São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Marina Silva
"Triste. Assim recebi a notícia, de certa forma já esperada, da demissão da ministra Marina Silva.
Era o que faltava para reforçar de vez as posições de figuras nefastas que são tão bem representadas pelo governador e megassojicultor Blairo Maggi (MT) e por outros notórios defensores de um tipo de "desenvolvimento" que só interessa a eles.
O governo Lula perde muito com a saída de Marina Silva. E o Brasil perde ainda mais."
MAURO SCARPINATTI (São Paulo, SP)

"Assim como derrubaram milhões de hectares de árvores, especialmente na Amazônia, os madeireiros e latifundiários deste país, remanescentes do nefasto coronelismo, conseguiram derrubar, pelo cansaço, uma das poucas referências de ética e seriedade no primeiro escalão do governo federal.
Vale ressaltar que a política agrícola e econômica, predatória e pseudodesenvolvimentista, que produz etanol, alta no preço dos alimentos e fome e é endossada por Lula, também teve a sua parcela de responsabilidade no pedido de demissão da ministra.
O adeus melancólico de Marina Silva: "mais uma obra do governo Lula"."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

13 de Maio
"Há muitos feriados no Brasil que não têm a mínima razão de ser, pois são frutos de pura demagogia e oportunismo.
No entanto, o 13 de Maio, data da Abolição da Escravatura, que deveria merecer um feriado em razão de sua relevância histórica, não o é. Nosso país está repleto de incoerências e desacertos."
PAULO ARMANDO DA SILVA VILLELA (São Paulo, SP)

Aids
"A senhora Sandra Carvalho, do Ministério da Saúde, conta apenas meias verdades sobre o acesso ao coquetel anti-Aids ("Painel do Leitor" de ontem).
Na verdade, o mencionado "consenso" nacional sobre tratamento anti-HIV cria inúmeras exigências e obstáculos à prescrição de medicamentos, especialmente daqueles sob patente farmacêutica. Vários medicamentos já disponíveis lá fora não o são no Brasil.
Nós, médicos, ficamos aflitos quando encontramos um paciente que já não responde àquilo que podemos ofertar.
O Judiciário tem sido cada vez mais o refúgio para estes casos.
Há um patrulhamento cada vez mais ideológico e menos científico no tal grupo do consenso, que é cada vez menos consensual. Nele, pessoas que pensam diferentemente dos postulados do Programa Nacional de DST/Aids são substituídos por outros mais passivos ao controle contábil do Ministério da Saúde e só se fala em "sustentabilidade" do programa."
HERCULANO KELLES, coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital da Baleia (Belo Horizonte, MG)

Indústria
"Pela análise de Gustavo Patu ("Nova política industrial recauchuta programas dos últimos quatro anos", Dinheiro, ontem) dá para ver que, vistos e relatados, apenas o Fundo Soberano é original.
No mais, o governo tenta desembarcar da onda inercial do governo anterior para, finalmente, começar a governar -após seis anos de mandato. Não é pouco vexame."
GUTTEMBERG GUARABYRA (São Paulo, SP)

Dom João e os botocudos
"É constrangedor que espaço tão nobre deste jornal seja disponibilizados para atacar e desconstruir a figura histórica de dom João 6º, característica de uma visão marxista rançosa e anacrônica. O artigo "200 anos da guerra contra os botocudos" se classifica como uma diatribe, um espasmo de lusofobia.
Sempre nos foi transmitido que dom João era uma figura grotesca, uma garatuja, ao qual se lançavam epítetos como "covarde", "glutão", "omisso", entre muitos outros. Agora há um movimento no sentido de resgatar a sua importância para a história do país.
Mas os autores do artigo se esmeraram: transformaram-no no grande responsável pelo extermínio dos índios botocudos. As impropriedades chegam ao paroxismo ao atribuir aos portugueses o uso de armas biológicas. Será que esses índios, diferentemente dos demais, não andavam nus? Será que os portugueses dispunham de um conhecimento tão fantástico de microbiologia décadas antes de Pasteur e da sistematização da microbiologia?
Por fim, deixo consignado que dom João 6º morreu em 10 de março de 1826. Não pode, portanto, ser acusado dos crimes que se perpetuaram ao longo do século 19."
ANTONIO LUÍS NEVES (São Paulo, SP)

Aborto
"O doutor Miguel Srougi deu uma aula de humanidade em seu artigo "Mulheres e o direito à existência" ("Tendências/Debates", 11/5).
Sem juízo de mérito a respeito da celeuma sobre a descriminalização, ele deixou claro que o problema do aborto decorre mais da omissão dos governos do que da sua natureza jurídica.
De fato, crime ou não, o aborto sempre continuará existindo. Mas uma mera legalização seria suficiente para reduzir os 825 mil casos clandestinos (sem contar os que nunca se conhecem) ocorridos anualmente no Brasil? Não seriam necessárias, antes disso, medidas relacionadas à educação escolar, ao planejamento familiar, ao mercado de trabalho feminino, à política anticonceptiva e à conscientização sexual?
Antes de submetermos "pequenos seres" desprotegidos ao mesmo risco de mulheres que fazem aborto desassistido, é preciso acreditar na ação efetiva do Estado."
EDVANILSON DE ARAÚJO LIMA (Goiânia, GO)

Energia e ambiente
"Em relação à reportagem "Ação tenta barrar usina termelétrica no Ceará", Ciência, 5/5), a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) gostaria de esclarecer que o estudo realizado pela entidade e mencionado pela repórter, sobre as emissões de dióxido de carbono em empreendimentos do setor elétrico, concluiu que a energia nuclear é das fontes mais limpas do mundo.
As usinas nucleares emitem entre 5 e 33 gramas de CO2 por quilowatt-hora, o que é equivalente ao produzido pelas hidrelétricas e menos do que a emissão das eólicas."
EDSON KURAMOTO, diretor da Aben (Rio de Janeiro, RJ)

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