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A REFORMA DA LUZ
A reforma da Estação da Luz,
um dos edifícios de maior significado para a história paulistana,
está à beira da paralisia em razão de
um conflito em que se misturam interesses divergentes e, no plano conceitual, avaliações diferentes sobre
os limites da intervenção no patrimônio arquitetônico da cidade.
Iniciado há dois anos para conclusão no 450º aniversário de São Paulo,
o trabalho dará conta de apresentar,
na comemoração de janeiro próximo, apenas a fachada do prédio, de
acordo com reportagem publicada
no domingo pela Revista da Folha.
Orçado em R$ 30 milhões, o projeto atinge também o espaço onde ficam as plataformas de embarque e
desembarque dos trens de subúrbio
-que serão interligadas pelo subsolo ao metrô-, incluindo ainda o interior do edifício. Esse último ponto
concentra a discórdia que envolve
arquitetos, empresas financiadoras e
órgãos de defesa do patrimônio.
Na concepção original da reforma,
as pequenas salas que ocupam o segundo andar dariam lugar a um
grande espaço para exposições, colocando abaixo paredes e toda a caracterização dos escritórios da estação inaugurada em 1901. A idéia desencadeou acusações de desrespeito
ao patrimônio, acaloradas disputas
técnicas e pareceres contraditórios
dos organismos reguladores.
É compreensível e mesmo desejável que a intervenção em marcos históricos não se faça sem debate público aprofundado. Espera-se, entretanto, que as discussões sirvam para
aperfeiçoar o projeto, não para adiá-lo indefinidamente.
Espécie de presente da São Paulo
Railway para celebrar seu acordo
com o governo brasileiro na passagem entre os séculos 19 e 20, a Estação da Luz foi, durante décadas, porta de entrada para os imigrantes que
chegavam à capital paulista. Por sua
importância na história do desenvolvimento da cidade, ela é parte essencial dos esforços de preservação
da memória e revitalização do centro de São Paulo.
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