São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002 |
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PAINEL DO LEITOR Negócios "Tomo a liberdade de sugerir que, a partir de agora, todo o noticiário sobre Fórmula 1, Ferrari, Barrichello e que tais seja publicado no caderno Dinheiro, e não mais no caderno Esporte, já que vimos tratar-se muito mais de negócio do que de esporte." Sérgio D. Coutinho (Belo Horizonte, BH) Carajás "A reportagem sobre o julgamento dos acusados pelo massacre dos sem-terra em Eldorado do Carajás ("Coronel culpa governador pelas 19 mortes em Carajás", Brasil, pág. A10, 15/5) revela o descaso do governo em relação à punição dos envolvidos na tragédia. O confronto ocorreu em 1996, e só agora alguém é condenado. O jogo de empurra-empurra é constante entre os acusados, e quem continua sendo prejudicado nessa história são os sem-terra, que sofrem a humilhação de não ter um pedaço de terra para viver dignamente em um país de enormes dimensões. Até quando essa impunidade prevalecerá nos tribunais brasileiros? A nação brasileira aguarda essa resposta!" Marcelo Godoy Rigobello (São José dos Campos, SP) "Demorou, mas conseguiu. O MST, dos "sem-terra, sem-casa e sem-banco", derrotou a Polícia Militar brasileira. Infelizmente, a PM, na pessoa do coronel Pantoja, sem antecedentes criminais e com uma vida toda dedicada ao trabalho, vem a ser condenada pela própria sociedade que defende. Como é possível que um júri composto por civis que nada sabem das vicissitudes do dia-a-dia enfrentado pelo soldado -que deixa mulher e filhos em casa sem saber se voltará ao lar- possa ter conhecimento e isenção de ânimo para tal mister? Como é possível a decisão se dois peritos oficiais se contradisseram radicalmente no aprofundamento das provas? Como é possível, se quem determinou a ação foi o governador do Estado? É triste, muito triste." José Celso Pereira Cardoso, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo (São João da Boa Vista, SP) Oposição "Chega a ser indecente a forma como Delfim Neto (PPB-SP) se refere a questões da maior importância para o Brasil. De forma mesquinha, ele nem se constrange em dizer (coluna de Elio Gaspari, Brasil, pág. A14, 12/5) que irá se divertir muito em fazer oposição ao PT, como se não estivesse em jogo o destino de toda uma nação com 170 milhões de cidadãos. É muita irresponsabilidade de uma pessoa de quem se espera um mínimo de decência." Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF) Casamento homossexual "Vi com espanto nos jornais o sr. presidente da República posar para fotógrafos com a bandeira do movimento gay. Como se não bastasse, o sr. Fernando Henrique Cardoso acrescenta a isso uma pressão sobre os nossos legisladores para que aprovem o projeto da então deputada pelo PT Marta Suplicy sobre a união civil dos homossexuais. Será que o sr. presidente da República se esquece de que, favorecendo a união contra a natureza criada por Deus, acaba criando outra discriminação, isto é, a dos brasileiros honrados?" João Carlos B. Luzitano (Rio de Janeiro, RJ) Volta olímpica "Assistindo pela TV à comemoração do elenco do Corinthians em Brasília pela conquista da Copa do Brasil sobre o Brasiliense, notei a falta do juiz do primeiro jogo das finais na volta olímpica dos jogadores. Deve ser por causa da suspensão que ele recebeu." Benedito José Passarelli (São Paulo, SP) Clareza e coerência "O senhor Armínio Fraga foi infeliz em suas declarações à Rede Globo. Ficou evidente o caráter eleitoreiro (referendado pelo tratamento dado pela emissora, que repetiu insistentemente a reportagem em seus telejornais) de suas palavras. Se o "mercado" (leia-se especuladores internacionais) está inseguro, pode ser devido ao retrocesso experimentado pelo nosso país nestes últimos oito anos. Éramos a oitava economia do mundo e caímos para abaixo da décima. Éramos a maior economia da América Latina e perdemos a posição para o México. O Produto Interno Bruto cresceu abaixo das nossas necessidades mínimas. O PIB per capita encolheu, a dívida quase triplicou. Vendemos praticamente todos os nossos ativos. Apagão, tarifaço, retrocesso nos investimentos em infra-estrutura, serviços privatizados campeões em reclamações nos Procons. Estamos vendendo (na surdina) o que sobrou de nossas estatais, só que agora estamos vendendo em Nova York. Se falta clareza ou coerência a alguém, esse alguém não é da oposição." Mario Lobato da Costa (Curitiba, PR) Direitos humanos "É de estranhar a preocupação de FHC em implantar o Programa de Direitos Humanos 2, faltando oito meses para terminar o governo -ainda assim, a maioria das propostas serão para o próximo presidente efetuar. São reivindicações antigas dos movimentos sociais e devemos nos perguntar por que não foram implementadas antes. Aumentam mais as minhas dúvidas sobre o real empenho do governo em relação aos direitos humanos quando me lembro de que, há algumas semanas, o mesmo FHC vetou um projeto de lei para a implantação do programa de orientação sexual e prevenção de drogas em todas as escolas públicas de 1º e de 2º graus do país." Dulce Xavier (São Bernardo do Campo, SP) Pesquisas "Gostaria de manifestar minha estranheza e insatisfação pelo grande espaço editorial gasto para analisar pesquisas a respeito de uma eleição que vai ocorrer daqui a quatro meses. Tais "pesquisas" devem ter necessariamente aspas, porque não refletem sequer uma tendência, já que são feitas prematuramente. Tanto espaço até as eleições poderia ser muito mais adequado e produtivo se fosse utilizado para debater os problemas nacionais, com entrevistas com pessoas de alto nível e técnicos apolíticos, de forma a aumentar o nível de exigência dos nossos eleitores e a aclarar as inteligências a respeito dos grandes temas nacionais. Além disso, essas "estatísticas" podem ser perniciosas na medida em que podem precipitar -em muitas pessoas não suficientemente esclarecidas- uma definição ainda imatura e também induzir os candidatos a partir para posições demagógicas." Sergio Falconi (São Paulo, SP) Texto Anterior: Jair Meneguelli: Um país mais justo e solidário Próximo Texto: Erramos Índice |
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