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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Said
"Os artigos de Boaventura de Sousa Santos ("Said, o intelectual e a causa') e de Olavo de Carvalho ("Orgulhosa ostentação de inépcia'), publicados em 14/10 ("Tendências/Debates'), demonstram exemplarmente o confronto de duas visões de mundo. Ao observar os estilos e as diferenças, compreendemos um pouco mais a realidade política internacional. Said era um intelectual de uma causa clara e objetiva: a construção da paz real e possível entre dois povos. Ele defendia idéias, tateava saídas para um mundo melhor. Olavo de Carvalho e Nelson Ascher preferem as barricadas que atiram, difamam e confrontam. Cúmplices de um mundo triste, violento e arrogante."
Carlos Muanis (São Paulo, SP)

 

"Mestre Olavo de Carvalho foi insuperável ao tirar a máscara dos intelectuais que assinaram o ridículo manifesto de repúdio às verdades escritas pelo sr. Nelson Ascher em 29/9 (Ilustrada). A impressão digital ideológica dos signatários que contestaram o artigo do sr. Nelson Ascher sobre o finado escritor e militante político Edward Said não deixa dúvidas: o senhor Ascher tem razão."
Alexandre de Macedo Marques (São Paulo, SP)

Asma Jahangir
"Sobre o comentário feito pelo colunista Janio de Freitas, na edição de 12/10 (Brasil, pág. A5), a respeito da passagem da senhora Asma Jahangir, representante das Nações Unidas, por São Paulo, gostaria de esclarecer que a relatora da ONU foi recebida em audiência no Palácio dos Bandeirantes pelo vice-governador, Cláudio Lembo, no dia 20/9. Naquele dia, o governador Geraldo Alckmin se encontrava em Rondônia, participando de reunião de governadores para tratar, entre outras coisas, do projeto de reforma tributária em discussão no Senado."
Luiz Salgado Ribeiro, secretário de Comunicação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

800%
"A notícia, embora minúscula, de que, no Brasil, o "spread" bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado e o que eles cobram para emprestá-lo aos clientes) é próximo de 800% (Dinheiro, pág. B6, 16/ 10) evidencia claramente a serviço de quais interesses está a política econômica do PT. Gostaria apenas de lembrar ao governo federal que ele foi eleito para atender aos reclamos do povo. Enquanto isso, o BC assiste de camarote a essa agiotagem institucionalizada sem tomar nenhuma atitude. Aliás, gostaria de dizer à Febraban, em resposta à justificativa dos juros altos apresentada na mesma reportagem, que qualquer cidadão que tenha acesso aos jornais e que se interesse pelos problemas do país sabe muito bem que o governo já reduziu recentemente o depósito compulsório de 61% para 45%. Não obstante, os juros continuam estratosféricos."
Hugo Frederico Vieira Neves (Florianópolis, SC)

Transportes
"Gostaria de fazer algumas considerações sobre a nota "A lógica de cada um" ("Painel", Brasil, pág. A4, 14/10). A escolha dos ministros de Estado cabe apenas à equipe do governo federal e ao presidente da República. Aos partidos cabe indicar possíveis nomes para ocupar esses cargos ministeriais, que são escolhidos dentro de seus diretórios. Nesse sentido, quero esclarecer que, apesar de ser honroso o cargo, não existe nenhuma articulação de minha parte para assumir o Ministério dos Transportes ou qualquer outro cargo. Continuo trabalhando em minhas atividades parlamentares e pronto para colaborar com o meu Estado -Mato Grosso-, com o Brasil e com meu partido, o PL. Finalmente, gostaria de registrar o meu respeito pelo ministro de Estado dos Transportes, Anderson Adauto." Welinton Fagundes, deputado federal -PL-MT (Brasília, DF)

Para todos
"Está na hora de o Ministério das Comunicações acabar com as exclusividades dos canais de TV na transmissão de jogos de futebol, do Carnaval nos Estados e dos desfiles de escolas de samba. Esses eventos são populares e deveriam ser transmitidos por todos os canais -como acontece com os jornais impressos. Liberando todos os eventos ditos populares, o ministério diminuiria o poder do ibope, grande culpado pela baixa qualidade da programação da nossa TV."
Orlando F. Júnior (São Bernardo do Campo, SP)

Armas
"Tá legal. Pela enésima vez a Folha deixa clara em editorial a posição do jornal em relação ao controle de armas. O que eu gostaria mesmo de ver seria o compromisso da Folha e de seus editores para com os leitores em relação a fazer um possível futuro ato de mea-culpa ou qualquer outro tipo de constrição caso essa balela do desarmamento civil não diminua as estatísticas da violência reinante. Ou pior. Se a violência aumentar com o desarmamento civil, teremos algum editorial da Folha voltando atrás em sua equivocada posição para nos dizer "Ops, estávamos errados. Falha nossa'?"
Paulo Boccato (Bauru, SP)

Morte
O professor e escritor Rubem Alves ("Sobre a morte e o morrer", "Tendências/Debates", 12/10) sem dúvida soube tornar-se um sábio com o chegar dos anos. E, para nós, médicos, é muito importante ouvir as suas palavras, que ecoam como representantes da palavra do povo, ou seja, da palavra de Deus. Realmente, em muitos casos, a medicina não entende isso. E o sentimento de "consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que frequentemente se dá o nome de ética" deveria ser revisto. O médico, temendo mudar aquilo que a natureza quer, pode cometer alguns enganos ou erros e prolongar a vida sofrida e indesejável. Nossa mente fica muitas vezes toldada por nós mesmos e por alguns familiares que querem a vida a qualquer preço, mesmo que custe o sofrimento do paciente. Muitos não entendem que a vida um dia acaba para todos nós e que é justo que acabe sem sofrimento. A visão clara e magnífica de Rubem Alves de que a morte faz parte da vida, algumas vezes não é aceita pela família."
Luiz Fernando Pinheiro Franco, professor-doutor, presidente do Capítulo de São Paulo da Academia Brasileira de Neurocirurgia (São Paulo, SP)

4%
"Conforme noticiou Carlos Heitor Cony ("Assim não dá", Opinião, pág. A2, 15/10), depois de mais de nove meses de mandato, finalmente alguma coisa sensata é pronunciada pelo presidente Lula: "Não fizemos 1% do que propusemos", resumiu o presidente. Estaria ainda mais correto se reconhecesse que não foi feito 1% do que foi prometido no calor da campanha. Admitindo que até o fim do ano o governo PT consiga completar 1% de suas promessas, podemos presumir que, ao final dos quatro anos de mandato, o governo do PT terá realizado 4% de suas promessas."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)


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