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VANDALISMO E DESPREPARO
Uma explosiva mistura de euforia e vandalismo com despreparo do poder público terminou
com a depredação de lojas, ônibus e
estações de metrô na avenida Paulista. Uma banca de jornal foi incendiada e torcedores que ali se encontravam a título de "comemorar" a vitória do São Paulo Futebol Clube na final da Taça Libertadores, disputada
na noite de quinta-feira, entraram
em conflito com policiais militares.
Ninguém desconhece a presença
de grupos violentos entre as torcidas
de futebol. Trata-se de um fenômeno
internacional, que tem sido enfrentado na Europa por meio de medidas
específicas voltadas para a identificação e punição dos infratores.
No Reino Unido, por exemplo, onde o grau de violência de torcedores
chegou ao paroxismo, a ação coordenada do poder público com os clubes de futebol conseguiu progressos
notáveis, a ponto de os estádios terem abolido os alambrados que separavam o público do campo.
É verdade que, no Brasil, algumas
medidas vêm sendo tomadas, mas
está claro que ainda há muito por fazer para melhorar a segurança dentro e fora dos locais onde se realizam
as partidas. Além do vandalismo na
Paulista, um torcedor foi morto a tiros nas redondezas do Morumbi.
No caso das depredações, não basta culpar os marginais que as promoveram. Tudo indica que as autoridades públicas falharam em garantir as
condições de segurança no local.
Tratava-se, afinal, de algo perfeitamente previsível. Todos sabiam que
haveria uma multidão na Paulista e
conheciam as ameaças inerentes a
uma aglomeração desse tipo. Não se
pode subestimar os riscos de uma
concentração de torcedores da qual,
inevitavelmente, participariam grupos e indivíduos dispostos a realizar
atos de selvageria.
Faltou planejamento e competência aos responsáveis pela segurança.
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