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MULHERES FUMANTES
A evolução dos costumes
tem, de um modo geral, promovido maior igualdade entre homens e mulheres. Embora ainda restem muitas barreiras e preconceitos,
a mulher é hoje, principalmente nos
países do Ocidente, menos discriminada do que era algumas décadas
atrás. À medida que as mulheres
avançam em territórios antes exclusivamente masculinos, assimilam alguns dos maus costumes outrora típicos de homens, como é o caso do
hábito de fumar.
Atualmente, o fumo mata 5 milhões de pessoas por ano em todo o
mundo. Pelas atuais projeções, em
2030 os óbitos chegarão a 11 milhões. O problema é que essa estimativa considera que as mulheres fumantes são apenas um quarto dos
homens. Infelizmente, não é isso o
que parece ocorrer na prática.
Estudo realizado pela OMS e pelos
Centros de Controle de Doenças
(CDCs) norte-americanos com mais
de 1 milhão de adolescentes de 150
países mostra que os pressupostos
da projeção podem estar errados. De
acordo com o trabalho, que foi apresentado na 12ª Conferência Mundial
sobre o Fumo ou Saúde, a distância
entre fumantes dos dois sexos está
caindo em quase todo o mundo.
Na África, por exemplo, existe uma
mulher fumante para cada sete homens, mas entre jovens de 13 a 15
anos a proporção é bem maior: uma
para cada 2,2. Tendências semelhantes são verificadas em outros continentes. Na Europa, 33,9% dos garotos e 29% das garotas fumam. Nas
Américas, os índices são de 16,6% e
12,2%, respectivamente. Os números mundiais para jovens são 15% e
6,6%. Na população adulta, as taxas
são de 47% e 12%.
Se esses parâmetros estiverem corretos e perdurarem, as projeções de
mortes da OMS para 2030 estão subestimadas. O estudo ainda precisa
ser corroborado por outros trabalhos, mas fica desde já o alerta para
as autoridades sanitárias dirigirem
suas campanhas de prevenção para
garotas. A idéia do feminismo não é
igualar homens e mulheres na morte, mas nas oportunidades de vida.
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