São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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São Paulo sem energia

POR INICIATIVA do governo do Estado de São Paulo, veio a público nesta semana que falhas recentes na distribuição de eletricidade podem ser sintomas de um problema mais grave, e não incidentes sem relação entre si. De uma reunião da Secretaria de Energia com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) saiu o diagnóstico de que são necessárias 14 obras na rede transmissora para afastar o risco de um apagão.
Causa espanto saber que apenas 6 das 14 obras têm leilões previstos -para junho. Pior, não ficariam prontas em menos de dois anos, admitiu a secretaria estadual. Isso porque são prioritárias para aliviar o "sobrecarregado" sistema de transmissão paulista, que tem como pontos nevrálgicos algumas de suas regiões mais desenvolvidas. Imagine-se se não o fossem.
A explicação para tanto atraso em obras de urgência óbvia, segundo o governo estadual, estaria num certo "descompasso" entre identificação do problema e autorização dos órgãos reguladores federais para realizar as intervenções. Soa como um eufemismo para morosidade ou omissão do ONS e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Com efeito, ontem o ONS anunciou que as oito obras não incluídas em leilão estarão dele dispensadas, por seu caráter emergencial.
Duas obras, ressalva o ONS, não deslancham por falta de licença ambiental da Cetesb, agência paulista. E a própria secretária Dilma Pena já defendeu que o Estado deve articular os agentes envolvidos para eliminar entraves e dar equilíbrio ao processo de geração, transmissão e distribuição de energia.
A disposição atual para encarar o problema é bem-vinda. Mas não isenta o PSDB, que comanda o governo paulista desde 1995, de co-responsabilidade na imprevidência dos reguladores.


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