São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Maranhão do Sul
"Peço à Folha refletir sobre o equívoco dos textos sobre o Maranhão do Sul (editorial "Fábrica de Estados" e reportagem "Comissão aprova plebiscito sobre divisão do Maranhão", Brasil, 16/3), região em que sou acusado de ser o grande obstáculo a essa idéia, que nasceu na Constituinte de 88 e é alimentada por sete projetos em tramitação no Congresso, todos de autoria de adversários meus.
Hoje, é o compromisso de campanha número um do atual governador, Jackson Lago. A iniciativa do senador Lobão, na qual não tive nenhuma ingerência, vincula os projetos existentes a um plebiscito em que seja ouvida também a população que perderia território. Não posso aceitar ser acusado de uma idéia que não é minha e da qual não desejo apropriar-me.
No Maranhão, acusam-me de ser contra; nacionalmente, pago o preço de ser a favor. É o tal brocado popular: "Preso por ter cão, preso por não ter cão"."
JOSÉ SARNEY, senador pelo Amapá (Brasília, DF)

"Não nos fez justiça o editorial "Fábrica de Estados".
A iniciativa foi minha, não do senador José Sarney. E a senadora Roseana Sarney não perdeu a eleição no sul do Estado, e sim apenas em Imperatriz. Por outro lado, a minha iniciativa não é nova. Subscrevi um projeto em 1987, apoiei outro faz alguns anos no Senado e tenho me manifestado favoravelmente ao da Câmara no mesmo sentido, que tramita desde 2001.
Diga-se mais: que o governador eleito do Maranhão, doutor Jackson Lago, fez publicar declarações na imprensa estadual, ontem, de apoio à minha iniciativa.
Devo observar que a Constituição Federal, em seu artigo 12 do ADCT, recomenda a elaboração de "projetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia Legal...
Peço, assim, que não se veja em minha iniciativa qualquer intenção menos nobre."
EDISON LOBÃO, senador pelo PFL-MA (Brasília, DF)

Ministério
"Nosso presidente diz que ignorou a questão partidária para definir os ministros da Educação e da Saúde e que foram utilizados os critérios da "competência" e da "capacidade" dos indicados. E finalizou dizendo que, em saúde, se brincar é morte; em educação, se brincar é analfabetismo.
Eu gostaria de saber se para os outros ministérios (Agricultura, Fazenda, Turismo, Defesa, Justiça etc.) não é preciso ser competente e capaz? Basta ser filiado a um partido de sustentação do governo?
Vejamos o exemplo da indicação do ministro da Agricultura. Responde a quantos processos?
Será que esses processos refletem a competência e a capacidade do futuro ministro?"
FRANCISCO INÁCIO PINHEIRO (Araçatuba, SP)

"Seria impensável para qualquer empregador contratar uma pessoa que está sendo investigada pela Justiça, certo?
Pois é exatamente isso o que o governo está fazendo. Está -na verdade, estamos!- contratando uma pessoa investigada pelo STF. E agora a grande preocupação do presidente é se a mídia encontrará denúncias contra Balbinotti.
A minha preocupação é: como um homem de caráter duvidoso pode fazer um bom trabalho?"
WILSON BRUECKHEIMER JÚNIOR (Blumenau, SC)

Gerardo Mourão
"Gerardo Mello Mourão, nosso pai, sempre se orgulhou de ter sido jornalista na Folha, e agradecemos a gentileza do obituário publicado no último dia 10 ("Morre aos 90 anos o poeta Gerardo Mello Mourão", Ilustrada).
Para ajudar a manter o compromisso da Folha com a verdade, e para honrar a retidão da boa justiça brasileira, pedimos que se retifique a afirmação ligeira ali publicada de que nosso pai, "em 1942, acusado de colaborar com nazistas, foi condenado à morte -pena reduzida a 30 anos de prisão". Nosso pai nunca se envergonhou de seu passado integralista, pois achava, à época, que era um caminho para o desenvolvimento justo do Brasil.
A condenação a que o obituário se refere, entretanto, foi resultado de sentença em um dos abomináveis processos do nefando Tribunal de Segurança Nacional, aborto jurídico da ditadura do Estado Novo, e que foram declarados, a sentença e o processo, nulos e inexistentes pelo Supremo Tribunal Federal logo que redemocratizado o país e restabelecida a normalidade jurídica com a Constituição de 1946.
De resto, aquele simulacro de condenação tampouco foi à morte, mas a 30 anos de prisão (processo número 3.293 do nefando TSN).
Pedimos, assim, à Folha, jornal para cujo bom conceito ele tanto contribuiu, que não endosse como verdadeiras inculpações execrandas imputadas a nosso pai por instituições abjetas e indivíduos asquerosos que a história e o Brasil felizmente esqueceram."
BÁRBARA, GONÇALO E TUNGA MELLO MOURÃO (Rio de Janeiro, RJ)

TV pública
"Nelson Motta ("Fora do ar", Opinião, 16/3), tem razão quando reclama de um investimento de R$ 250 milhões para uma rede nacional de TV estatal que tanto ele como o ministro chamam erroneamente de rede pública. No mais, Motta está mesmo fora do ar. Há TV pública no Brasil, composta de 21 geradoras estaduais. Não visam o mercado, pois seu produto não é a audiência, mas a programação. Visam a formação crítica do telespectador para a cidadania. Têm programações da maior repercussão. Cada "Roda Viva" gera pauta para dezenas de jornais e TVs privadas.
A programação infantil da Cultura, da TVE do Rio e mesmo do Pará é a mais premiada do mundo. A TVE da Bahia, pela primeira vez na história, divulga o Carnaval negro da periferia, e não o camarote das oligarquias artísticas e políticas.
TV pública não se confunde com TV estatal. Cada uma tem seu lugar, segundo a Constituição. Comentarista sensível, Motta deve aprender isso. Está convidado para o Fórum Nacional de Televisão Pública, em abril, em Brasília. Certamente defenderá R$ 250 milhões para a produção de programas de qualidade ainda melhor. Assim como as sociedades e governos dão para a BBC, inglesa, para a NGK, japonesa, e para a PBS, norte americana."
JORGE DA CUNHA LIMA, presidente da Abepec -Associação Brasileira de Emissoras Públicas de Televisão (São Paulo, SP)

Resposta do colunista Nelson Motta - As perguntas de quem paga a conta continuam sendo: quanto custa cada uma dessas televisões e por quanta gente são assistidas? Não adianta aumentar a qualidade dos programas se eles são vistos por tão pouca gente que não valem os custos para colocá-los no ar. Seria mais barato dar comida e computadores.

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