São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Aborto
"Gostaria que o ministro Nelson Jobim soubesse que eu prefiro ser "fundamentalista" em defesa da vida alheia (do feto-pessoa, do feto-cidadão), sobre a qual ninguém deveria arvorar-se em ter direitos, a ser conivente com a "matança de criancinhas" ("Sempre fui favorável ao aborto, diz Nelsom Jobim", Cotidiano, 14/12). Não é possível que o ministro ainda não se tenha dado conta de que o abortamento resulta na morte do feto e que, quando provocado, responsabiliza aqueles que deveriam garantir a essa criança cidadania."
Irvenia L. S. Prada, professora titular emérita da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (São Paulo, SP)

 

"A direção da Igreja Universal do Reino de Deus foi procurada no dia 8/12 pela jornalista Fernanda Mena, que nos enviou duas perguntas que seriam publicadas na reportagem sobre a lei do aborto. Ao lermos a reportagem, vimos que, em relação à opinião religiosa, somente foram publicados os pareceres da Igreja Católica e de um pastor da Assembléia de Deus. Seguem abaixo as perguntas com as devidas respostas. Pergunta: qual é a posição da Igreja Universal a respeito do aborto? A favor ou contrária e por quê? Resposta: a Igreja Universal do Reino de Deus zela pela qualidade de vida das pessoas. Por isso, nos casos em que haja risco de morte para a mãe e a qualidade de vida fique comprometida, cremos que a mãe deva ter o direito de escolha. Pergunta: e no caso de gravidez de bebê anencéfalo ou conseqüente de estupro? Resposta: somos a favor da interrupção da gravidez em ambos os casos, pois, no primeiro, é sabido que a criança não sobreviverá e há grandes chances de que a saúde da mãe seja comprometida, podendo até mesmo chegar a óbito. No segundo caso, a mãe certamente ficará traumatizada, e a criança poderá ter sérios problemas ao saber como foi gerada. Neste caso, a qualidade de vida de ambos ficará prejudicada, por isso cremos que é justo que a própria mãe decida se quer levar a gravidez adiante ou não. Acreditamos ser de grande valia à população o conhecimento de que há pareceres religiosos favoráveis à interrupção da gravidez."
Patricia Lages, diretora de conteúdo da Universal Produções (São Paulo, SP)

Secretariado
"Em sua primeira apresentação como novo secretário municipal de Educação, o deputado José Aristodemo Pinotti anunciou que pretendia transferir os alunos dos CEUs para outras escolas e utilizar aquelas instalações para aulas de reforço ("Pinotti anuncia suspensão de novos CEUs", Cotidiano, 14/12). Pouco tempo depois, foi obrigado a se desdizer. O episódio demonstra que seu nome foi escolhido muito mais por conveniência política do que por convergência programática, o que é lamentável, uma vez que Serra sempre criticou a politização das estruturas e prometeu um secretariado com perfil técnico. Antes de anunciar mudanças em um programa que está dando certo, o novo secretário deveria primeiro conhecer o trabalho que é realizado naquelas unidades."
Fábio Silva Santos (São Paulo, SP)

Professor
"Nos dias 6/12 e 10/12, foram publicadas duas cartas de leitores sobre a atuação como professor do deputado federal conhecido como Professor Luizinho. Fui diretora por cinco anos na escola estadual onde o Professor Luizinho era professor de matemática e a ele só tenho elogios a fazer. Foi talvez o melhor professor de matemática com quem trabalhei, um dos poucos que conseguiam fazer os alunos entenderem bem o conteúdo matemático. Era muito sério e responsável e muito querido pelos alunos, apesar de rigoroso. Em sala de aula, preocupava-se com a matéria a ser ensinada e com o aprendizado dos alunos e jamais usou, no período em que trabalhamos juntos, esse local para proselitismos políticos. Gostaria que se fizesse justiça a um professor que sempre cumpriu muito bem seu papel de docente."
Maria Amélia Ferreira Perazzo, diretora escolar aposentada (Santo André, SP)

Cotas
"Ao ler a reportagem "Com boa nota, cotista precisa de recursos" (Cotidiano, 13/12), fiquei feliz por saber que os alunos que passaram nos vestibulares pelo sistema de cotas obtiveram notas muito similares -e até superiores- aos que adentraram a universidade como não-cotistas. Mas não entendo uma coisa. Se os cotistas conseguem na universidade médias similares ou até superiores aos não-cotistas, por que então não eliminar o sistema de cotas? O que se quer provar realmente com o sistema de cotas? Ou melhor, o que se quer escamotear por meio desse sistema?"
Daniel Campos Silva Assis (São Paulo, SP)

Mínimo
"A economia brasileira não está suportando pagar os atuais R$ 260 do salário mínimo -haja vista a enorme e cada vez mais descomunal informalidade- e vêm agora os chefões da hipocrisia e da demagogia irresponsável sugerir a aprovação antecipada de valores surrealistas. Com certeza, exceto em alguns bolsões do Sul e do Sudeste, milhares de micro e pequenas empresas desaparecerão -e com elas os empregos para os trabalhadores menos qualificados. De tabela, a arrecadação da saqueada Previdência Social sofrerá recuo substancial em virtude da menor quantidade de trabalhadores com empregos formais. A propalada criação de 1,8 milhão de empregos em 2004 representa pouco mais do que o número normalmente oferecido pela economia brasileira nos governos passados -aí já embutidos os empregos oriundos do aquecimento sazonal do final de ano. Também não deveria ser omitido para a população de baixa renda que a grande maioria dos empregos ofertados são para pessoas de comprovada qualificação profissional. Os excluídos continuarão no seu calvário. O momento nacional não permite que se use desse artificio para deflagrar a reeleição de Lula."
Sérgio Villaça (Recife, PE)

Visto
"O artigo "Despachante dribla fila do visto aos EUA" (Cotidiano, 14/12) pode levar o leitor a concluir equivocadamente que somente despachantes têm acesso ao sistema de agendamento de entrevistas de visto para os Estados Unidos (www.visto-eua.com.br) para remarcar entrevistas já agendadas. Este consulado gostaria de esclarecer que todas as pessoas que têm entrevista já marcada podem, elas mesmas, acessar o sistema de agendamento e monitorá-lo para antecipar e remarcar a entrevista. Nenhum pagamento extra ou depachante é necessário para remarcar a entrevista."
Jennifer Bullock, adida de imprensa do Consulado Geral dos Estados Unidos (São Paulo, SP)


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