|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VAGUINALDO MARINHEIRO
Assim é, se lhe parece
SÃO PAULO - Pesquisas de intenção de voto são sempre lidas de
acordo com o gosto do freguês. Não
será diferente com os números do
Datafolha sobre a corrida presidencial divulgados ontem pela Folha.
No Planalto, muitos devem estar
soltando fogos com o fraco desempenho de Marina Silva. Podem
acreditar que ela não irá insistir numa candidatura tendo obtido apenas 3% dos votos.
Já os partidários da senadora devem ter ficado frustrados, mas 3%
para quem ainda nem é pré-candidata não é pouca coisa. A própria
Dilma Rousseff apareceu com 3%
em março de 2008, quando o Datafolha a colocou pela primeira vez na
lista de presidenciáveis.
Além disso, se é pouco provável
que Marina tenha fôlego para crescer e ameaçar os da ponta, é quase
certo que tem potencial para subir
e atrapalhar principalmente Dilma.
No caso de Ciro Gomes, ele próprio e seu partido ganharam argumentos para dificultar a negociação
com o presidente Lula, que quer
que o ex-ministro deixe a disputa
pelo Planalto e atrapalhe os tucanos na eleição paulista.
A candidatura Ciro não está naufragando, como gostaria o presidente. Na verdade, ele continua colado a Dilma nos cenários mais prováveis.
Por que, então, abriria mão dessa
disputa com maior visibilidade para embarcar em outra na qual tem
menos chances (em São Paulo, seus
percentuais de intenção de voto são
menores)? Só com a promessa de
uma recompensa muito boa.
No núcleo tucano, também há razões para otimismo e pessimismo.
Dilma parou de subir, o que é bom.
Mas Marina (de novo ela) não causou o estrago que alguns esperavam, o que é ruim.
Já Serra ficou estável (oscilou um
ponto para baixo no cenário em
que é possível fazer comparação
com a pesquisa anterior, de maio),
o que não é de todo ruim. Mas o governador continua com trajetória
de queda (é a segunda pesquisa em
que aparece com percentual inferior ao anterior), o que é bem ruim.
vmarinheiro@uol.com.br
Texto Anterior: Editoriais: Dólar fraco
Próximo Texto: Brasília - Fernando Rodrigues: A incerteza sobre Dilma Índice
|