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Painel do Leitor
Encontro entre FHC e Lula
"É com alegria que vejo um encontro
entre o presidente FHC e a oposição,
especificamente uma oposição coordenada por Lula. Espero que desse encontro resultem vantagens reais para o
nosso país. E ainda uma alternativa para o presidente contra a verdadeira
oposição a qualquer governo que é ter
uma base de apoio em grande parte fisiológica e corrompida.
Não que o PT vá negligenciar a sua
nobre missão de ser oposição, mas que
alguns assuntos sejam discutidos em
bases pragmáticas para o bem do
país."
Geraldo M. Teixeira (Curitiba, PR )
"Lula deveria ter discutido de forma
mais ampla seu encontro com FHC. Da
forma como ocorreu, sinto-me traído
no voto dado a sua pessoa e nas propostas que pensava que defendia, como, por exemplo, oposição consistente, e não dubiedade na ação.
Lula jamais deveria tomar uma atitude que mais representa capitulação
frente ao poder que nos oprime."
Marcos Antonio Corrêa (Ourinhos,
SP)
Explosão e tragédia
"Quantas mortes serão ainda necessárias para que surja lei federal -uma
medida provisória, quem sabe, num
governo tão pródigo delas- proibindo
taxativamente o fabrico, a venda e o
uso de fogos de artifício sem o rigoroso
controle de técnicos especializados,
principalmente em espetáculos públicos?"
Guilherme Greenhalg da Matta (Niterói, RJ)
Ordem dos fatores
"Não seria mais lógico e viável o governo atuar nessa ordem: menor carga
tributária, menor taxa de juros, maior
produção, maior geração de empregos,
maior arrecadação via atividade econômica e nada de aumento de alíquotas?
É um sonho? Pode ser. Mas dizem que
"todo homem é do tamanho de seu sonho'."
Dorival Balbino (Ribeirão Preto, SP)
Desmonte
"Gostaria de saber quais os resultados das privatizações realizadas até
presente data. Li sobre o desmonte sugerido pelo sr. presidente do PFL e
achei necessário também que se incluísse o Amazonas. Caso ainda houvesse necessidade, também Brasília.
Ah, Brasília não! Já está vendida."
José Ribamar A. Bulhão (São Luís,
MA)
"País emergente, com 170 milhões de
habitantes, povo obediente, com baixa
escolaridade, vastíssima biodiversidade, PIB de mais de US$ 800 bilhões e 30
milhões de miseráveis.
Vendo por qualquer oferta. Motivo:
recomposição de reservas. Tratar com
Fernando Henrique Cardoso."
Alberto Magno Porto de Oliveira
(São José dos Campos, SP)
Pinochet e a lei
"Quero felicitar esse extraordinário
Saulo Ramos pela abundância de luz,
de coloração eminentemente jurídica,
que espraiou sobre o caso Pinochet em
seu artigo "Está faltando advogado'
(pág. 1-3, Opinião, ontem).
Espero que todos reflitam sobre a advertência, contida no artigo do jurista,
de que "a garantia de justiça começa
pela absoluta obediência aos princípios
legais da competência judiciária'.
Pinochet não o fez, e quer nos parecer
que espanhóis e ingleses estão a lhe seguir a trilha!"
João Spalloni de Oliveira (Santo André, SP)
Idosos
"Li na Folha de 11/12 pesquisa que
informa que o "país não está preparado para mais idosos". Fiquei verdadeiramente preocupada, pois, tendo 60
anos, tenho medo da reação do governo, que precisa atingir as metas do FMI
e adora jogar a culpa de todos os problemas econômicos por que passa o
país em nós, aposentados.
Receio que a equipe econômica descubra alguma forma de diminuir, mais
ainda, nossa aposentadoria, para que
assim não vivamos tanto.
A Folha não devia divulgar esse tipo
de notícia, altamente perigosa para os
idosos, haja vista o governo que temos."
Maria Cândida Leal de Menezes (São
Paulo, SP)
Provão
"Li, com perplexidade, a reportagem
publicada nesse jornal no dia 6/12 referente aos resultados do provão. No
ranking publicado pela Folha com base
nos dados do MEC/Inep, a Unesp foi
colocada em sexto lugar. Minha surpresa se deu com relação à inadequada
metodologia adotada no ranking, que
compara quantidades e atuações distintas. A Universidade de Brasília
(UnB), por exemplo, por ter tido oito
cursos avaliados, sendo sete com A e
um com B, conquistou o primeiro lugar. Já a Unesp, com 22 cursos avaliados -14 com A, 6 com B e 2 cursos
com C-, obteve a sexta colocação.
As universidades que tiveram uma
quantidade maior de cursos avaliados,
como a Unesp, ficaram prejudicadas, já
que se levou em conta apenas a proporção de conceitos A em relação ao total
de cursos avaliados.
Se fossem contabilizadas as notas A e
B, a Unesp, com certeza, obteria uma
classificação muito melhor. Como
pró-reitora de Graduação da Unesp,
quero explicitar o desagrado desta instituição referente à injusta classificação
que nos foi atribuída tanto pelo exposto como também por não ter sido considerada a relação entre os resultados
da avaliação e a história dos cursos avaliados."
Maria Aparecida V. Bicudo, pró-reitora de Graduação da Universidade Estadual Paulista -Unesp (São Paulo,
SP)
TV brasileira
"Da violência falsificada à licenciosidade em horário nobre, a televisão brasileira deixa todos descontentes, ou por
questões éticas ou por questões de qualidade. Uma hipocrisia generalizada
que faz vista grossa e indiferente à
transformação de desgraças de lares em
mercadoria, como no tempo do tráfico
negro.
A dupla que faz mais sucesso na televisão, hoje, é a Carla ex-Tchan, com
seu vazio programa "Fantasia', e o famoso Ratinho, dupla que, mais do que
brega, bárbara ou simplesmente desprezível, é antes de tudo incômoda.
Ratinho e Carla não cativam apenas o
povão, mas são consumidos como diversão por grande parte da elite, sobretudo os mais jovens, que devem ver naquilo um cinema "trash', mas esquecem ou não dão importância ao fato de
que a matéria-prima, o enredo e os personagens são reais e brasileiros.
No momento em que se tenta buscar
uma nova identidade cultural brasileira, surfando na onda que vai de "Central do Brasil" à Bienal antropofágica,
passando pelo novo romance de Diogo
Mainardi, "Contra o Brasil", temos
que suportar a falta de escrúpulos e a
mesmice dos programas de televisão."
Flávio Lauria (Manaus, AM)
Bromato no pão
"Não, sr. Altair Defavari, presidente
da Associação da Indústria de Panificação ("Painel do Leitor', 7/12), eu não
escrevi bobagens nesta seção (30/11).
Sou médico há 37 anos, tenho 63 de
idade e há três anos (ou mais) venho
estudando o assunto. Posso, me repetindo, dizer: aqui no Rio mais de 90%
das padarias usam bromato no pão.
Aí em São Paulo e no interior é um
pouco melhor, mas é preciso pesquisar.
Fiz estudo por amostragem, entrevistei
padeiros e auxiliares (e não eram empregados ressentidos) etc. É lamentável
essa situação, ainda mais agora com recessão, dinheiro curto, desemprego
etc. O povo está precisando comer mais
pão, mas o bromato, embora deixe o
pão bonito, retira dele o sabor e a capacidade de ser um alimento diário para
lanche -torna-o enjoativo.
O ministro Serra tem que olhar o problema como saúde pública e também
como um meio de reforçar a alimentação. Na Argentina se come o dobro e
no Chile o triplo de pão."
Luiz Ribeiro de Oliveira (Rio de Janeiro, RJ)
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