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CRIME EDUCACIONAL
É um equívoco o projeto de lei
aprovado pela Câmara dos Deputados que torna obrigatória para
escolas da rede pública e privada a
oferta do idioma espanhol como disciplina optativa no horário regular
das aulas. Se o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva não vetar a medida, ela
se converterá em lei.
Ninguém duvida de que a língua
espanhola esteja entre as mais belas e
úteis do mundo. Obras capitais da literatura universal, como "Dom Quixote", foram escritas no idioma de
Castela, que é hoje falado por mais
de 250 milhões de pessoas.
O problema do projeto está no que
ele não diz. Existe a possibilidade nada remota de que o avanço do espanhol se dê em detrimento do ensino
do inglês, o que seria indesejável.
Atualmente, a LDB (Lei de Diretrizes
e Bases da Educação) fixa, para o ciclo médio, o ensino, em caráter obrigatório, de uma língua estrangeira
moderna a ser definida pela comunidade escolar. Prevê também a inclusão de um segundo idioma estrangeiro, em caráter optativo, se as instituições tiverem recursos para tanto.
O risco que se corre é o de que muitas escolas adotem o espanhol como
língua obrigatória, abandonando o
hoje dominante inglês. Assim, satisfariam a lei sem precisar aplicar fundos na criação de uma estrutura para
ministrar o segundo idioma.
E o inglês, gostemos ou não, é a
língua mais importante do mundo.
O idioma de Shakespeare é hoje o
que o latim foi durante a idade média, o principal veículo de comunicação entre falantes dos mais diversos
vernáculos. Praticamente todos os
grandes negócios e comunicações
científicas são feitos nessa língua.
Privar os brasileiros do acesso a essa
ferramenta de inserção global é um
verdadeiro crime educacional.
O mais desalentador é que todos os
sinais são de que o governo federal
apóia essa insanidade.
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