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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Responsabilidades
"Não poderia ser mais oportuna a conclamação de Celso Furtado para que os cientistas sociais assumam suas responsabilidades políticas ("Tendências/Debates", 13/6). É esse o espírito dos economistas que criticam a continuidade do neoliberalismo. Dá vontade de anexar o artigo "A responsabilidade dos cientistas" como prefácio do manifesto dos economistas "A Agenda Interditada: Uma Alternativa de Prosperidade para o Brasil"."
Plinio de Arruda Sampaio Júnior (São Paulo, SP)


Transportes
"Sobre as notas "Posto estratégico" e "Recado sutil" ("Painel", Brasil, pág. A4, 13/6), venho prestar alguns esclarecimentos. 1) Não fui exonerado do cargo de diretor de administração e finanças do Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes -DNIT. 2) Quanto à versão oficial de que houve "incompatibilidade com a equipe", isso realmente existe, porém com a "equipe" que o ministro Anderson Adauto estrategicamente colocou na minha diretoria. Sobre eu não me haver enquadrado na nova "filosofia" de governo, conforme o ministro "deu a entender a empreiteiros", estou certo de que a filosofia a que o ministro se refere não é a do governo Lula, que é a da honestidade, da competência e da transparência na administração da coisa pública por seus gestores. A filosofia a que o ministro Anderson Adauto se referiu quando levou satisfação a empreiteiros deve ser a que ele trouxe junto com o seu currículo, já retratado pela mídia nacional à época de sua nomeação para o cargo de ministro. 3) A bem da verdade, afirmo que fui chamado pelo ministro Anderson Adauto ao seu gabinete, no dia 11 de junho passado, às 19h. Ele solicitou a mim que pedisse demissão do cargo, acusando-me de ter abordado empreiteiros para obter vantagens financeiras. Reagi com a máxima indignação a tal acusação, pois jamais me corrompi. Tenho um passado ilibado (mais de 20 anos na administração pública) e tive meu nome aprovado pelo Senado Federal para o cargo no DNIT. Afirmei ao ministro que não pediria demissão, pois a acusação que ele estranhamente fez para me remover de seu caminho é absolutamente falsa. Exigi dele que provasse a acusação, que revelasse a sua origem e que abrisse inquérito para apurar a verdade. Não se negocia com a honra alheia. Até o momento, não tive nenhuma manifestação do senhor ministro Anderson Adauto sobre o assunto. Continuo no cargo. E não encerro o assunto com essa nota."
Sérgio de Souza Pimentel , diretor de administração e finanças do DNIT (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - A informação oficial do Ministério dos Transportes é a de que a exoneração do missivista será publicada na edição de segunda-feira do "Diário Oficial" da União.

Memória
"O que você não lembra não aconteceu". A frase é de Contardo Calligaris ("O trauma está na moda", Ilustrada, 12/6) e cai como uma luva nos dias que correm. Quarenta mil pessoas manifestam-se em Brasília e tudo o que o governo petista consegue fazer é tratar 27 deputados e uma senadora como dissidentes. Ora, o fato é que o governo não é cego, é desmemoriado. Não se lembra mais das críticas que fazia à mesma reforma então pretendida por FHC. Para o PT, tudo o que foi dito antes da eleição "não aconteceu". Se filósofos do porte de Marilena Chaui levantam sua voz contra as medidas da reforma da Previdência, é porque têm a esperança de que o partido e o presidente recuperem a memória. Porque um partido sem memória é um partido como os outros."
Jorge Barcellos (Porto Alegre, RS)

Comoção nacional
Há várias semanas tenho lido nesse "Painel do Leitor" efusivas contestações à reforma da Previdência. Como funcionário público da ativa, muito me preocupam as perdas que posso vir a sofrer com as mudanças propostas -muitas das quais desaprovo-, mas entendo que mudanças devam ser feitas até para que se descubram com isso os verdadeiros funcionários e aposentadorias-fantasmas do serviço público. Gostaria que essa comoção nacional se estendesse a outras áreas, sobretudo à da segurança pública, pois, no estado de violência em que vivemos, muitos de nós infelizmente não viverão até a aposentadoria."
Carlos Eduardo de Santi (Foz do Iguaçu, PR)

Pena
"Otavio Frias Filho ("Sem medo de ser feliz", Opinião, pág. A2, 12/6) pegou pesado e acertou na veia, direto, sem tergiversar. Bravo! Expressou o sentimento de muitos brasileiros -e os meus- com as escolhas do governo PT, que são diametralmente opostas ao que era professado. Não dá para dizer "esqueça o que escrevi", pois só discursavam em palanques. Mas minha memória é lúcida. Depois do reinado de FHC, assume o PT, que chega com propostas de mudanças, mas o resultado é a adesão deslavada, cínica e até apaixonada à política econômica de FHC. Uau! Quer dizer então que não existe mesmo alternativa ao que está aí? Decididamente, parece que a esperança está sendo tragada pela pulisanimidade e pela falta de criatividade. Que pena!"
João Carmo Vendramim (Campinas, SP)

Corrupção
"É lamentável a hipocrisia com que um assessor da Casa Branca, o senhor Otto Reich, declara que "a corrupção é o principal obstáculo para a atração de investimentos americanos para o Brasil e AL" ("Para EUA, corrupção trava negócios no Brasil", Dinheiro, 12/6). Se isso é verdade, por que o governo americano não fecha seus paraísos fiscais, que, na realidade, são a grande porta de entrada para a corrupção na América Latina? Isso sem falar na lavagem de dinheiro pelo narcotráfico. O Brasil deveria criar um projeto de repatriação de capitais, aplicando-os em áreas prioritárias identificadas pelo governo e monitoradas pela CPMF."
Roberto Machado Neves (Ponta Grossa, PR)

Record
"A Rede Record foi surpreendida com um artigo do jornalista Xico Sá, publicado na quarta-feira, dia 11 de junho, sob o título "Record abre museu de afetividades de sofá" (Ilustrada). No artigo, o crítico tece considerações sobre a série de programas comemorativos do 50º aniversário da Rede Record. Para nossa surpresa -e certamente dos leitores da Folha-, o jornalista comenta um programa que ainda não foi ao ar. O segundo programa da série não havia sequer sido editado por ocasião da publicação do artigo -certamente, o articulista, a par de suas excelentes qualidades jornalísticas, não possui a faculdade de prever futuro, o que lhe possibilitaria emitir conceitos a respeito de fatos que estão por acontecer."
Dennis Munhoz , presidente da Record (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".


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