São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Chegou
"Finalmente ele chegou, aí está, para nos abismar, um verdadeiro "espetáculo do crescimento". Não é propriamente o crescimento da economia nem tampouco o do padrão de qualidade de vida do brasileiro. É um espetacular crescimento da ousadia autocrática do governo federal. Um desenvolvimento fenomenal da sanha pelo poder por parte daqueles que a história alojou em um elevado centro de decisão."
Jorge João Burunzuzian (São Paulo, SP)

Sem preguiça
"Os colonizadores do século 16 teriam adorado estas tais de terapias gênicas ("Terapia gênica transforma macaco preguiçoso em trabalhador dedicado", Ciência, 13/8), pois, assim como elas acabam com a preguiça dos macacos, resolveriam o problema do banzo dos escravos e a indolência dos índios que se recusavam a trabalhar."
Marina Helena Gonçalves MacRae (São Paulo, SP)

Flagelo social
"A reportagem "29 banqueiros enviam R$ 1,7 bi ao exterior" (Brasil, pág. A6, 13/ 8) evidencia uma das maiores mazelas sociais da história do Brasil: a distribuição de renda. Enquanto um punhado de homens detém cifras bilionárias, milhões de trabalhadores brasileiros -entre os quais milhões de aposentados que deram suas vidas pelo país- têm de sobreviver com míseros R$ 260 mensais. Até quando seremos coniventes com governos que não têm a coragem de mudar esse flagelo social?"
Hugo Frederico Vieira Neves (Florianópolis, SC)

Recuperação econômica
"Tudo indica que a avaliação positiva do governo Lula detectada na última pesquisa Sensus esteja ligada ao processo de recuperação econômica ora em curso. Mas não se sabe a extensão do processo: pode ser um crescimento sustentável ou uma bolha de crescimento que se dissipará no próximo ano. A taxa de investimento da economia brasileira é muito baixa, e a infra-estrutura é precária, especialmente nos setores de transporte e de energia. Além disso, a taxa básica de juros, de 16% ao ano, é muito elevada e inibe o investimento produtivo e a geração de empregos."
Rodrigo França (Belo Horizonte, MG)

Liberdade e ética
"Tenho acompanhado a discussão acerca do Conselho Federal de Jornalismo e gostaria de registrar, como ex-presidente do Conselho Federal de Psicologia e presidente licenciada do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, que liberdade de imprensa não deve ser confundida com regulamentação ética para o exercício de uma profissão. Muitas profissões em nosso país têm conselhos profissionais, e são eles que têm garantido o rigor ético da conduta profissional e a qualidade do serviço que é prestado à população. Conselhos são órgãos da sociedade que funcionam em defesa desta. Liberdade de expressão combina com ética profissional."
Ana Mercês Bahia Bock, presidente licenciada do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (São Paulo, SP)


"Esse projeto do Conselho Federal de Jornalismo é o complemento perfeito da lei sancionada pelo presidente Médici em 1969 sobre a obrigatoriedade do diploma de graduação em jornalismo para o exercício da profissão. Só há uma saída para essa brincadeira: a proibição completa dos cursos de graduação na área. Todos os cursos desse nível deveriam ser transformados em cursos de pós-graduação, sobre os quais a lei do regime militar não teria nenhuma jurisdição. Isso libertará os jornais do jugo do diploma pernicioso e dispensável."
Cacildo Marques (São Paulo, SP)

Hediondos
"A discussão sobre a modificação da Lei dos Crimes Hediondos reflete o anseio pelo tratamento racional da criminalidade, já que a mencionada lei, nascida como solução para a violência, mostrou-se inócua para esse fim. Aliás, a violência é um problema que não se extingue ou se reduz por graça de lei ou pela diminuição do respeito às garantias constitucionais do cidadão. Espera-se que a mesma eficácia que a lei hedionda encontrou nos meios judiciários seja emprestada aos até agora abandonados direitos individuais previstos na Constituição da República."
Fernanda Vargues Martins, vice-presidente no exercício da presidência do Instituto de Defesa do Direito de Defesa -IDDD (São Paulo, SP)

Cassinos, empregos, impostos
"Nos primeiros seis meses deste ano, os turistas estrangeiros desembolsaram aqui US$ 1,62 bilhão, um recorde histórico. Acredito que esse montante poderia facilmente ter sido de US$ 3 bilhões se o governo permitisse a instalação de cassinos de alto luxo. Não entendo por que os cassinos, que existem nas principais cidades turísticas do mundo, não são permitidos aqui no Brasil. Legalizados, gerariam milhares de empregos, arrecadando milhões em impostos."
Aurélio Nunez Rolan (São Paulo, SP)

Sem entender
"É difícil entender a política econômica do Brasil. Se, por um lado, o governo defende o crescimento econômico, por outro dá liberdade à Petrobras para aumentar o preço da gasolina e do diesel. Hoje, os preços da gasolina e do diesel para os brasileiros estão entre os mais altos do mundo. Surge daí um questionamento: porque a Petrobras detém o controle do preço? Não seria melhor para a economia brasileira dar liberdade às empresas para importar de outros países esses produtos para reduzir os seus custos e, com isso, facilitar a vida dos brasileiros? Onde estão os nossos deputados e senadores que não vêem que o povo brasileiro não tem capacidade de pagar um preço exorbitante pelos combustíveis?"
Salézio Dagostim, presidente da Confederação Nacional dos Contadores (Porto Alegre, RS)



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