São Paulo, Terça-feira, 15 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Corregedoria

"A propósito do artigo do jornalista Fernando Rodrigues, sob o título "Os gatos e os cachorros de FHC", publicado na pág. 1-2 (Opinião) de 14/6, a Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria Geral da República tem a esclarecer o seguinte:
1) Trata-se de artigo que contém expressões injuriosas e difamatórias, além de informações levianas e falsas.
2) Os processos a que alude o jornalista, ao contrário do que ele disse, mereceram exame pelo procurador-geral da República sob total isenção, com a rapidez exigida e baseado em sólidos fundamentos jurídicos, nos termos da Constituição Federal e das leis.
3) Diante das ações em curso contra vários ministros e o procurador-geral da República, este apresentará suas razões em juízo e, para que nenhuma dúvida restasse, solicitou à Aeronáutica que arbitrasse o valor do ressarcimento."
Antonio Arrais, assessor-chefe de Comunicação Social da Procuradoria Geral da República (Brasília, DF)

Ministros marcianos

"O nosso sorridente presidente parece cada vez mais confuso. Para repreender seus belicosos ministros, divulgou uma regra segundo a qual "não há mais ministro de partido, mas sim de governo". Esqueceu, entretanto, que, há poucos meses, provavelmente deslumbrado pela reeleição, ameaçou os então futuros ministros com a demissão caso seus partidos não se mantivessem fiéis ao governo. Ora, desse jeito, só recrutando em Marte!"
Antonio Leonardo de Almeida Moura da Costa (Niterói, RJ)

Pensões

"Na qualidade de presidente da Associação de Militares da Reserva das Forças Armadas, que também congrega pensionistas de militares, devo esclarecer que o título "Pensão de filhas de militares custa 800 mi ao Tesouro" (pág. 1-4, Brasil, 4/6) não condiz com a realidade, como se pode verificar no quadro demonstrativo que vem logo abaixo do texto, que revela que o Tesouro despendeu, em 1998, tão-somente R$ 58,721 milhões para todas as pensões, e não somente para as filhas pensionistas. Quanto aos R$ 800 milhões, Padre Roque, deputado federal pelo PT-PR, por má-fé ou desídia, se referiu a todos os gastos das três Forças Armadas em 1998, o que vem, mais uma vez, corroborar que mentiu.
Por outro lado, o jornalista Rui Nogueira não poderia cometer "barrigada", pautando-se numa única informação, embora de um deputado federal. Deveria, antes, averiguar com assessorias militares para certificar-se de que a notícia era verdadeira.
Devo informar, com conhecimento de causa, que as pensões militares não se originam de impostos, taxas ou quaisquer outros tributos cobrados do povo, mas de um desconto compulsório de todos os militares da ativa, da reserva ou reformados, por 30, 40, 50 ou mais anos de contribuição.
Espero que esse jornal, que tem primado por informar com seriedade os seus leitores, faça o devido reparo, a fim de que a população não se encha de rancores contra os militares, que já vêm sofrendo com os baixos proventos que percebem, e não os considere verdadeiros "chupa-cofres" da nação."
José Silva Gazar, presidente da Associação de Militares da Reserva das Forças Armadas (Salvador, BA)
Resposta do jornalista Rui Nogueira - Para dirimir dúvidas confrontei os números fornecidos pelo gabinete do deputado Padre Roque (PT-PR) com a assessoria de dois dos quatro ministérios militares. Os números estão certos e as filhas dos militares, maiores e menores de 21 anos, custaram ao Tesouro, em 98, quase R$ 800 milhões. O capitão Gazar confundiu o total de dinheiro gasto no ano passado com a quantidade de pensões pagas em 98: 58.217 (e não R$ 58.721).

Inflação duvidosa

"Do magnífico artigo produzido por Janio de Freitas em 13/6, algo chamou a minha atenção, bem como a de milhares de leitores da Folha. Os economistas de plantão terão uma dificuldade monumental para explicar àqueles que ganham entre 1 e 13 salários mínimos que o aumento cavalar de mais de 20% nas contas de luz gerará tão-somente um acréscimo de 1% em seus orçamentos domiciliares.
Seria lícito, no mínimo, perguntar sobre a atualidade e eficácia da metodologia usada pelas diversas entidades que calculam e divulgam a inflação. Uma dúvida, só uma dúvida."
Rui Ernesto Otto Behr (São Paulo, SP)

Privatização e empregos

"A notícia publicada pela Folha de 10/6, informando que a privatização das telecomunicações já fechou 18 mil postos de trabalho, causa grande revolta diante do uso impune de uma propaganda enganosa veiculada nas emissoras de TV, em que o governo argumentava em favor da privatização com a consequente melhoria na qualidade dos serviços e a criação de novos empregos diretos e indiretos.
Fica assim evidente o principal instrumento de governo de FHC, sua equipe e sua base parlamentar subserviente: a mentira."
Pedro Paulo Becker (Campinas, SP)

Kosovo e a Otan

"A despeito de toda sua pretensa civilização, os povos das potências européias devem ter algo de podre em sua formação. Só isso justifica que ingleses, franceses, italianos etc. aceitem esse vergonhoso ataque à Iugoslávia, um país relativamente pobre, sob a risível e hipócrita justificativa de "proteger" minorias locais. No momento em que escrevo, uma região central dos Bálcãs, Kosovo, está sendo repartida entre as forças da Otan, que deve ter sonhado com esse momento em todos os seus 50 anos de existência.
Duas guerras mundiais e milhões de mortos depois, os civilizados europeus parecem ter esquecido rápido."
Osvaldo Schilling (Florianópolis, SC)

Provão

"Fiquei estarrecido com as posições de Ricardo Capelli, presidente da UNE, em relação ao Exame Nacional de Cursos. É difícil de acreditar que o atual presidente de uma entidade que já esteve na vanguarda de tantas lutas tenha uma posição tão retrógrada e corporativista. Independentemente da qualidade do ensino que recebeu, um futuro profissional deve ser avaliado individualmente quanto à sua capacidade de resolver problemas. Isso é excelente para os alunos bem-formados.
Por outro lado, é muito positiva para os alunos a possibilidade de cursos de baixa qualidade serem melhorados ou fechados. A quem interessa uma formação ruim em troca de um pomposo, mas inútil, diploma?"
Leandro R. Tessler (Campinas, SP)

Multas

"Milhões de reais são arrecadados em multas, nossas estradas continuam péssimas e nosso policiamento também. Enquanto isso as autoridades continuam comprando mais e mais radares para continuar multando. No futuro não prestaremos mais atenção ao trânsito, e sim aos velocímetros!"
Richard Fortunato Cerqueira Fazzani (São Caetano do Sul, SP)

Puruba

"Parabéns à Folha pela publicação (7/6), no caderno Turismo, da magnífica reportagem sobre a Puruba, no litoral norte do Estado de São Paulo, ressaltando aspectos dramáticos do povoado e a luta de sua gente pela sobrevivência, incluindo o rico folclore local."
Luiz Ernesto Kawall (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Arnaldo Niskier: A cultura do contentamento

Próximo Texto: Erramos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.