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São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

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APOIO AO PARAGUAI

Nicanor Duarte Frutos assume hoje a Presidência do Paraguai. O novo mandatário se propõe a uma missão extremamente difícil: tirar do país a imagem que tem de ser um paraíso da corrupção, da falsificação e do contrabando.
Se os países da América Latina já não primam pelo rigor no cumprimento das leis e normas em geral, no caso do Paraguai essa tendência foi agravada ao longo da história. As elites corruptas do país se confundem com a elite do Partido Colorado ao qual pertenceram todos os presidentes desde 1947 -Duarte inclusive.
O novo líder, diga-se em seu favor, faz parte da ala menos tradicional -e portanto menos viciosa- do partido. Resta saber se conseguirá impor-se. Os sinais são dúbios. De um lado, Duarte indicou para dois postos-chaves, o Ministério da Fazenda e a Direção Nacional de Aduanas, nomes que não fazem parte dos quadros colorados. De outro lado, porém, recebeu o apoio de figuras notoriamente ligadas à economia subterrânea do país.
Para agravar o quadro, o Paraguai, como grande parte da América Latina, atravessa uma crise. Sua economia depende fortemente das do Brasil e da Argentina, que andam mal. Para ter uma idéia, a parte da energia produzida em Itaipu que o Paraguai revende para o Brasil corresponde a nada menos do que 25% das receitas orçamentárias do país, cuja evasão fiscal é calculada em incríveis 72%.
Apesar das enormes dificuldades, o projeto do presidente Duarte de "legalizar" o Paraguai merece apoio das autoridades brasileiras e do Mercosul. É preciso oferecer o apoio material possível para ajudar o país vizinho. Afinal, boa parte dos desvios e problemas paraguaios têm consequências no Brasil e contribuem para fragilizar o bloco regional.


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