São Paulo, segunda, 14 de dezembro de 1998

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Painel do Leitor

Encontro entre FHC e Lula

"É com alegria que vejo um encontro entre o presidente FHC e a oposição, especificamente uma oposição coordenada por Lula. Espero que desse encontro resultem vantagens reais para o nosso país. E ainda uma alternativa para o presidente contra a verdadeira oposição a qualquer governo que é ter uma base de apoio em grande parte fisiológica e corrompida.
Não que o PT vá negligenciar a sua nobre missão de ser oposição, mas que alguns assuntos sejam discutidos em bases pragmáticas para o bem do país."
Geraldo M. Teixeira (Curitiba, PR )
"Lula deveria ter discutido de forma mais ampla seu encontro com FHC. Da forma como ocorreu, sinto-me traído no voto dado a sua pessoa e nas propostas que pensava que defendia, como, por exemplo, oposição consistente, e não dubiedade na ação.
Lula jamais deveria tomar uma atitude que mais representa capitulação frente ao poder que nos oprime."
Marcos Antonio Corrêa (Ourinhos, SP)


Explosão e tragédia

"Quantas mortes serão ainda necessárias para que surja lei federal -uma medida provisória, quem sabe, num governo tão pródigo delas- proibindo taxativamente o fabrico, a venda e o uso de fogos de artifício sem o rigoroso controle de técnicos especializados, principalmente em espetáculos públicos?"
Guilherme Greenhalg da Matta (Niterói, RJ)


Ordem dos fatores

"Não seria mais lógico e viável o governo atuar nessa ordem: menor carga tributária, menor taxa de juros, maior produção, maior geração de empregos, maior arrecadação via atividade econômica e nada de aumento de alíquotas?
É um sonho? Pode ser. Mas dizem que "todo homem é do tamanho de seu sonho'."
Dorival Balbino (Ribeirão Preto, SP)

Desmonte

"Gostaria de saber quais os resultados das privatizações realizadas até presente data. Li sobre o desmonte sugerido pelo sr. presidente do PFL e achei necessário também que se incluísse o Amazonas. Caso ainda houvesse necessidade, também Brasília. Ah, Brasília não! Já está vendida."
José Ribamar A. Bulhão (São Luís, MA)
"País emergente, com 170 milhões de habitantes, povo obediente, com baixa escolaridade, vastíssima biodiversidade, PIB de mais de US$ 800 bilhões e 30 milhões de miseráveis.
Vendo por qualquer oferta. Motivo: recomposição de reservas. Tratar com Fernando Henrique Cardoso."
Alberto Magno Porto de Oliveira (São José dos Campos, SP)


Pinochet e a lei

"Quero felicitar esse extraordinário Saulo Ramos pela abundância de luz, de coloração eminentemente jurídica, que espraiou sobre o caso Pinochet em seu artigo "Está faltando advogado' (pág. 1-3, Opinião, ontem).
Espero que todos reflitam sobre a advertência, contida no artigo do jurista, de que "a garantia de justiça começa pela absoluta obediência aos princípios legais da competência judiciária'.
Pinochet não o fez, e quer nos parecer que espanhóis e ingleses estão a lhe seguir a trilha!"
João Spalloni de Oliveira (Santo André, SP)


Idosos

"Li na Folha de 11/12 pesquisa que informa que o "país não está preparado para mais idosos". Fiquei verdadeiramente preocupada, pois, tendo 60 anos, tenho medo da reação do governo, que precisa atingir as metas do FMI e adora jogar a culpa de todos os problemas econômicos por que passa o país em nós, aposentados.
Receio que a equipe econômica descubra alguma forma de diminuir, mais ainda, nossa aposentadoria, para que assim não vivamos tanto.
A Folha não devia divulgar esse tipo de notícia, altamente perigosa para os idosos, haja vista o governo que temos."
Maria Cândida Leal de Menezes (São Paulo, SP)


Provão

"Li, com perplexidade, a reportagem publicada nesse jornal no dia 6/12 referente aos resultados do provão. No ranking publicado pela Folha com base nos dados do MEC/Inep, a Unesp foi colocada em sexto lugar. Minha surpresa se deu com relação à inadequada metodologia adotada no ranking, que compara quantidades e atuações distintas. A Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, por ter tido oito cursos avaliados, sendo sete com A e um com B, conquistou o primeiro lugar. Já a Unesp, com 22 cursos avaliados -14 com A, 6 com B e 2 cursos com C-, obteve a sexta colocação.
As universidades que tiveram uma quantidade maior de cursos avaliados, como a Unesp, ficaram prejudicadas, já que se levou em conta apenas a proporção de conceitos A em relação ao total de cursos avaliados.
Se fossem contabilizadas as notas A e B, a Unesp, com certeza, obteria uma classificação muito melhor. Como pró-reitora de Graduação da Unesp, quero explicitar o desagrado desta instituição referente à injusta classificação que nos foi atribuída tanto pelo exposto como também por não ter sido considerada a relação entre os resultados da avaliação e a história dos cursos avaliados."
Maria Aparecida V. Bicudo, pró-reitora de Graduação da Universidade Estadual Paulista -Unesp (São Paulo, SP)


TV brasileira

"Da violência falsificada à licenciosidade em horário nobre, a televisão brasileira deixa todos descontentes, ou por questões éticas ou por questões de qualidade. Uma hipocrisia generalizada que faz vista grossa e indiferente à transformação de desgraças de lares em mercadoria, como no tempo do tráfico negro.
A dupla que faz mais sucesso na televisão, hoje, é a Carla ex-Tchan, com seu vazio programa "Fantasia', e o famoso Ratinho, dupla que, mais do que brega, bárbara ou simplesmente desprezível, é antes de tudo incômoda.
Ratinho e Carla não cativam apenas o povão, mas são consumidos como diversão por grande parte da elite, sobretudo os mais jovens, que devem ver naquilo um cinema "trash', mas esquecem ou não dão importância ao fato de que a matéria-prima, o enredo e os personagens são reais e brasileiros.
No momento em que se tenta buscar uma nova identidade cultural brasileira, surfando na onda que vai de "Central do Brasil" à Bienal antropofágica, passando pelo novo romance de Diogo Mainardi, "Contra o Brasil", temos que suportar a falta de escrúpulos e a mesmice dos programas de televisão." Flávio Lauria (Manaus, AM)


Bromato no pão

"Não, sr. Altair Defavari, presidente da Associação da Indústria de Panificação ("Painel do Leitor', 7/12), eu não escrevi bobagens nesta seção (30/11). Sou médico há 37 anos, tenho 63 de idade e há três anos (ou mais) venho estudando o assunto. Posso, me repetindo, dizer: aqui no Rio mais de 90% das padarias usam bromato no pão.
Aí em São Paulo e no interior é um pouco melhor, mas é preciso pesquisar. Fiz estudo por amostragem, entrevistei padeiros e auxiliares (e não eram empregados ressentidos) etc. É lamentável essa situação, ainda mais agora com recessão, dinheiro curto, desemprego etc. O povo está precisando comer mais pão, mas o bromato, embora deixe o pão bonito, retira dele o sabor e a capacidade de ser um alimento diário para lanche -torna-o enjoativo.
O ministro Serra tem que olhar o problema como saúde pública e também como um meio de reforçar a alimentação. Na Argentina se come o dobro e no Chile o triplo de pão."
Luiz Ribeiro de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)



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