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São Paulo sem energia
POR INICIATIVA do governo do
Estado de São Paulo, veio a
público nesta semana que
falhas recentes na distribuição
de eletricidade podem ser sintomas de um problema mais grave,
e não incidentes sem relação entre si. De uma reunião da Secretaria de Energia com o Operador
Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) saiu o diagnóstico de que
são necessárias 14 obras na rede
transmissora para afastar o risco
de um apagão.
Causa espanto saber que apenas 6 das 14 obras têm leilões
previstos -para junho. Pior, não
ficariam prontas em menos de
dois anos, admitiu a secretaria
estadual. Isso porque são prioritárias para aliviar o "sobrecarregado" sistema de transmissão
paulista, que tem como pontos
nevrálgicos algumas de suas regiões mais desenvolvidas. Imagine-se se não o fossem.
A explicação para tanto atraso
em obras de urgência óbvia, segundo o governo estadual, estaria num certo "descompasso"
entre identificação do problema
e autorização dos órgãos reguladores federais para realizar as intervenções. Soa como um eufemismo para morosidade ou
omissão do ONS e da Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica). Com efeito, ontem o
ONS anunciou que as oito obras
não incluídas em leilão estarão
dele dispensadas, por seu caráter
emergencial.
Duas obras, ressalva o ONS,
não deslancham por falta de licença ambiental da Cetesb,
agência paulista. E a própria secretária Dilma Pena já defendeu
que o Estado deve articular os
agentes envolvidos para eliminar entraves e dar equilíbrio ao
processo de geração, transmissão e distribuição de energia.
A disposição atual para encarar o problema é bem-vinda. Mas
não isenta o PSDB, que comanda
o governo paulista desde 1995, de
co-responsabilidade na imprevidência dos reguladores.
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