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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Nossa Senhora
da Glória
Sua festa , marcada para 15 de
agosto no calendário litúrgico, celebra-se, no Brasil, no próximo domingo (17/8). Data dos primeiros séculos do cristianismo a convicção de
que o corpo da Santa Virgem Maria
não sofreu corrupção , mas que, "uma
vez vencida a morte, foi levada em
corpo e alma à glória celeste, onde refulge à direita de seu Filho, o imortal
Rei dos séculos". Assim afirma a
Constituição Apostólica do Papa Pio
12 (1950).
A Mãe de Deus permaneceu associada a seu filho, Jesus Cristo, não só no
sofrimento e na morte mas no seu
triunfo e glorificação.
A razão profunda de ter superado a
corrupção após a morte e de sua assunção ao céu encontra-se, pois, na estreita ligação entre o Filho de Deus e
sua santa Mãe. Louvar a Deus pela
glorificação de Maria é reconhecer
que a vitória do Divino Salvador sobre
o pecado e a morte se estende a nós
também.
O pleno triunfo alcançado por Cristo redunda na gratuita elevação de
Maria, sua Mãe, à glória celeste, que é
fruto exclusivo do amor de Jesus por
sua Mãe. Ao louvarmos a assunção de
Maria, longe de enaltecermos isoladamente a Mãe de Jesus, estamos, pelo
contrário, afirmando, à luz da fé, o íntimo vínculo de amor que existe entre
o Filho e sua Mãe.
As festas de Maria são festas de Jesus
Cristo. Assim o entendem os católicos,
que, venerando o mistério da assunção da Mãe do Salvador, exaltam a força da vitória e da ressurreição de seu
Filho. Cristo veio para nos dar vida
plena e, em primeiro lugar, comunica-a àquela que o acolheu como Mãe.
a) A festa da Assunção de Nossa Senhora da Glória renova em nós a certeza da vida eterna e da vitória da misericórdia divina que a preservou de
todo pecado. Maria, como criatura e
nossa Mãe elevada ao céu, é o protótipo e a esperança de nossa ressurreição, graças aos méritos de Cristo.
b) Cresce a alegria filial ao contemplarmos Maria, após seu sofrimento
ao lado de Jesus na cruz, recebendo a
plenitude da vida feliz.
c) Essa alegria penetra no mais íntimo do nosso ser, pois acreditamos
que, também a nós, Deus nos fará felizes para sempre na Pátria Celeste, reconciliando-nos entre nós e com Ele.
d) Abre-se diante de nós um horizonte de felicidade ao sabermos, pela
fé, que nossa existência é destinada a
ultrapassar a morte terrena. Essa misteriosa certeza explica a confiança dos
mártires durante os tormentos e a paz
interior que todos nós devemos ter
diante do fato da morte. Aumenta em
nós a consolação de quem descobre
que não há proporção entre os sofrimentos da vida presente e a promessa
dos bens eternos.
e) Nasce a compreensão do valor
dos anos da existência terrena que nos
cabe ainda viver. Estamos a caminho
da felicidade. Para as comunidades
cristãs, o mistério da Assunção de Maria intensifica a vontade de fazer o
bem ao próximo, de servir na gratuidade e de praticar o perdão recíproco.
Antecipamos, assim, nessa vida o que
esperamos um dia se realize plenamente.
Louvando a Deus pela graça e glória
concedidas a Maria, agradecemos
sempre mais as palavras de Jesus, que,
confiando-nos como filhos e filhas à
sua Mãe querida, assegurou-nos seu
afeto e proteção materna nas vicissitudes da vida.
Bendito seja Deus!
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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