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Problemas no estágio
MENOS DE dois meses após
ser sancionada, a nova
Lei do Estágio provoca
efeitos preocupantes. Segundo a
Associação Brasileira de Estágios (Abres), a oferta de vagas no
país caiu 40% nesse período.
Conforme noticiou ontem o jornal "O Estado de S.Paulo", levantamento da entidade aponta
uma diminuição de 55 mil para
33 mil postos mensais.
Dados semelhantes são fornecidos pelo Núcleo Brasileiro de
Estágios. Antes da sanção da lei,
o número de vagas oferecidas para estagiários era de 2.700 por
semana. Após a nova regra, caiu
para 1.500 vagas. Os alunos do
ensino médio foram os mais prejudicados. De acordo com a
Abres, 40 mil estagiários do ensino médio foram desligados no
último mês em todo o país.
Até o momento, não é possível
atribuir a queda a vícios na lei nº
11.788/08. Em princípio, ela traz
benefícios ao estudante. A regra
estabelece que o estagiário passa
a ter direito a férias remuneradas. O empresário fica obrigado a
contratar um seguro contra acidentes pessoais. A jornada de
trabalho passa a ter o limite de
20 a 30 horas semanais.
A lei torna obrigatória, além
disso, a concessão de bolsa-auxílio e vale-transporte. São regras
que procuram evitar a precarização das relações de trabalho.
Especialistas dizem que a queda na oferta de vagas ocorre porque as empresas ainda não conhecem todos os aspectos da nova lei. Com o tempo, argumentam, o problema tende a diminuir, e a contratação de estagiários, a voltar à normalidade.
De todo modo, a concessão dos
novos benefícios também precisa ser reavaliada pelas autoridades. Num país com altos níveis
de desemprego e rígida legislação trabalhista, normas mais severas para o estágio podem prejudicar os próprios estudantes
em busca das primeiras oportunidades profissionais.
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