São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Paulo Autran
"Estou com muita raiva. E não sou só eu. Acreditamos que Paulo Autran morreu. E é ele mesmo quem está nos fazendo sentir assim, quem nos convenceu de que isso aconteceu. Afinal, é o que ele quer e precisa fazer, pois provocar sentimentos inesperados em quem o assiste é a base em sua profissão; convencer a todos de que é uma outra pessoa. Ninguém mais consegue fazer isso com tanta intensidade. Suas intenções passam sempre firmes através daqueles olhos bicolores, que agora estão fechados. Pronto, já vimos que não se cuidou, que seguiu à risca o roteiro que exige que sua personagem, apesar de muito forte e inteligente, sucumba ao tabagismo e todos acreditamos e estamos convencidos que a doença lhe alertou, mas conseguiu lhe passar a perna. E é isso que nos faz sentir tanta raiva. Já vimos e acreditamos. Agora é hora de fechar a cortina e aplaudir seu trabalho de enorme ator. Só estamos esperando você voltar. Ele só nos pregou mais uma de suas peças. Pregar peça é o que ele faz de melhor. Vai, sim, voltar para agradecer os aplausos tão merecidos. Mas apareça logo. Não queremos continuar sentindo essa raiva. Queremos ver todo o seu talento novamente em outro espetáculo. De preferência menos triste."
DONIZETTI RODRIGUES SACRAMENTO (Barueri, SP)
 

"Paulo Autran, foi e sempre será um marco na cultura brasileira. Mostrou como deve ser realizado um trabalho com amor, dedicação, competência e, principalmente, cumplicidade. A arte brasileira perde um grande ator e ganha um mito, que será lembrado por gerações vindouras, como exemplo a ser seguido. Neste país tão carente de bons exemplos populares, temos que manter viva a memória desse memorável artista. Por isso, deixo aqui meu muito obrigado para esse grande brasileiro."
MARCOS MARQUES DE ANCHIETA (Sorocaba, SP)

Preservação
"Muito correta a atitude de nosso prefeito ao vetar o projeto que alteraria o Compresp. Esperamos que, no momento em que o mundo premia, com o Nobel, o Painel da ONU de mudanças climáticas, nossos representantes na Câmara tomem consciência da necessidade de preservação de nosso ambiente e patrimônio urbanos. Os cidadãos e cidadãs de São Paulo não podem ficar à mercê de uma especulação imobiliária desenfreada, com visão imediatista, que deixará para o futuro um legado de insustentabilidade urbana e ausência de memória histórica, cultural e arquitetônica. Nossos vereadores, em vez de pensar em como articular a derrubada do veto, deveriam preocupar-se em refletir sobre o assunto tendo como pressuposto a ética com o presente e o futuro. "
ROS MARI ZENHA, pesquisadora do IPT e membro do Mover - Movimento de Oposição à Verticalização Caótica e pela Preservação do Patrimônio da Lapa e Região (São Paulo, SP)

Mensagem às crianças
"Perdão crianças. Não sejam "Renans", tampouco "casal Hernandes". Não sejam "Fernandinhos Beira-Mar" ou "Marcolas". Não sejam "anões de Orçamentos" ou "sanguessugas". Não sejam sórdidos das "máfias dos fiscais" nem abutres amebas da "máfia das ambulâncias". Não sejam os "satãs" que praticam as imundícies desumanas da pedofilia, do nepotismo, do racismo, do trabalho escravo, do machismo e de outras pragas que dizimam o ser. Mesmo sendo futuras vítimas das urnas. Sejam, sim, o antônimo disso tudo. Perdoem-nos, porque muitos de nós viramos as costas para atos que temos que enfrentar e delatar e, no entanto pela prática da apolítica e do temor, própria dos covardes, permitimos que todos esses crápulas renasçam pela nossa cumplicidade inerente a cada nosso ato de omissão."
CECÉL GARCIA (Santo André, SP)

Doloso x culposo
"Não sei se perdi alguma informação em algum momento, mas gostaria que alguém me explicasse por que o caminhoneiro do acidente de Santa Catarina foi indiciado por homicídio doloso enquanto o promotor que provocou a morte de três pessoas em acidente em Araçatuba foi indiciado por homicídio culposo."
LUIZ HENRIQUE KIEHN (São Carlos, SP)

 

"Um promotor de Justiça entrou na contramão e matou três pessoas que transitavam corretamente numa moto. Como confissão de culpa, negou-se a ser submetido ao exame legal que mostraria se estava alcoolizado. Essa ação foi tida pelo delegado como culposa. Como membro de Ministério Público, vejo com grande preocupação uma interpretação tão absurda e contrária à lei. Talvez o delegado tenha ficado com receio da reação do MP. Mas a ação foi evidentemente dolosa, sendo caso clássico de dolo eventual, onde o autor assume o risco de produzir o dano. O Ministério Público brasileiro tem o cacoete de interpretar que com o carro só se mata culposamente. Já passou a hora de mudar essa forma de colaborar com a impunidade. Dirigir bêbado e avançar sinal em pleno dia são evidentes casos de crime doloso praticados na direção de um carro e a ser julgado pelo tribunal do júri."
TELIUS MEMÓRIA , procurador de Justiça (Rio de Janeiro, RJ)

Celular nas escolas
"Gostei da piada! O governador Serra proíbe o uso de celulares nas escolas, mas até hoje não conseguiu tirá-los das celas nos presídios paulistas. É muito mais importante preocupar-se com a formação educacional, trabalhar com a conscientização dos alunos de que os celulares prejudicam seu aprendizado. Parece que o celular do Serra está com interferência, pois ele está fazendo com que as escolas percam o seu papel principal, que é o de ensinar, e passem a brincar de polícia. A educação deve mostrar aos seus alunos a hora e o lugar para o uso do aparelho, e não simplesmente proibir. Por que não se preocupar com problemas maiores como drogas e armas dentro das salas de aula?"
BETINA MADER LARA (Bragança Paulista, SP)

Aborto
"Achei muito interessante o suplemento especial da Folha "A família arruma a cama". Mas fiquei surpresa com as declarações de Jurandir Freire Costa dizendo que o rechaço ao aborto -que no Brasil se dá no nível do discurso, e não da prática- "acena para uma maior sensibilidade à vida". No mínimo simplista, no máximo completamente equivocado. Esta mesma Folha noticiou, em 8 de abril de 2007, levantamento do Datafolha mostrando que 55% dos brasileiros são favoráveis à pena de morte -um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano passado. Além disso, ser a favor do direito da mulher decidir se interrompe ou não uma gravidez indesejada não está no registro da "sensibilidade à vida", mas sim da sua dignidade e autonomia."
MÔNICA BARA MAIA (Belo Horizonte, MG)

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