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FERNANDO RODRIGUES
PSDB, a segunda força
BRASÍLIA - Se as urnas derem mesmo a vitória para Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), nascerá um minuto depois a segunda maior força político-partidária do país: o PSDB.
O líder do PDT na Câmara, Miro
Teixeira, lulista de carteirinha, conta
uma anedota sobre o possível futuro
dos tucanos:
"O PSDB já está dizendo para o
PFL: "Eu sou você amanhã". Por ser
um partido de quadros, o PSDB será
governista com Lula na Presidência".
A piada é mais um desejo do que
um vaticínio baseado em fatos. Dados objetivos indicam haver mais
vantagem eleitoral para o PSDB ficando na oposição.
Diferentemente dos outros grandes
partidos de centro e de centro-direita
-PMDB, PFL e PPB-, o PSDB perderá muito menos nesta eleição -na
hipótese de vitória de Lula.
A melhor comparação a ser feita é
com 1994, primeira eleição do ciclo
político atual. De lá para cá, os tucanos cresceram de 63 para 71 cadeiras
na Câmara dos Deputados (avanço
de 12,7%). Já as bancadas de PMDB,
PFL e PPB caíram 30,8%, 5,6% e
43%, respectivamente.
Nas Assembléias Legislativas, o número de deputados estaduais do
PSDB cresceu 42,3% na comparação
de 1994. PMDB, PFL e PPB desabaram -suas bancadas perderam, pela ordem, 34,6%, 24,1% e 44%.
Outra diferença do PSDB para essas outras três siglas é a perspectiva
de poder mais clara. Os tucanos já
ganharam o governo de um Estado
importante (Minas Gerais) e têm políticos à disposição para disputar a
Presidência da República em 2002:
Aécio Neves e Tasso Jereissati.
Alguém saberia citar o nome de um
presidenciável competitivo do PFL,
PPB ou PMDB? Pois é, não há. Pelo
menos, por enquanto.
Nesse cenário, seria otimismo demais do PT achar que os tucanos correrão de braços abertos para dar
apoio a um eventual governo Lula.
Com menos paulistas mandando, o
PSDB certamente fará uma política
mais eficaz. Pensará primeiro em como retornar ao poder em 2006.
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