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PAINEL DO LEITOR
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Violência
"Contardo Calligaris ("Maioridade penal e hipocrisia", Ilustrada,
15/2) traz alguma lucidez ao debate
sobre a maioridade penal.
Não têm razão os que acham que
o menor é um ser puro, indefeso e
injustiçado, e que merece a proteção da sociedade a qualquer custo,
assim como não a têm os que defendem a punição pura e simples,
cujo principal apanágio é a redução
da maioridade penal, ou seja, vingança em primeiro lugar.
O desenvolvimento da personalidade do homem não acontece de
forma linear. Além dos fatores genéticos, as diferenças sociais e econômicas impedem que o grau de
maturidade psicológica e física de
cada jovem aconteça em idade cronológica única para todos.
Não há defesa, portanto, para o limite fixo de três anos de internação
do menor criminoso, para o simples "apagamento" da "ficha criminal" do infrator aos 18 anos nem para a pura e simples redução da idade penal."
ISNALDO PIEDADE DE FARIA (Brasília, DF)
"Enquanto o Congresso Nacional
pretende criar penas criminais
mais graves, ficamos sabendo que
existem 350 mil mandados de prisão a serem cumpridos e um déficit
de 90 mil vagas no sistema prisional
do país.
Pergunto-me então: onde a Justiça irá colocar os novos presos? Que
medidas está tomando para prender os 350 mil criminosos já condenados? Quando irá julgar os milhares de processos emperrados em
suas gavetas?"
JOEL GERALDO COIMBRA (Maringá, PR)
"Ou o Brasil deu errado ou eu estou errado. Senão, vejamos.
O presidente da República, indignado, quer saber o porquê de tanta
violência no país, pois, assim que
ele souber, vai tomar providência. A
presidente do STF acha que o momento não é oportuno para discutir
mudanças na legislação penal, mas
quer R$ 30 mil por mês.
O presidente do Senado, advogado famoso, não externou sua opinião, mas quer um aumento de quase 100% nos salários dos senadores.
O presidente da Câmara não sabe
como evitar a corrupção e o crime,
mas espera sugestões. Cem por cento de aumento vai bem.
O presidente da CNBB acha que
os jovens e adultos não devem usar
camisinha -doenças, gravidez e excesso de população se resolvem
com abstenção.
Um famoso jurista acha que uma
pessoa que tenha tido um filho assassinado por um "dimenor" não pode pedir uma pena maior do que
três anos, seria burrice.
O humorista/cartunista do jornal
não vê diferença entre um bebê
com chupeta na boca e um homem
de barba na cara.
Os filhos deles, esses citados aí
em cima, moram/estudam na França, nos EUA, na Suíça...
O povo? Ah, o povo, na próxima
eleição, vai votar sabiamente, como
sói fazer."
FRANCISCO ESTELITE XAVIER, professor municipal
aposentado (Belo Horizonte, MG)
Arquivos
"Em relação ao artigo "O silêncio
de Dilma" (Opinião, 14/2), informo
que o processo de redemocratização do país já conta mais de 20
anos, mas somente o atual governo
tomou medidas efetivas para recuperar e revelar aos brasileiros uma
face escondida de sua história.
As vítimas da repressão e suas famílias puderam, finalmente, conhecer o teor de parte dos arquivos
da ditadura. Essa memória está no
acervo transferido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o
Arquivo Nacional de Brasília, em
dezembro de 2005.
Na ocasião, a ministra Dilma
Rousseff declarou à imprensa que
não seria possível garantir com certeza que todos os documentos do
regime militar foram preservados,
já que não se sabe o que aconteceu
nos anos anteriores, e se eles estariam intactos ou não.
Até o final de 2005, o cidadão que
procurasse essas informações recebia apenas certidões resumidas.
Hoje, ele tem acesso ao documento.
A partir de janeiro de 2006, foram
expedidas e fornecidas quase 37 mil
cópias a interessados, familiares,
pesquisadores e jornalistas.
Em 2004, o governo reduziu os
prazos de sigilo dos documentos.
Antes, a reserva poderia chegar a
50 anos; agora, o tempo máximo é
de 30 anos. Apesar desse avanço, o
governo continua estudando formas de aperfeiçoar esta legislação.
No artigo que a ministra publicou na Folha de 22/12/2005, ela
chamava a atenção para o fato de
que a abertura dos arquivos "representa a possibilidade de a sociedade
brasileira conhecer uma parte obscura de sua história recente". Parte,
sim, porque nem tudo o que foi produzido pelos órgãos de repressão
naqueles anos de chumbo poderá
ser recuperado.
Jamais a ministra anunciou ou
prometeu algo diferente do que está sendo executado."
ANA RIBEIRO, assessora de imprensa da Casa Civil
(Brasília, DF)
Resposta do jornalista Mario
Magalhães - O governo Collor
foi o primeiro a liberar arquivos
da ditadura. O governo Lula
manteve o "sigilo eterno" para
certos papéis. Em 2005, a ministra Dilma Rousseff disse que
se fazia "história", mas entregou um arquivo esvaziado pela
supressão de documentos.
Universidades paulistas
"Carta do secretário de Comunicação do governo Serra ("Painel do
Leitor" de ontem) não menciona
que o Executivo está contingenciando recursos das universidades
estaduais devidamente consignados na LDO e na LO-2006, mas afirma que "não há a segunda intenção
de que seja mudado o sistema de gerenciamento dos recursos das instituições universitárias".
Omite que a LO-2007 ainda não
foi votada porque, entre outros motivos, o Executivo vetou na LDO-2007, aprovada pela Assembléia
Legislativa, não só a ampliação de
recursos para a educação pública
em geral mas também o dispositivo
que excluía de contingenciamentos
as dotações de programas e ações
referentes a todas as áreas sociais:
ampliação do sistema prisional;
modernização da segurança pública; modernização e aperfeiçoamento da Polícia Técnico-Científica;
Família Cidadã - Ações Sociais Integradas; proteção social básica; rodovias vicinais e terminais rodoviários; apoio à expansão e melhoria
do ensino médio; expansão do ensino público tecnológico; expansão
do ensino público técnico.
Ademais, o governo do Estado vetou a realização de audiências públicas durante a elaboração da LO-2007 e deve explicações à sociedade
quanto aos reais motivos tanto da
violação da autonomia universitária quanto dos vetos autoritários de
Lembo/Serra à LDO-2007."
CÉSAR AUGUSTO MINTO, presidente da Associação
dos Docentes da Universidade de São Paulo
-Adusp (São Paulo, SP)
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