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PACIFISMO GLOBAL
A oposição à guerra contra o
Iraque levou, no último fim de
semana, milhões de pessoas às ruas
em todo o mundo. Foi o maior protesto coletivo na história da humanidade. Houve manifestações em mais
de 600 cidades espalhadas por 60
países. Em certas regiões do hemisfério Norte, a população enfrentou
temperaturas de até -30C.
Na Europa, as manifestações que
reuniram mais pessoas foram as que
ocorreram em países cujos governos
apóiam os EUA em seus intentos bélicos. Em Londres, entre 750 mil e 2
milhões marcharam contra a guerra.
Na Espanha, houve protestos em várias cidades, mas os de Madri e Barcelona podem ter contado, cada um
deles, com mais de 1 milhão de manifestantes. Em Roma, os números
variam entre 1 milhão e 3 milhões.
Mesmo nos EUA, onde desde o 11
de setembro andavam escassos gestos de oposição ao governo Bush, entre 250 mil e 400 mil foram às ruas de
Nova York. A temperatura era de
-4C, e um forte esquema de segurança atrapalhou a organização.
No Brasil, um público um pouco
mais modesto -calculado em alguns milhares- compareceu às várias manifestações que ocorreram
nas principais cidades do país.
Infelizmente é pouco provável que
o inédito esforço de mobilização global demova Bush e seus aliados da
intenção de depor Saddam Hussein
"manu militari". Ao que parece, os
preparativos para a guerra continuam a todo o vapor. Ainda assim,
iniciativas pacifistas devem ser mantidas e até ampliadas. A oposição da
opinião pública mundial ao conflito
torna-se, na pior das hipóteses, um
elemento que Bush e sobretudo seus
acólitos europeus precisam considerar em seus cálculos políticos.
É claro que as motivações dos milhões de manifestantes variam enormemente. Mas é igualmente evidente que a maioria dessas pessoas não
foi às ruas para defender Saddam
Hussein, que é um ditador sanguinário, nem para exibir um antiamericanismo inconsequente. Os protestos
só puderam ser tão grandes pelo
mais elementar dos motivos: as razões alegadas para a guerra simplesmente não convencem.
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