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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cortes
"Li com dor no coração a manchete da Folha de ontem ("Classe média corta saúde, escola e lazer", Primeira Página), que mostrou que nos últimos seis anos as famílias consideradas de classe média no Brasil perderam mais de 30% de sua renda. Consequentemente, o consumo diminuiu e o desemprego aumentou.
Apesar de essa bomba-relógio ter estourado agora, o culpado por esse verdadeiro massacre contra a classe média é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, com o Plano Real, promoveu deliberadamente uma derrama fiscal contra a classe média."
Sergio Tannuri (São Paulo, SP)

Oriente Médio
"Muito tocante a composição da Primeira Página de quinta-feira passada, 12 de junho, com as fotos das duas meninas feridas em atentados no Oriente Médio ("Palestino mata 16; Israel mata 10'). É um grito desesperado para a nossa humanidade.
Retirem-se as legendas e poderiam ser a mesma criança. A dor que as torna iguais só não sensibiliza aqueles monstros que querem o poder a qualquer custo. Para eles, somente a própria prole merece viver.
Acredito que instigar algum tipo de reação tenha sido a intenção da editoria de imagens e parabenizo-os por isso."
Viviane Montecinos (São Paulo, SP)

Previdência
"Gostaria de parabenizar a Folha pela cobertura do ato dos servidores públicos realizado em Brasília no dia 11 de junho, quarta-feira.
Porém, na reportagem "Petistas ignoram governo e vão a protesto" (Brasil, pág. A 10), não fui citada como uma das participantes do ato. Gostaria de dizer que não só estive presente na manifestação como participei da comissão de parlamentares formada pelo presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, para receber os representantes dos servidores."
Fátima Bezerra, deputada federal -PT-RN (Brasília, DF)

Aposentadoria
"Totalmente sem sentido a opinião do leitor Roberto Marques em sua carta publicada em 15 de junho nessa seção.
Alega ele que o FGTS jamais pode ser concedido ao servidor público porque é um seguro contra o desemprego -e que só deve ter direito a ele quem não tem estabilidade. Mas, como o FGTS também é concedido a quem se aposenta, e se a idéia da reforma é igualar em direitos e deveres os funcionários públicos com os da iniciativa privada, então nada mais justo do que conceder o FGTS aos servidores públicos quando estes se aposentam -igualzinho ao que acontece na iniciativa privada.
Ou será que o leitor acha que concessão de FGTS na aposentadoria como acontece na iniciativa privada é também privilégio e deve acabar?"
Paulo Roberto Evaristo (Rio de Janeiro, RJ)

Alfabetização lucrativa
"Alfabetizar é bom e lucrativo. Principalmente quando a matéria-prima é garantida pelas próprias escolas públicas.
Chegou a hora de acabar com a suposta solidariedade dessa poderosa indústria implantando em todo o país, imediatamente, o provão para as classes de alfabetização."
Ergógiro Dantas, pedagogo aposentado (Rio de Janeiro, RJ)

Radical
"A chamada ala radical do PT afirma em alto e bom som que representa o verdadeiro pensamento petista -seja lá o que signifique isso.
No entanto, sobre o envio de US$ 30 bilhões ao exterior via Banestado, nenhum deles mostrou publicamente o menor sinal de revolta até agora. Diante desse conformismo bastante soturno, gostaria de saber o que mudou: o partido, eles (os radicais) ou ninguém?
Será que eles só sabem reclamar quando dói o próprio calo? Será que fazem oposição também com a intenção de sabotar e de tentarem chegar ao poder? Será que mandar US$ 30 bilhões para fora é menos grave do que violar o painel do Senado ou grampear o telefone de alguns adversários políticos? Ou é tudo farinha do mesmo saco?"
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Credibilidade partidária
"É bom alguns partidos políticos se preocuparem mais com a coerência e com a integridade de pensamento em lugar de ficarem voltados para as aparências mascaradas.
Pesquisa realizada pela cientista Maria D'Alva Kinzo, da Universidade de São Paulo, com cerca de 2.000 eleitores, revelou que, nas últimas eleições, 82% do eleitorado escolheu seu voto com base na história pessoal do candidato, e não no partido ao qual é filiado.
O resultado reforça a idéia de que, nas eleições proporcionais no Brasil, predomina o voto personalizado. A constatação é do cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
A mesma pesquisa revela que, entre as razões do voto, 29% dos eleitores conhecem o trabalho do candidato, 20% gostam de suas idéias e apenas 5% votam por causa do partido. A cada dia que passa, principalmente devido às "mudanças de lado", o eleitor se identifica menos com a ideologia partidária e prioriza o candidato em detrimento da sigla."
José Batista de Carvalho Filho (Campinas, SP)

Futuro real
"Enquanto a Folha homenageou George Orwell e seu centenário de nascimento com ótimos artigos no Mais! de 1º/6, o tão democrático EUA e sua FCC (Comissão Federal de Comunicações) rumam para tornar realidade o futuro profético de 1984: controle.
E sem tempo para discussões pseudo-filosóficas à la "Matrix", mas com medidas concretas, que fazem com que o vislumbre de um Grande Irmão se torne bem mais próximo do que o de uma revolução (dos homens)."
João Paulo Toyama Udo (Campinas, SP)

Juros
"Muitos criticam Lula por ter adotado, neste começo de governo, uma política de juros altos e de corte de gastos públicos. Porém essas pessoas se esquecem de que Lula recebeu de FHC um déficit público de R$ 61 bilhões, uma dívida pública crescente (que passou de R$ 153 bilhões para R$ 880 bilhões no mandato tucano), uma taxa de inflação mensal de 3% (que, anualizada, dá mais de 40% ao ano) e um déficit externo de US$ 13 bilhões. Lula ficou sem alternativa e teve de implementar uma política recessiva para poder reduzir a inflação e impedir a explosão da dívida pública.
Somente com a queda consistente da inflação, com a aprovação da reforma previdenciária e tributária e com o aumento do superávit comercial (o que já está ocorrendo) é que será possível promover o crescimento sustentado (não-inflacionário) da economia."
Marcos Doniseti Vicente (Salto, SP)

Gastos sociais
"Não sou economista, mas uma simples conta revela uma realidade muito constrangedora deste país.
Recentemente foi divulgado que os impostos que pagamos representam a absurda proporção de pouco mais de 40% do PIB nacional. Ontem a Folha noticiou na Primeira Página que os gastos do governo na área social correspondem a aproximadamente 10% do mesmo PIB. Assim, podemos depreender que, no máximo, uma quarta parte do que pagamos de impostos é investido no social. Triste realidade!
O fato contrasta com os discursos que temos escutado na mídia nos últimos tempos, nos quais representantes do governo afirmam que "não se percebe o retorno dos impostos porque este ocorre em segmentos mais desfavorecidos da população".
Na verdade não percebemos a contrapartida do governo ao recolhimento voraz dos impostos porque estes escoam por canais invisíveis, pagando serviços de dívidas públicas e engordando a contabilidade de bancos em detrimento das reais necessidades da população."
José A. Maia (São Paulo, SP)


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