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CRIMES DE FIDEL
Aproveitando-se de que os
olhares do mundo estavam voltados para os desmandos dos EUA
no Iraque, o ditador cubano, Fidel
Castro, resolveu endurecer o regime
e deflagrou uma nova onda de repressão na ilha caribenha.
Num intervalo de 20 dias entre captura e sentença, 75 dissidentes cubanos foram condenados a penas que
variam de seis a 28 anos de cadeia. As
acusações são as de atentar contra a
"segurança do Estado" e conspirar
"a favor de potência estrangeira".
Num desenvolvimento paralelo,
Havana condenou à morte e fuzilou
três pessoas que haviam sequestrado
um barco de passageiros e tentado
desviá-lo para a Flórida. O plano fracassou e os perpetradores foram detidos. Deve-se reconhecer que, diferentemente de presos políticos, os
sequestradores cometeram um crime grave. Mas isso não basta para
justificar a aplicação da pena capital
-já condenável em si mesma- para um delito que não causou mortes.
Fidel Castro poderia muito bem
aproveitar-se de um momento em
que a opinião pública mundial está
majoritariamente contra seu maior
inimigo -os EUA- para reforçar
os pleitos de Cuba diante da comunidade internacional. Se tivesse dado
sinais de distensão e abertura, conseguiria trazer para si a simpatia do
mundo, e quem sabe também algum
apoio político para tentar colocar um
fim ao embargo econômico que
Washington impõe aos cubanos.
Mas, atuando com a miopia típica
dos tiranetes, Fidel preferiu apostar
numa saída de força, numa atitude
criminosa que já lhe valeu ampla gama de condenação internacional.
Nos próximos dias, o caso será
apreciado pela Comissão de Direitos
Humanos da ONU, da qual Havana
poderá receber nova censura. Mas
não convém esperar muito de uma
comissão de direitos humanos presidida pela Líbia de Muammar Gaddafi -mais um sinal destes tempos
confusos em que vivemos.
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