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APOIO AO PARAGUAI
Nicanor Duarte Frutos assume hoje a Presidência do Paraguai. O novo mandatário se propõe a uma missão extremamente difícil: tirar do país a imagem que tem
de ser um paraíso da corrupção, da
falsificação e do contrabando.
Se os países da América Latina já
não primam pelo rigor no cumprimento das leis e normas em geral, no
caso do Paraguai essa tendência foi
agravada ao longo da história. As elites corruptas do país se confundem
com a elite do Partido Colorado ao
qual pertenceram todos os presidentes desde 1947 -Duarte inclusive.
O novo líder, diga-se em seu favor,
faz parte da ala menos tradicional
-e portanto menos viciosa- do
partido. Resta saber se conseguirá
impor-se. Os sinais são dúbios. De
um lado, Duarte indicou para dois
postos-chaves, o Ministério da Fazenda e a Direção Nacional de Aduanas, nomes que não fazem parte dos
quadros colorados. De outro lado,
porém, recebeu o apoio de figuras
notoriamente ligadas à economia
subterrânea do país.
Para agravar o quadro, o Paraguai,
como grande parte da América Latina, atravessa uma crise. Sua economia depende fortemente das do Brasil e da Argentina, que andam mal.
Para ter uma idéia, a parte da energia
produzida em Itaipu que o Paraguai
revende para o Brasil corresponde a
nada menos do que 25% das receitas
orçamentárias do país, cuja evasão
fiscal é calculada em incríveis 72%.
Apesar das enormes dificuldades,
o projeto do presidente Duarte de
"legalizar" o Paraguai merece apoio
das autoridades brasileiras e do Mercosul. É preciso oferecer o apoio material possível para ajudar o país vizinho. Afinal, boa parte dos desvios e
problemas paraguaios têm consequências no Brasil e contribuem para
fragilizar o bloco regional.
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