São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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VAGUINALDO MARINHEIRO

Assim é, se lhe parece

SÃO PAULO - Pesquisas de intenção de voto são sempre lidas de acordo com o gosto do freguês. Não será diferente com os números do Datafolha sobre a corrida presidencial divulgados ontem pela Folha.
No Planalto, muitos devem estar soltando fogos com o fraco desempenho de Marina Silva. Podem acreditar que ela não irá insistir numa candidatura tendo obtido apenas 3% dos votos.
Já os partidários da senadora devem ter ficado frustrados, mas 3% para quem ainda nem é pré-candidata não é pouca coisa. A própria Dilma Rousseff apareceu com 3% em março de 2008, quando o Datafolha a colocou pela primeira vez na lista de presidenciáveis.
Além disso, se é pouco provável que Marina tenha fôlego para crescer e ameaçar os da ponta, é quase certo que tem potencial para subir e atrapalhar principalmente Dilma.
No caso de Ciro Gomes, ele próprio e seu partido ganharam argumentos para dificultar a negociação com o presidente Lula, que quer que o ex-ministro deixe a disputa pelo Planalto e atrapalhe os tucanos na eleição paulista.
A candidatura Ciro não está naufragando, como gostaria o presidente. Na verdade, ele continua colado a Dilma nos cenários mais prováveis.
Por que, então, abriria mão dessa disputa com maior visibilidade para embarcar em outra na qual tem menos chances (em São Paulo, seus percentuais de intenção de voto são menores)? Só com a promessa de uma recompensa muito boa.
No núcleo tucano, também há razões para otimismo e pessimismo. Dilma parou de subir, o que é bom.
Mas Marina (de novo ela) não causou o estrago que alguns esperavam, o que é ruim.
Já Serra ficou estável (oscilou um ponto para baixo no cenário em que é possível fazer comparação com a pesquisa anterior, de maio), o que não é de todo ruim. Mas o governador continua com trajetória de queda (é a segunda pesquisa em que aparece com percentual inferior ao anterior), o que é bem ruim.

vmarinheiro@uol.com.br


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