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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Crime
"A punição severa de menor que pratica crime hediondo, evidenciando periculosidade exacerbada em seu comportamento, não deveria ser considerada agressão ao princípio consagrado no direito brasileiro de impor sanções educativas somente em período restrito. Sua condenação pela prática do delito deve ser rigorosa, e apenas o cumprimento da pena deve ser diferenciado do reservado ao adulto. No período de sua "menoridade", o infrator permaneceria sob a vigilância educativa, em presídio especial. Após esse tempo, cumpriria em presídio comum o restante da pena. Ou modificamos o código de menores a fim de aplicar penas mais rígidas ou estaremos sempre lamentando a perda de vidas preciosas pelas mãos de delinquentes que possuem o amparo e o respaldo de leis ultrapassadas."
Aníbal Gullo Júnior (São Paulo, SP)

 

"Dom Aloísio Lorscheider, arcebispo de Aparecida (SP), defendeu a redução da maioridade penal ("Arcebispo apóia redução da maioridade", pág. C5, 14/11). Ao que parece, defendeu tal idéia sem levar em consideração a humilhante injustiça social que vivemos e só para oficializar as barbáries praticadas contra nossos jovens -principalmente os das periferias de grandes centros. Gostaria de pedir ao arcebispo que relesse Mateus (5,13-14). É muito mais fácil tirar essas pessoas "indesejadas" da nossa vista. Difícil é ser o sal da terra, é evitar que nossas crianças cheguem a esse estágio humilhante, missão que Cristo deixou para todos, mas que, infelizmente, só alguns têm coragem de assumir."
Reinaldo dos Santos Lima (São Paulo, SP)

Desenvolvimento
"O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o Brasil não está "aproveitando o momento que tem hoje para fazer com que as empresas e o próprio governo tomem iniciativas mais ousadas visando a retomada do crescimento" ("Furlan critica "falta de ousadia" do governo", Dinheiro, pág. B8, 14/11). Gostaria de perguntar ao nosso simpático ministro qual é a pasta que ele comanda no governo. Que eu saiba, a promoção do crescimento cabe primordialmente ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior."
Antonio Carlos Alves Pereira (São Paulo, SP)

Sem comemoração
"Não concordo com a afirmação do senhor Francisco Carlos Balthazar ("Painel do Leitor", 13/11) de que a Folha tenha apostado no fracasso do governo Lula. Leitor e assinante da Folha há mais de 20 anos e eleitor de Lula nas últimas eleições (infelizmente), acho que o jornal cumpre o seu papel democrático de jornalismo sério. Se existem críticas, é porque elas têm fundamento. A Folha foi imparcial no governo Collor -quando o jornal foi invadido por policiais federais- e sempre criticou os desmandos e a incompetência do governo FHC. Penso que não deva ser diferente com o governo Lula. Esse negócio de só aplaudir, como fazem alguns animadores de TV, não ajuda em nada a melhorar a vida do país. Vivemos num país democrático, e as críticas, apesar de incomodarem, representam o que há de mais valoroso num país que se diz sério. Gostaria de aplaudir as realizações do presidente Lula, mas, até agora, ele não fez nada que mereça comemoração."
Israel Remunini (Campinas, SP)

Magistrados
"Quer dizer então que cinco magistrados processaram a Folha por causa de um cartum do Angeli, pois entenderam que seria um "deboche" ("Charge motivou ação de juízes contra Folha", Brasil, pág. A12, 13/11)? Sentiram-se ofendidos na sua decência e dignidade e pediram R$ 20 mil de indenização moral. Por "coincidência", desses cinco juízes, um está preso, dois são investigados por formação de quadrilha e um quarto já teve o nome citado nos jornais. Agora quem perdeu o senso de humor fui eu."
Daniel Rocha (Caieiras, SP)

Bitributação
"A Folha trouxe, na edição de 14/11, notícia sobre nova tentativa do governo para diminuir, ou eliminar, as deduções no Imposto de Renda relativas a educação e saúde. Vamos aos fatos: 1) Meus filhos estão em faculdade particular e nunca estudaram em escolas públicas. 2) Nunca utilizamos a rede pública de saúde -penso não haver necessidade de explicar o porquê. 3) Não utilizamos o serviço público de transporte. 4) Meu apartamento foi financiado por banco particular, a juros enormes, iguais aos dos bancos públicos. 5) Meus impostos, quando não são deduzidos na fonte, são pagos religiosamente na data de vencimento. Conclusão: se não recebo os serviços que deveria de acordo com os impostos que pago, o mínimo que espero é ter o dinheiro restituído. Se isso não ocorre, é bitributação. Ou não?"
Antonio Pedro da Silva Neto (São Paulo, SP)

Publicidade
"O título do artigo de Barbara Gancia de 14/11 fala por si só ("Verba para publicidade nunca falta", Cotidiano, pág. C2). Realmente, qualquer que seja o partido que governe, nunca se ouviu falar em falta de verbas para publicidade. Cortam-se recursos para educação, saúde e segurança pública, mas os gastos com publicidade são cada vez mais vultosos. Caberia aos governantes, de todos os níveis e de todos os partidos, uma profunda reflexão sobre essa questão. Quando os governantes fazem o que é preciso ser feito, a publicidade é desnecessária. Caso eles não cumpram com suas obrigações, a publicidade é inútil."
Florivaldo Fabrício (São Paulo, SP)

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