São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Daslu
"Começam as críticas contra as ações da Polícia Federal nos crimes de colarinho branco. Já estava demorando. Acusam-na de excesso de visibilidade, de fazer ações pirotécnicas, ostensivas e cinematográficas, de ilegalidade e de não dar espaço para a defesa. É interessante observar que essas ações ocorrem, diariamente, há décadas, nas favelas e nos bairros pobres, até mesmo com vítimas, e não conheço ações legais condenando essas arbitrariedades."
Antonio Negrão de Sá (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Quando barracos são invadidos ilegalmente pelas polícias Militar e Civil não aparece nenhum empresário, político, entidade jurídica ou qualquer autoridade para defender os direitos dos mais humildes. Foi só a PF e o Ministério Público começarem a pôr atrás das grades, legalmente, gente de colarinho branco e já se percebe a irritação seguida de chiadeira da turma do andar de cima. O Brasil está mudando, mas ainda não mudou de vez. A empresária chique acusada de sonegação fiscal, falsificação de documentos, formação de quadrilha e contrabando ficou somente 12 horas presa. A moça pobre que foi pega tentando furtar um xampuzinho no supermercado ficou presa por mais de um ano."
Pedro Valentim (Bauru, SP)

 

"Apesar de assustadora, é muito interessante a Operação Narciso. Mas, para ficar melhor ainda, deveria consultar o cadastro de clientes da loja e os seus respectivos gastos. E, já que a Receita também está envolvida, poderia cruzar os dados desses vorazes consumidores com suas declarações de renda. É boa oportunidade para fazer o serviço completo."
Sebastião Teles de Faria Neto (Patrocínio Paulista, SP)

Mortes maternas
"Em pleno século 21, com tantos avanços na medicina e tanta tecnologia para salvaguardar vidas, ainda vivemos como nos tempos medievais, e milhares de mulheres continuam morrendo ao dar à luz. O caso de João Pessoa ("Mortes no parto aumentam na Paraíba", Cotidiano, 15/7), onde ocorreram seis mortes maternas em 24 dias, é mais uma entre tantas outras ocorrências de que mal tomamos conhecimento. Parabéns à Folha e à repórter Cláudia Colucci pela seriedade da cobertura."
Jô Vital, assessoria de comunicação da ONG Cunhã - Coletivo Feminista (João Pessoa, PB)

Ônibus
"Em relação ao texto "Serra quer mais tempo para adaptar ônibus" (Cotidiano, 14/7), é importante acrescentar algumas informações relevantes. Quando José Serra assumiu a prefeitura, no começo deste ano, herdou das administrações passadas uma ação do Ministério Público Estadual cobrando o cumprimento da lei municipal 11.602/ 94, que prevê um ônibus adaptado por linha na cidade de São Paulo. Essa lei foi criada durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, em 94, e até 1999 nada havia sido feito. Por esse motivo, o MPE entrou com ação exigindo o cumprimento da lei (gestão Pitta) e obteve a primeira vitória em dezembro de 2000. Em 2002, na gestão Marta Suplicy, o TJ de São Paulo deu ganho de causa ao MPE e ainda instituiu uma multa diária de R$ 1.000 por dia e por linha se os ônibus adaptados não estivessem circulando. Apesar de recorrer, a prefeitura perdeu em última instância em 2004. O prefeito José Serra vai cumprir todas as obrigações legais na área de transporte, inclusive aquelas que herdamos das outras gestões. Não estamos adiando a solução, como fizeram as administrações passadas, e sim trabalhando no prazo estabelecido pelo próprio MP para cumprir o que quase dez anos de descaso legaram à Prefeitura de São Paulo. Estamos também desenvolvendo um estudo de nova logística para o transporte com o objetivo de realmente atender a demanda das pessoas com deficiência."
Mara Cristina Gabrilli, secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (São Paulo, SP)

Melhor
"Ao afirmar que "o Brasil merece coisa muito melhor" Lula estaria decididamente abrindo mão de sua candidatura à reeleição?"
Euclésio José Lodi (Itápolis, SP)

Caminhões em SP
"No editorial "Decreto interminável", (Opinião, 12/7), a Folha diz que causou surpresa a decisão do prefeito José Serra de "afrouxar mais uma vez" o decreto que impôs restrições à circulação de caminhões na cidade de São Paulo. O que as mudanças pretendem, na verdade, é tornar o decreto mais eficiente naquilo que é seu objetivo -reduzir as causas do permanente engarrafamento do trânsito da cidade. O editorial citou, mas não deixou claro, que os caminhões de 5,5 metros são VUC (veículos urbanos de carga), que carregam 1.500 kg de carga. Já os veículos de 6,3 metros são VLC (veículos leves de carga), que têm apenas 80 cm a mais, mas carregam 4.500 kg (três vezes mais). Ora, liberar o VLC não é "afrouxar", é aumentar potencialmente a possibilidade de reduzir a quantidade de caminhões em circulação. Além disso, a Folha diz que "restrições desse tipo só farão sentido se inscritas num programa mais geral para aumentar a fluidez do tráfego". Ora, a própria Folha tem noticiado medidas tomadas pelo prefeito que mostram a existência de um conjunto de ações adotadas nesse sentido. É o caso do aumento da fiscalização do rodízio (inclusive com novos radares móveis em teste), do combate à impunidade dos veículos de outros Estados, da colocação em operação das câmeras de fiscalização dos corredores de ônibus e da liberação de verbas para a CET recuperar e manter os semáforos inteligentes, entre outras medidas."
Sérgio Rondino, assessor de imprensa do prefeito José Serra (São Paulo, SP)

Homem do tempo
"Em 12/7 (Cotidiano), a jornalista Laura Mattos publicou texto sobre a morte do ilustre senhor Narcizo Vernizzi. Na reportagem, afirmou que esse senhor morreu em virtude de efeitos colaterais da anestesia -que causaram uma isquemia cerebral e hemorragia digestiva. Na verdade, o senhor Vernizzi foi submetido a cirurgia no dia 4 de julho, e transoperatório e o pós-operatório ocorreram sem intercorrências, tanto que, no dia 6 de julho, o senhor Vernizzi havia recebido alta da equipe médica que o atendera. Porém, naquele mesmo dia -e, portanto, sem relação com a anestesia-, o senhor Vernizzi apresentou um episódio de isquemia cerebral e, daí para a frente, uma evolução desfavorável que culminou com o seu óbito no dia 18 de julho. Procurei a senhora Laura Mattos e expliquei o equívoco cometido. Expliquei que essa notícia errada poderia causar mais pânico e desinformação sobre o que é anestesia, pois estava imputando, de forma errônea, a responsabilidade do óbito do senhor Vernizzi à anestesia. Pedi à jornalista que corrigisse o equívoco, com o que ela não concordou, sugerindo que eu fizesse essa observação nesta seção."
Jacy Mauro Fattori Júnior, médico anestesiologista (Mairinque, SP)

Resposta da jornalista Laura Mattos - A informação de que a anestesia teve como efeito colateral a isquemia cerebral e a hemorragia gástrica foi dada à Folha por Celso, um dos filhos de Narciso Vernizzi.


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