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Editoriais
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Dólar fraco
A VALORIZAÇÃO continuada
do real em relação ao dólar enseja manifestações
diversas a respeito do patamar
inadequado da taxa de câmbio.
Desde o início do ano, a moeda
nacional já se valorizou quase
20% em relação à divisa norte-americana.
É preciso considerar, contudo,
que durante a fase mais aguda da
crise econômica mundial, que
eclodiu no segundo semestre do
ano passado, o real foi uma das
moedas que mais haviam se desvalorizado em relação ao dólar.
Além disso, o movimento de
queda do dólar não é um fenômeno do mercado de câmbio
brasileiro, tendo sido verificado
em relação às moedas da maior
parte dos países.
O fato é que a economia brasileira exibe condições um pouco
melhores de retomada do crescimento, o que tem atraído investidores estrangeiros ao país e
contribuído para a apreciação do
real. Decerto uma nova redução
dos juros básicos domésticos,
que ainda estão mais elevadas do
que na maior parte dos países,
valeria como desestímulo para a
entrada de capital estrangeiro.
O movimento de queda da Selic, vale lembrar, já esbarra no piso da taxa de juros doméstica, representado pela caderneta de
poupança. A entrada de capital
estrangeiro para investimento
no mercado financeiro brasileiro, no período recente, está predominantemente associada a
aplicações em títulos privados,
como as ações.
Violentas oscilações do dólar
são, sem dúvida, prejudiciais à
gestão financeira das empresas,
mas no atual cenário o Banco
Central adota estratégia adequada para lidar com a questão. O
BC ampliou suas aquisições de
dólar à vista, o que atenua o efeito de queda da moeda norte-americana e amplia o colchão representado pelas reservas internacionais -política que já se
mostrou eficaz para mitigar o
impacto de crises financeiras
globais no ambiente doméstico.
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