FHC em seus repetitivos comícios, mas vai tocando o seu governo imitando o modelo de FHC. Alguém acredita mesmo que, no Brasil, seria possível um governante enviar ao Congresso "projetos de lei importantes aos partidos de oposição para obter os conselhos e o consentimento deles'?"
Douglas Guerchfeld (São Paulo, SP)

Controladoria
"Valho-me desta seção para prestar esclarecimentos ao leitor Vasco Vasconcelos ("Painel do Leitor", 5/4), que, em sua carta, comentava a relação custo-benefício do programa de fiscalização que esta Controladoria Geral lançou recentemente -mesmo tendo ele ressalvado que "toda e qualquer medida moralizadora é sempre bem-vinda". Os benefícios de uma iniciativa dessa natureza não são mensuráveis apenas pelos valores eventualmente desviados e que se possam recuperar. Além de funcionar como um instrumento inibidor da corrupção entre gestores públicos, esse novo programa vai também estimular a participação da sociedade no controle sobre a aplicação dos recursos públicos, contribuindo para a formação de uma cultura nova, condizente com a atmosfera de esperança que a nação respira agora. Isso certamente não tem preço."
Pedro Formigli, assessor de imprensa da Controladoria Geral da União (Brasília, DF)


Cadê?
"Fidel Castro executou três cubanos por terem tentado deixar o seu país após sequestrarem uma lancha. Cadê agora Kofi Annan? Cadê Putin, Schröder e Chirac? Cadê as passeatas globais em repúdio a assassinatos sistemáticos em Cuba pelo simples motivo de não se querer viver mais lá?"
Marcos W. Pontoni (Curitiba, PR)

Economia
"Tivemos a oportunidade de ler, no caderno Construção, o texto "Bolso e gosto duelam na hora de resolver os dilemas construtivos" (23/3) e não podemos deixar de comentar algumas afirmações. Há mais de dez anos, o governo federal lançou o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade -PBQP-, que, nos últimos cinco anos, estabeleceu, com os fabricantes de louças e de metais sanitários, limites máximos de volume para sifonamento das bacias sanitárias. Por isso, hoje, a grande maioria dos fabricantes produz bacias que consomem no máximo seis litros por descarga, seja ela alimentada por caixa acoplada, por caixa suspensa ou por válvula de descarga. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas no endereço eletrônico www.pbqp-h.gov.br. No que se refere a desempenho de sistemas de descarga, informo que a Deca-Hydra lançou em 2002 uma válvula com volume fixo de descarga limitado em seis litros por descarga. Essa válvula foi contemplada no 26º Prêmio Governador do Estado em reconhecimento ao esforço que resultou nesse invento. Assim, afirmar que a "válvula de descarga chega a gastar 18 litros por utilização" e que "trocar as válvulas de descarga por caixas acopladas também ajuda a economizar" é absolutamente impróprio. Identificar corretamente os focos de desperdício, orientar soluções adequadas e fazer com que o conhecimento técnico seja cada vez mais difundido entre a população estão entre as principais missões da área de Engenharia de Aplicações da Deca-Hydra, que sempre apoiou iniciativas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas -IPT-, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, da Sabesp e das demais companhias concessionárias de água."
Arnaldo Camargo Barbosa , engenharia de aplicação Deca-Hydra (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A reportagem não desconhecia a existência dos novos equipamentos, mas concentrou o enfoque naqueles mais comumente encontrados nas casas e no comércio. Os dados sobre consumo das válvulas foram fornecidos por especialistas da Sabesp, da ONG Universidade da Água e da Universidade de São Paulo.


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