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LIMITES DO FMI
Expira em setembro o atual
acordo entre o governo e o Fundo Monetário Internacional. Embora
o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, tenha declarado que o
compromisso só será renovado "se
for necessário", tudo sugere que dificilmente o governo deixará de fazê-lo. A economia brasileira ainda não
criou, ao que parece, as condições
para fechar suas contas sem o amparo do Fundo, menos ainda num cenário internacional que se afigura incerto, para dizer o mínimo.
Na realidade, o governo já conta
com a possibilidade do novo acordo
e está sistematizando uma proposta
para que as condições sejam menos
draconianas do que as atuais, que
impõem graves obstáculos ao investimento governamental.
Ao fixar parâmetros para o endividamento público (que envolve governos federal, estaduais e municipais),
o acordo com o FMI gera uma série
de constrangimentos internos que,
muitas vezes, revelam-se irracionais.
É o caso, por exemplo, dos limites
impostos aos investimentos de empresas estatais, que são computados
como gasto público, podendo comprometer a meta de superávit. O próprio governo do presidente Fernando Henrique Cardoso já se batia contra essa regra.
O ministro Antonio Palocci declarou ao jornal "Valor" que as próximas discussões com o Fundo precisam "aperfeiçoar esses parâmetros".
A criação de novos critérios também
foi defendida pelo senador Aloizio
Mercadante (PT-SP).
O Brasil tem cumprido mais do que
à risca as metas dos últimos acordos.
Especialmente na dura questão do
superávit primário das contas públicas, os resultados têm sido sistematicamente acima do valor estabelecido. Com esse histórico, e diante das
necessidades prementes de que se
melhore a capacidade de investimento público, parece realista que as normas mudem. Seria salutar tanto para
o país como para a imagem do FMI.
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