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A BOLSA REGRIDE
A Bovespa está encolhendo.
Reportagem da Folha mostrou
que o número de empresas listadas
caiu de 550, em 1996, para 450, em
março deste ano, o que é equivalente
ao número do início dos anos 80.
Segundo analistas, as empresas estariam deixando o mercado acionário nacional por conta, entre outros
motivos, da queda do valor das
ações, dos elevados custos de manter
uma empresa de capital aberto e das
privatizações e fusões, que reforçaram o papel de empresas estrangeiras com capital aberto no exterior.
Nessas circunstâncias, empresas
estrangeiras, por exemplo, estariam
aproveitando o valor depreciado de
suas ações para recomprá-las (fechar
capital) e concentrar a obtenção de financiamentos em mercados internacionais mais poderosos.
Esse movimento se tornou praticamente inevitável com o avanço da
globalização. No entanto, os grandes mercados acionários no exterior
não estão disponíveis para empresas
menores, pouco conhecidas e com
menor capacidade de arcar com os
custos de operações internacionais.
Assim, o mercado acionário doméstico continuará sendo importante se conseguir contribuir para financiar o crescimento de empresas de
menor porte.
Esse mercado será mais eficiente
quanto mais investidores e empresas
estiverem interessados em participar
do mercado acionário nacional. Por
isso a aprovação da nova Lei das S.A.
(que busca, por exemplo, incentivar
a pulverização das ações através de
mecanismos de proteção aos acionistas minoritários), a aproximação
das regras internas ao padrão internacional e a redução dos custos de
abertura de capital são mudanças
que precisam ser consolidadas. Ademais, a queda dos juros e o crescimento econômico são fatores essenciais para também aumentar a atratividade das ações no Brasil.
Esse é o caminho para que o país
crie as melhores condições para que
seu mercado acionário se desenvolva
a despeito de prováveis limitações.
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