São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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PAINEL DO LEITOR

Segundo turno
"Em matéria de podridão política, São Paulo também continua sendo o primeiro Estado do país.
O apoio negociado entre Rossi, Fleury e Maluf para o segundo turno é a coisa mais infame e desqualificada que li e a que assisti nos últimos tempos. Reconheço que aqui na minha Minas Gerais o "trem' também está duro de engolir: Itamar e Newtão Cardoso. É mole?"
Sétimo Figueira da Rocha (Uberlândia, MG)

"O sr. Covas, com sua rabugice e seu destempero verbal, deveria ser mais polido e respeitar o dr. Paulo Maluf, seu adversário político e concorrente ao governo do Estado, que é um homem público que por duas vezes governou a cidade de São Paulo, foi governador do Estado, secretário dos Transportes e o deputado federal mais votado do Brasil, com uma folha de serviço prestado a São Paulo que dificilmente será igualada."
Daniel Barbosa de Andrade (São Paulo, SP)

"Invocando motivos fúteis, o PT se recusa a apoiar Covas, abrindo caminho para a eleição de Maluf. Prova cabal de que o famigerado princípio do "quanto pior melhor' do sectarismo obscurantista ainda domina esse partido, submetendo até pessoa aparentemente independente, lúcida e inteligente como Marta."
Nilze Barreto Lima (Belo Horizonte, MG)

Custo-benefício
"Gostaria que a Folha fizesse um trabalho para mostrar aos seus leitores o quanto custa uma eleição para presidente, senador, governador e deputados. Qual a relação custo-benefício de cada um deles e de seus partidos?
Sei que não deve ser fácil obter dados precisos. Entretanto uma visão aproximada dessa fortuna envolvida seria interessante para o conhecimento do leitor/eleitor."
Erton Silva dos Santos (São Paulo, SP)

Encíclica papal
"Com referência às sábias palavras de Carlos Heitor Cony (como sempre) a respeito da nova encíclica de João Paulo 2º, "Fé e Razão' (pág. 1-2, Opinião, ontem), gostaria de acrescentar o que consta da primeira página do livro "Evangelho Segundo o Espiritismo', de autoria de Allan Kardec: "Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade'. A igreja (ou João Paulo 2º) chegou à mesma conclusão apenas 132 anos depois."
Adilson Minossi de Oliveira (Florianópolis, SC)

"A união entre razão e fé, de que trata a 13ª encíclica, é impraticável no mundo de hoje. Isso porque a fé sobre a qual falavam santo Agostinho e santo Tomás não se referia a nenhum tipo de fideísmo -fé cega, típica dos movimentos carismáticos contemporâneos.
Ao contrário, tratava-se de uma fé "clarificada' pela razão. "A fé busca, a inteligência encontra', "a inteligência é recompensa da fé', como disse santo Agostinho.
Além disso, como renegar toda a tradição positivista, desde o início do século 19, que desvincula a metafísica da filosofia?"
Daniel Deluca (Belo Horizonte, MG)

Aumento de impostos
"O governo federal acena com medidas na direção do aumento da carga tributária. Vejo nos jornais, revistas e debates na TV comentários de economistas brasileiros e estrangeiros argumentando (todos!) a inconsistência de tais medidas, pois o efeito seria o contrário, com trágicos resultados: aumento do desemprego e redução mesmo da receita tributária.
O governo FHC trafega incólume a essas críticas, como se não fossem com ele. Parece-me tão óbvio que o momento presente implica mudança radical de atitude, ou seja, na direção do incremento da produção.
Que falta está fazendo um segundo turno das eleições presidenciais, somente para exigir um franco debate com o monarca FHC!"
João Carmo Vendramim (Campinas, SP)

Cortes na Saúde
"Os recentes cortes que o governo federal promoveu nas verbas para a Saúde do país -cerca de R$ 1 bilhão- podem ser traduzidos como a assinatura de uma sentença de morte para milhares de brasileiros. São os famosos excluídos, personagens constantes das campanhas eleitorais, mas esquecidos no dia-a-dia da administração por medidas provisórias.
Desde 1996 o orçamento para o setor Saúde vem caindo vertiginosamente. Com a queda nos recursos, todos os programas serão prejudicados. O governo precisa definir, urgentemente, se pretende proporcionar saúde ao país. Antes que seja tarde demais!"
José Erivalder Guimarães de Oliveira, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo -Simesp (São Paulo, SP)

Tempos Tucanos
"Há tempos não via a Folha publicar tamanho compêndio de absurdos como o caderno especial sobre o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (Tempos Tucanos, 9/10). Seria salutar, a princípio, debochar do simplismo a que se entregam articulistas desse jornal e nobres cientistas, economistas e todos os outros "istas' que recheiam de impropérios as páginas do caderno, quando enxergam relações perfeitas de causalidade entre a presença de um homem no gabinete do Planalto e toda uma gama variada de manifestações sociais.
Se a minha interpretação está equivocada e a do caderno correta, então é bastante provável que, assim como o governo do presidente tenha impulsionado o surgimento de Ratinhos ou louras do Tchan, também deve ter causado a degenerescência da imprensa nacional, que se reduz a essa peça vergonhosa.
Talvez maior que minha indignação seja minha estupefação ao ver um artigo crítico, mas honesto e coerente, de alguém tão capacitado como o sr. Otavio Frias Filho, ao lado de um elenco funesto de vilipêndios gratuitos à atuação do presidente.
Não foi tudo reduzido à lei do mercado, e é por isso que vozes como a minha devem surgir aos montes, espantadas com a estreiteza da capacidade intelectual desses senhores que escreveram na Folha. Se tudo é a lei do mercado, então a Folha continuará produzindo embustes como esse."
João Marcelo Borges (Brasília, DF)



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