São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Editoriais

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Dólar fraco

A VALORIZAÇÃO continuada do real em relação ao dólar enseja manifestações diversas a respeito do patamar inadequado da taxa de câmbio. Desde o início do ano, a moeda nacional já se valorizou quase 20% em relação à divisa norte-americana.
É preciso considerar, contudo, que durante a fase mais aguda da crise econômica mundial, que eclodiu no segundo semestre do ano passado, o real foi uma das moedas que mais haviam se desvalorizado em relação ao dólar. Além disso, o movimento de queda do dólar não é um fenômeno do mercado de câmbio brasileiro, tendo sido verificado em relação às moedas da maior parte dos países.
O fato é que a economia brasileira exibe condições um pouco melhores de retomada do crescimento, o que tem atraído investidores estrangeiros ao país e contribuído para a apreciação do real. Decerto uma nova redução dos juros básicos domésticos, que ainda estão mais elevadas do que na maior parte dos países, valeria como desestímulo para a entrada de capital estrangeiro.
O movimento de queda da Selic, vale lembrar, já esbarra no piso da taxa de juros doméstica, representado pela caderneta de poupança. A entrada de capital estrangeiro para investimento no mercado financeiro brasileiro, no período recente, está predominantemente associada a aplicações em títulos privados, como as ações.
Violentas oscilações do dólar são, sem dúvida, prejudiciais à gestão financeira das empresas, mas no atual cenário o Banco Central adota estratégia adequada para lidar com a questão. O BC ampliou suas aquisições de dólar à vista, o que atenua o efeito de queda da moeda norte-americana e amplia o colchão representado pelas reservas internacionais -política que já se mostrou eficaz para mitigar o impacto de crises financeiras globais no ambiente doméstico.


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