São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Pluralidade
"Para nós, é um motivo de orgulho poder contar diariamente com um veículo de comunicação como a Folha, sempre preocupada com a verdade dos fatos e com a pluralidade de opiniões, colaborando na construção de uma democracia que resulte em igualdade de oportunidades e melhores condições de vida para todos."
Zilda Arns Neumann, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, representante da CNBB no Conselho Nacional de Saúde e conselheira do Comunidade Solidária (Curitiba, PR)

Apreço
"Comemoro com todo o Brasil os 80 anos da Folha. Foram lutas, acertos, até desacertos, mas o êxito é indiscutível, e a solidariedade dos públicos paulista e brasileiro é insofismável."
Antonio Carlos Magalhães, senador pelo PFL-BA (Salvador, BA)

Sem contemplação
"A Folha traz o que é no nome: não é ponto de vista, que é fixo, mas um olhar, que é móvel. Gosto dessa particularidade que Alfredo Bosi aponta no português, e só no português: o nexo entre o olho, órgão receptor, e o movimento em busca de informações e significados, que é o olhar. Essa singularidade da nossa língua se aplica como uma luva à Folha: ela não contempla, enxerga ou considera a partir de uma perspectiva; ela olha, e sem contemplação. Sua linha editorial é a de estar de olho nos eventos e acontecimentos, que, regra geral, o jornal não vê com indulgência, ou seja, com bons olhos. Daí a vivacidade crítica da Folha e a sua busca de sintonia com o pluralismo dos movimentos da opinião pública, com os olhares que fazem a sensibilidade e a opinião brasileiras. Por isso a Folha não mede, exprime. Não analisa, critica. Essa é a chave do seu sucesso e da sua repercussão na vida nacional durante estes 80 anos que celebram os seus leitores -evidentemente de olho na Folha."
Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores (Brasília, DF)

A serviço do Brasil
"Nestas décadas todas, a Folha fez por merecer o slogan que ostenta na sua Primeira Página. É realmente um jornal a serviço do Brasil."
Henrique de Campos Meirelles, presidente mundial do BankBoston (São Paulo, SP)

Segurança Futebol Clube
"Na minha opinião, o cargo de secretário de Segurança Pública deveria ser igual ao de técnico de time de futebol. Quando a coisa não anda bem no time, troca-se o técnico."
Paulo Augusto Breseghelo Braun (São José do Rio Preto, SP)

Jogo bom
"O conchavo PMDB/PSDB para as eleições da Câmara e do Senado, além de desmoralizar as Casas e os nossos representantes no Congresso, abriu um flanco na retaguarda do governo. A oposição deve explorá-lo em 2002. A manobra custará caro, pela desastrada culatra de ter os inimigos ACM e Tasso engrossando o coro dos descontentes e concordando que FHC é mesmo a cara de Jader. Ciro sorri levemente, enquanto o PT tenta mostrar serviço. O jogo vai ser bom."
Marcílio Godoi (São Paulo, SP)

Herbert
"É lastimável a cobertura que algumas revistas e meios de comunicação vêm dando ao acidente de Herbert Vianna. Ele já foi chamado de drogado, já foi "morto" e foi comparado a Cazuza e Renato Russo, fora o sensacionalismo em torno dos seus últimos momentos com a mulher, Lucy. Chegou até a ser acusado pelo acidente. A imprensa brasileira regride a cada dia. Parabéns à Folha pela sinceridade e senso de humanidade na cobertura do caso."
Rafael Michalawski (São Paulo, SP)

Velha imprensa
"Emir Sader, no artigo "Porto Alegre: o velho e o novo" ("Tendências/Debates, pág. A3, 16/2), sobre a cobertura da imprensa no Fórum Social Mundial, chamou a atenção para a "velha imprensa", que continua correndo atrás do exótico, do sensacionalista, apegada às "grandes" personalidades, alimentando a alienação popular com velhos clichês, "gerados pela própria mídia", como diz Sader. Em Porto Alegre, a imprensa só conseguiu enxergar o velho, porque está atrelada à globalização excludente e não tem interesse em mostrar que "um outro mundo é possível"."
Moacir Gadotti, professor da USP e diretor do Instituto Paulo Freire (São Paulo, SP)

Inadimplência
"Os comerciantes fazem uma grande choradeira devido à inadimplência de seus fregueses. E tome aumento de juros para compensar as perdas. As causas, segundo dizem, vão do "descuido" e imprevidência de vendedores e compradores ao calote puro e simples. Mas a inadimplência se deve à insuficiência de fundos e ao não-pagamento de cheques pré-datados. E esta é a forma preferida de onze entre dez comerciantes para as vendas a prazo. E aí está o "x" da questão. Por experiência própria, afirmo que nenhum comerciante abre mão da fórmula. Acena-se com o dinheiro vivo, com desconto, mas, invariavelmente, eles preferem os cheques. E são premiados com a famigerada inadimplência. É o prêmio da ganância."
Antonio Maldonado Baena (Uberlândia, MG)

Canadá
"A guerra comercial entre Brasil e Canadá mostra a verdadeira face da globalização e do liberalismo econômico. Os países subdesenvolvidos abrem seus mercados para os países desenvolvidos, mas estes não abrem suas fronteiras para os produtos em que somos competitivos, como produtos agrícolas, carne, aço e aviões. Ou seja, o liberalismo é bom, mas apenas abaixo da linha do Equador. Globalização sim, mas apenas dos nossos mercados."
Cristiano Rezende Penha (Campinas, SP)

Holocausto
"Em resposta à carta do sr. Passam Fatayer ("IBM e Holocausto", "Painel do Leitor", 15/2), gostaria de informar que não há na face da terra dinheiro suficiente que pague as vidas ceifadas no Holocausto. E esse argumento de "organização sinistra" é apenas uma forma de tentar legitimar o anti-semitismo."
Sophia Charnis (São Paulo, SP)

"Salvo melhor juízo, a assinatura da carta "IBM e Holocausto" empresta-lhe um certo sabor anti-judaico. O subscritor é, sem dúvida, de doutrina islâmica e a forma como o pensamento é conduzido, muito suspeito. É evidente que toda obra humana é questionável, mas não com radicalismos. O fato de o livro ter sido lançado só agora não comporta suspeição alguma, salvo posicionamentos preconceituosos. Talvez só agora o ator tenha "amadurecido" dados para sua publicação. O que se dizer, então, se alguém escrever sobre a Inquisição ou outro tema mais antigo, como, por exemplo, "A Vida Sexual do Homem de Neanderthal". É suspeito? Shalom, sr. Fatayer."
Edson de Arruda Câmara (Recife, PE)


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