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ATRAIR INVESTIMENTO
O fluxo de investimento estrangeiro direto para os países
latino-americanos diminuiu pelo
quarto ano consecutivo, segundo relatório divulgado pela Unctad (Conferência das Nações Unidas para o
Comércio e o Desenvolvimento). Em
1999, o volume de recursos alcançou
US$ 109 bilhões, caindo para US$ 49
bilhões em 2003 -uma redução de
55%. Com isso, a participação da
América Latina no fluxo de investimento para países em desenvolvimento declinou de 48% para 28%.
Há fatores externos e internos que
explicam essa tendência. Diante da
deterioração das condições econômicas nos países-sede, as próprias
empresas transnacionais contiveram
suas estratégias de expansão. Essa
tendência foi, no entanto, exacerbada pela retração dos investimentos
na região latino-americana, dada a
estagnação econômica e o fim dos
processos de privatização. Entre 1999
e 2003, a taxa média de crescimento
da região foi de 1,2%. No mesmo período, a Ásia registrou uma expansão
de 6,3%, atraindo um volume mais
significativo de capital.
De modo geral, a atuação das empresas transnacionais costuma se
ampliar quando há perspectivas de
crescimento das economias. O investimento estrangeiro direto impulsiona um ciclo expansivo, mas não o
determina. Para 2004, projeta-se
uma taxa de crescimento dos países
latino-americanos em torno de
3,7%, o que provavelmente resultará
em alguma recuperação dos recursos produtivos aplicados na região.
No Brasil, os investimentos registraram elevação no primeiro trimestre deste ano de 2,2% em relação ao
mesmo trimestre de 2003. Para que
possa ganhar dinamismo, essa retomada dos investimentos domésticos
e estrangeiros precisa ser impulsionada por ações governamentais. Há
toda uma agenda a ser desembaraçada no Congresso e nos órgãos federais. Ela vai das políticas industriais
ao aperfeiçoamento dos marcos regulatórios, passando por diretrizes
para o fortalecimento do mercado de
capitais e a racionalização tributária.
Sem que se ofereçam ao investidor
regras claras e a confiança no crescimento, a incipiente recuperação do
PIB corre o risco de mostrar-se insuficiente e efêmera.
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