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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Informação
"Refiro-me à nota "Para dentro", publicada em 5/4 no "Painel" (Brasil, pág. A5), para afirmar que seu conteúdo está equivocado. Na reunião com assessores de imprensa do governo, no dia 3/4, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal, Luiz Gushiken, em nenhum momento transmitiu orientação aos ministros para que não falassem "off", para que dessem entrevistas coletivas só quando fosse estritamente necessário ou para que evitassem conceder entrevistas exclusivas. A recomendação tinha o objetivo de fazer que os representantes do governo adotassem a prática de conceder "briefings" coletivos aos jornalistas para oferecer informações sobre temas em pauta, minimizando os riscos de interpretações equivocadas ou distorcidas. Quanto à prática do "off", a observação do ministro visava pedir que esse expediente fosse evitado quando significasse alguma forma de privilégio de informação, constituindo mero "vazamento", o que, muitas vezes, contribui para o entendimento incompleto ou errado de determinado assunto. Quanto às entrevistas, devem ser preferencialmente coletivas, também para, por um lado, evitar privilégios a qualquer veículo de comunicação e, por outro, para garantir que as informações sobre as ações de governo cheguem ao maior número possível de cidadãos. De forma nenhuma isso significa que as entrevistas exclusivas não possam ser concedidas. Todos sabemos que a pauta e a cobertura dos veículos de comunicação não são necessariamente iguais, e é natural que, muitas vezes, um jornalista busque a informação individualmente. Gostaria também de registrar que o ministro Gushiken tem insistido quanto ao papel da secretaria de trabalhar sempre para facilitar o fluxo de informação e tem reafirmado o compromisso do governo com a liberdade de expressão e com o direito do cidadão à informação."
Maurício Lara, assessoria de imprensa da Secretaria de Comunicação (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - Três assessores de imprensa do governo ouviram e relataram à Folha as recomendações de Luiz Gushiken aos ministros. O missivista, aliás, confirma que houve recomendação para evitar "vazamentos" de informação.


Grampo
"Após tomarmos conhecimento da nota "Exército do grampo" ("Painel", 14/ 4), nós, senadores do Partido dos Trabalhadores, movidos pelos sentimentos de justiça e de lealdade, julgamos correto esclarecer que, quando surgiram as denúncias que envolviam grampos telefônicos no Estado da Bahia, externamos de imediato a opinião de que o caso merecia uma investigação rigorosa. Por se tratar de um crime grave, que viola direitos constitucionais e vidas privadas, o PT sempre agiu no para garantir a apuração total de todas as denúncias e a punição exemplar dos culpados. Tão logo surgiram indícios concretos do envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães, decidimos pedir, por meio de requerimento ao Conselho de Ética, a criação de uma subcomissão com três senadores para acompanhar o inquérito federal. Alguns dias depois, quando fomos procurados pelos jornalistas da revista "IstoÉ" com fatos ainda mais graves sobre o caso, pedimos a abertura imediata de processo de investigação pelo Conselho de Ética. Temos acompanhado todo o processo e somos testemunhas de que o Conselho de Ética tem agido sob a luz da coerência, da imparcialidade e da dignidade e sem a interferência externa de nenhum parlamentar. Achamos, portanto, injusta qualquer insinuação que possa ferir a conduta ilibada e a honradez do líder do governo, Aloizio Mercadante, no tratamento dispensado ao assunto."
Tião Viana , líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo (Brasília, DF)


Antiamericanismo
"Nessa onda antiamericana da mídia, Elio Gaspari e Nelson Ascher, colunistas dessa Folha, tentam mostrar um lado diferente da história, com a prudência e o equilíbrio necessários. Por isso respeitam a inteligência do leitor. Tomara que convençam os incautos."
Evandro Pelarin (Fernandópolis, SP)

 

"Repugnante a mensagem do senhor Ivan Rojas ("Painel do Leitor", 15/4). A Folha tem, em muitas oportunidades, transcrito textos de articulistas de jornais como "Washington Post" e "The New York Times" (quase sempre a favor dos EUA), além da ótima cobertura da guerra no Iraque feita por Sérgio Dávila e Juca Varella (que não poderiam mostrar a invasão de outra forma). Acredito que o citado leitor não esteja lendo com a devida atenção o caderno diário Mundo. O senhor Ivan Rojas precisa ser informado de que houve, em virtude das ações dos americanos, a implosão moral da ONU, o que torna a guerra ilegítima. Além disso, o famoso antraz era produto dos próprios americanos em 2001, o que faz os EUA poderosos em armas químicas."
Renato Baladore (Itapeva, SP)


Ciência
"Não procede a informação veiculada em carta do senhor Rogério Cezar de Cerqueira Leite publicada nesta seção em 12/4 de que um "funcionário da Unesco" tenha interferido no CNPq com relação a problema de bolsa de estudo da filha do ministro da Ciência e Tecnologia. É lamentável que a argumentação do mencionado senhor envolva a Unesco no Brasil em assuntos que não dizem respeito à organização."
Ana Lúcia Guimarães, assessora de comunicação da Unesco no Brasil (Brasília, DF)


Cuba
"José Saramago está, enfim, desencantado com a ditadura simpática ("Após execuções, Saramago retira seu apoio a Fidel", Mundo, pág. A21, 15/4). Aqui segue o silêncio da dita esquerda ante a nova onda de atrocidades em Cuba: perseguição, tortura, execuções. Cadê os manifestos e os atos públicos? Cadê as entrevistas e os artigos irados dos que pregam que um mundo novo é possível? Silêncio cúmplice, que despreza a coerência, o imperativo categórico, a ética de princípios, a universalidade dos direitos humanos. PS: A Folha hoje informa qual é a posição do governo federal sobre o "paredón': o muro.
Carlos A. Idoeta (Santana de Parnaíba, SP)


Inclusão digital
"Se o Brasil está em 32º lugar em compreensão de leitura, se lidera o analfabetismo na América Latina, se tem 60% de evasão escolar e 74% de analfabetos funcionais e está discutindo a inclusão digital, meu amigo finlandês perguntou logo quem irá sair ganhando com isso."
Ascenso Furtado (Rio de Janeiro, RJ)


Drogas
"Descaracterizar o uso de entorpecente como crime só pode ser coisa dessas comissões de direitos humanos, que querem transformar o Brasil em uma Bolívia e entregar o Brasil para Beira-Mar, Andinho e outros. O Brasil não tem capacidade para combater os traficantes nem para acabar com o tráfico. A única maneira é enfraquecê-los no que eles têm de mais forte, que é o poderio financeiro. Aumentando a pena dos viciados, diminuiríamos a procura pela droga e, aí sim, os traficantes seriam enfraquecidos. Concordo que ser viciado é ser doente, mas essa é uma doença consensual, porque todos conhecem os malefícios que as drogas causam e se viciam porque querem. Liberando-os do processo criminal, estaremos aumentando a impunidade e, com isso, o poder já grande dos traficantes. Está na hora de mudar ou de acabar com essa brincadeira que são os direitos humanos no Brasil."
Orlando Faccini Júnior (São Bernardo do Campo, SP)


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