São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TENDÊNCIAS/DEBATES

Um país democrático no Oriente Médio

ILAN SZTULMAN


Israel, ao comemorar mais um aniversário de independência, sonha com o momento em que o Oriente Médio seja mais associado a paz e democracia


O Estado de Israel completa 63 anos de existência em meio a um Oriente Médio em transformações.
A implacável onda que clama por mudanças trouxe à tona os problemas sociais e econômicos da região. Mas uma população árabe testemunha essas ações dramáticas de posição diferenciada, pois tem há décadas liberdades de expressão, religiosa, de orientação sexual e de organização partidária.
Essa numerosa comunidade árabe, que vive em Israel, composta por mais de 1 milhão de pessoas, entre eles juízes do Supremo Tribunal, diplomatas e parlamentares, pode conviver com a democracia, com o pluralismo e com o dinamismo econômico israelense. Além dos cidadãos de origem árabe, o mosaico israelense abriga diversas minorias.
Os bahá'í, violentamente perseguidos no Irã, mantêm seu centro sagrado em Haifa. Cristãos, reprimidos pelo Hamas em Gaza, encontram seus lugares sagrados protegidos em Jerusalém. Ao lado desse mundo religioso coexiste um universo laico, com espaço, por exemplo, para grupos que contestam a existência de Israel ou para grupos que organizam em Tel Aviv uma das maiores paradas gays do planeta.
Israel, o minúsculo (tamanho comparável a Sergipe) e único país do planeta a contar com uma população de maioria judaica, orgulha-se de abrigar diversas minorias. Orgulha-se de, em pouco mais de seis décadas, ter construído o Estado mais democrático da região.
A luta pela existência e pela construção de Israel cobra um preço extremamente caro. Mais de 22 mil de nossos cidadãos morreram em guerras com vizinhos que até hoje rejeitam a existência do país.
Mais de 3.000 vidas foram ceifadas pelo terrorismo. Hizbollah, Hamas e Irã falam até hoje em destruir o Estado judeu. Apesar da permanente atmosfera de beligerância imposta na região por regimes autocráticos ou fundamentalistas e por seus aliados, Israel, lar histórico de um povo com trajetória milenar, mergulha no século 21 como exemplo de inovação tecnológica, dinamismo econômico e de vigor democrático.
As contribuições do país vão desde a criação do tomate-cereja à do USB pen-drive, dos microprocessadores da Intel à nanotecnologia médica, exemplos de uma inventividade que prospera apenas em sociedades livres e modeladas pela democracia.
Todo o Oriente Médio merece esse modelo. E Israel, ao comemorar mais um aniversário de sua independência, sonha também com o momento em que a região seja menos conhecida por sua instabilidade e por regimes autoritários e mais associada ao desenvolvimento, à paz e ao respeito à democracia.

ILAN SZTULMAN é o cônsul-geral de Israel em São Paulo.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES
José Eduardo Cardozo e Paulo Abrão: Tráfico de seres humanos: desafios no Brasil

Próximo Texto: Painel do Leitor
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.