São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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VANDALISMO E DESPREPARO

Uma explosiva mistura de euforia e vandalismo com despreparo do poder público terminou com a depredação de lojas, ônibus e estações de metrô na avenida Paulista. Uma banca de jornal foi incendiada e torcedores que ali se encontravam a título de "comemorar" a vitória do São Paulo Futebol Clube na final da Taça Libertadores, disputada na noite de quinta-feira, entraram em conflito com policiais militares.
Ninguém desconhece a presença de grupos violentos entre as torcidas de futebol. Trata-se de um fenômeno internacional, que tem sido enfrentado na Europa por meio de medidas específicas voltadas para a identificação e punição dos infratores.
No Reino Unido, por exemplo, onde o grau de violência de torcedores chegou ao paroxismo, a ação coordenada do poder público com os clubes de futebol conseguiu progressos notáveis, a ponto de os estádios terem abolido os alambrados que separavam o público do campo.
É verdade que, no Brasil, algumas medidas vêm sendo tomadas, mas está claro que ainda há muito por fazer para melhorar a segurança dentro e fora dos locais onde se realizam as partidas. Além do vandalismo na Paulista, um torcedor foi morto a tiros nas redondezas do Morumbi.
No caso das depredações, não basta culpar os marginais que as promoveram. Tudo indica que as autoridades públicas falharam em garantir as condições de segurança no local.
Tratava-se, afinal, de algo perfeitamente previsível. Todos sabiam que haveria uma multidão na Paulista e conheciam as ameaças inerentes a uma aglomeração desse tipo. Não se pode subestimar os riscos de uma concentração de torcedores da qual, inevitavelmente, participariam grupos e indivíduos dispostos a realizar atos de selvageria.
Faltou planejamento e competência aos responsáveis pela segurança.


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