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Maranhão do Sul
"Peço à Folha refletir sobre o
equívoco dos textos sobre o Maranhão do Sul (editorial "Fábrica de
Estados" e reportagem "Comissão
aprova plebiscito sobre divisão do
Maranhão", Brasil, 16/3), região
em que sou acusado de ser o grande
obstáculo a essa idéia, que nasceu
na Constituinte de 88 e é alimentada por sete projetos em tramitação
no Congresso, todos de autoria de
adversários meus.
Hoje, é o compromisso de campanha número um do atual governador, Jackson Lago.
A iniciativa do senador Lobão, na
qual não tive nenhuma ingerência,
vincula os projetos existentes a um
plebiscito em que seja ouvida também a população que perderia território. Não posso aceitar ser acusado de uma idéia que não é minha e
da qual não desejo apropriar-me.
No Maranhão, acusam-me de ser
contra; nacionalmente, pago o preço de ser a favor. É o tal brocado popular: "Preso por ter cão, preso por
não ter cão"."
JOSÉ SARNEY, senador pelo Amapá (Brasília, DF)
"Não nos fez justiça o editorial "Fábrica de Estados".
A iniciativa foi minha, não do senador José Sarney. E a senadora
Roseana Sarney não perdeu a eleição no sul do Estado, e sim apenas
em Imperatriz. Por outro lado, a
minha iniciativa não é nova. Subscrevi um projeto em 1987, apoiei
outro faz alguns anos no Senado e
tenho me manifestado favoravelmente ao da Câmara no mesmo
sentido, que tramita desde 2001.
Diga-se mais: que o governador
eleito do Maranhão, doutor Jackson Lago, fez publicar declarações
na imprensa estadual, ontem, de
apoio à minha iniciativa.
Devo observar que a Constituição
Federal, em seu artigo 12 do ADCT,
recomenda a elaboração de "projetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia
Legal...
Peço, assim, que não se veja em
minha iniciativa qualquer intenção
menos nobre."
EDISON LOBÃO, senador pelo PFL-MA (Brasília,
DF)
Ministério
"Nosso presidente diz que ignorou a questão partidária para definir os ministros da Educação e da
Saúde e que foram utilizados os critérios da "competência" e da "capacidade" dos indicados. E finalizou dizendo que, em saúde, se brincar é
morte; em educação, se brincar é
analfabetismo.
Eu gostaria de saber se para os
outros ministérios (Agricultura,
Fazenda, Turismo, Defesa, Justiça
etc.) não é preciso ser competente e
capaz? Basta ser filiado a um partido de sustentação do governo?
Vejamos o exemplo da indicação
do ministro da Agricultura. Responde a quantos processos?
Será que esses processos refletem a competência e a capacidade
do futuro ministro?"
FRANCISCO INÁCIO PINHEIRO (Araçatuba, SP)
"Seria impensável para qualquer
empregador contratar uma pessoa
que está sendo investigada pela
Justiça, certo?
Pois é exatamente isso o que o governo está fazendo. Está -na verdade, estamos!- contratando uma
pessoa investigada pelo STF. E agora a grande preocupação do presidente é se a mídia encontrará denúncias contra Balbinotti.
A minha preocupação é: como
um homem de caráter duvidoso pode fazer um bom trabalho?"
WILSON BRUECKHEIMER JÚNIOR (Blumenau, SC)
Gerardo Mourão
"Gerardo Mello Mourão, nosso
pai, sempre se orgulhou de ter sido
jornalista na Folha, e agradecemos
a gentileza do obituário publicado
no último dia 10 ("Morre aos 90
anos o poeta Gerardo Mello Mourão", Ilustrada).
Para ajudar a manter o compromisso da Folha com a verdade, e
para honrar a retidão da boa justiça
brasileira, pedimos que se retifique
a afirmação ligeira ali publicada de
que nosso pai, "em 1942, acusado de
colaborar com nazistas, foi condenado à morte -pena reduzida a 30
anos de prisão". Nosso pai nunca se
envergonhou de seu passado integralista, pois achava, à época, que
era um caminho para o desenvolvimento justo do Brasil.
A condenação a que o obituário
se refere, entretanto, foi resultado
de sentença em um dos abomináveis processos do nefando Tribunal
de Segurança Nacional, aborto jurídico da ditadura do Estado Novo, e
que foram declarados, a sentença e
o processo, nulos e inexistentes pelo Supremo Tribunal Federal logo
que redemocratizado o país e restabelecida a normalidade jurídica
com a Constituição de 1946.
De resto, aquele simulacro de
condenação tampouco foi à morte,
mas a 30 anos de prisão (processo
número 3.293 do nefando TSN).
Pedimos, assim, à Folha, jornal
para cujo bom conceito ele tanto
contribuiu, que não endosse como
verdadeiras inculpações execrandas imputadas a nosso pai por instituições abjetas e indivíduos asquerosos que a história e o Brasil felizmente esqueceram."
BÁRBARA, GONÇALO E TUNGA MELLO MOURÃO
(Rio de Janeiro, RJ)
TV pública
"Nelson Motta ("Fora do ar", Opinião, 16/3), tem razão quando reclama de um investimento de R$
250 milhões para uma rede nacional de TV estatal que tanto ele como
o ministro chamam erroneamente
de rede pública. No mais, Motta está mesmo fora do ar. Há TV pública
no Brasil, composta de 21 geradoras
estaduais. Não visam o mercado,
pois seu produto não é a audiência,
mas a programação. Visam a formação crítica do telespectador para a
cidadania. Têm programações da
maior repercussão. Cada "Roda Viva" gera pauta para dezenas de jornais e TVs privadas.
A programação infantil da Cultura, da TVE do Rio e mesmo do Pará
é a mais premiada do mundo. A
TVE da Bahia, pela primeira vez na
história, divulga o Carnaval negro
da periferia, e não o camarote das
oligarquias artísticas e políticas.
TV pública não se confunde com
TV estatal. Cada uma tem seu lugar,
segundo a Constituição. Comentarista sensível, Motta deve aprender
isso. Está convidado para o Fórum
Nacional de Televisão Pública, em
abril, em Brasília. Certamente defenderá R$ 250 milhões para a produção de programas de qualidade
ainda melhor. Assim como as sociedades e governos dão para a BBC,
inglesa, para a NGK, japonesa, e para a PBS, norte americana."
JORGE DA CUNHA LIMA, presidente da Abepec
-Associação Brasileira de Emissoras Públicas de
Televisão (São Paulo, SP)
Resposta do colunista Nelson
Motta - As perguntas de quem
paga a conta continuam sendo:
quanto custa cada uma dessas
televisões e por quanta gente
são assistidas? Não adianta aumentar a qualidade dos programas se eles são vistos por tão
pouca gente que não valem os
custos para colocá-los no ar. Seria mais barato dar comida e
computadores.
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