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Mais energia e eficiência
EDISON LOBÃO , titular do Ministério de Minas e Energia,
surpreendeu há poucos dias
até os mais entusiasmados defensores da geração de energia
elétrica de fonte termonuclear.
Em visita à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), o ministro afirmou que o governo federal prevê
instalar 50 usinas nucleares em
50 anos. Isso depois de concluir
Angra 3, em 2014, e de construir
outras quatro já previstas no Plano Nacional de Energia 2030.
Tendo em vista que foram necessárias três décadas para pôr
em operação as duas usinas de
Angra, seria um desempenho e
tanto. Lobão parece seguro de
que a opção do governo Lula pela
energia nuclear será mantida e
até aprofundada pelas próximas
administrações.
No órgão de planejamento de
seu próprio ministério, contudo,
o cenário é outro. A Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), que
coordenou o PNE 2030, projeta
um potencial máximo de 25 unidades termonucleares no país.
Mesmo esse contingente soa
otimista demais. A expansão das
usinas nucleares é necessária e
desejável, mas é preciso ressaltar
que essa fonte continuará a ter
peso minoritário na matriz energética do país. Isso porque o potencial hidrelétrico, por exemplo, está longe de ser esgotado.
A alternativa mais óbvia, em
curto prazo, é promover a eficiência energética. Estima-se na
EPE um potencial de 10% a 20%
de redução no consumo com medidas de conservação de energia,
da utilização de equipamentos
mais eficientes na indústria à
substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes.
Pouco se ouve falar desse tipo
de providência. O país já conta há
décadas com programas isolados
de conservação, como o Procel
(etiquetagem indicadora de baixo consumo por aparelhos). Falta, contudo, uma ação ambiciosa
e abrangente.
Encontra-se em gestação no
Ministério de Minas e Energia,
desde 2004, um Plano Nacional
de Eficiência Energética. Deveria ser finalizado em dezembro
próximo. Seria bom ouvir o ministro falar sobre isso com igual
entusiasmo.
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