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Pequeno passo
O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), criado pelo governo
federal para todos os níveis de
ensino registrou, em sua primeira comparação, de 2005 a 2007,
discreta mas generalizada melhora. Metas estabelecidas para
2009 já foram cumpridas.
Há razões para comemorar
com cautela. Os objetivos fixados
para o ano que vem -nota 4,2
para a 4ª série fundamental, 3,7
para a 8ª e 3,5 para a 3ª do ensino
médio- são modestos. A meta de
longo prazo, no ensino fundamental 1 (até a 4ª série), é chegar
à média de países desenvolvidos,
6. Obter respectivamente as notas 4,2, 3,8 e 3,5 não entusiasma.
A metodologia do Ideb é recente e a série, muita curta. Os poucos décimos acrescidos podem
muito bem resultar de oscilações
estatísticas ou nos critérios. Iniciativas de reforma no ensino demoram anos para maturar.
A má notícia do Ideb está no
desempenho pífio do ensino médio, calcanhar-de-aquiles da
qualificação da mão-de-obra no
país, que já impõe limitações à
competitividade da economia.
Dez Estados deixaram de cumprir a meta nesse nível de ensino.
Sete deles -Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Pará, Rio de
Janeiro e Sergipe- chegaram a
registrar recuo no indicador.
Até certo ponto, era previsível
essa desigualdade no desenvolvimento do ensino médio. O aumento da cobertura só pode começar pelas classes iniciais; ano
após ano, os contingentes incluídos vão passando de série e de nível. Ademais, o total de alunos
tende a diminuir nos anos finais,
com o acúmulo de evasões. Os
efeitos da queda na taxa de fecundidade também demoram a
se fazer sentir nas últimas séries.
Se hoje há 2% de crianças de 7 a
14 anos fora da escola, cifra estabilizada há alguns anos, entre jovens de 15 a 17 anos essa parcela
se avizinha de um quinto. O ensino fundamental, sob menor
pressão demográfica, teve mais
tempo para acomodar os alunos
incluídos, em geral de camadas
pobres da população.
O diminuto avanço no Ideb
não autoriza ninguém a baixar a
guarda. Se existe algo que não
pode aguardar uma melhora vegetativa, no Brasil, é a educação.
Nessa matéria, ainda estamos
entre os últimos da classe.
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