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CHINESES EM WASHINGTON
Nesta semana , o líder chinês,
Hu Jintao, realiza visita oficial
aos EUA. Trata-se de um evento relevante, posto que as duas nações representam os dois pólos mais dinâmicos da economia mundial. Têm
mantido uma relação de crescente
interdependência econômica e, também, de ameaças recíprocas.
A China adota uma estratégia fundada em agressiva política de comércio exterior, na atração de investimento estrangeiro direto, com taxas
de câmbio e juros estáveis. Tornou-se centro de demanda para os produtos dos vizinhos asiáticos e para as
"commodities" agrícolas, minerais e
petróleo de todo o planeta. A indústria chinesa monta os produtos e exporta para os países desenvolvidos.
Com os EUA, o superávit comercial
chinês subiu de US$ 35,7 bilhões em
1994 para US$ 201,7 bilhões em 2005.
Os chineses acumularam reservas
internacionais estimadas em US$
820 bilhões. Tais recursos são aplicados em títulos do governo americano, o que mantém os juros baixos e
fomenta o consumo nos EUA.
O comércio estará no centro da discussão entre Hu Jintao e o presidente
dos EUA, George W. Bush. Os americanos pressionam pela valorização
do yuan, a fim de reduzir o déficit comercial e responder às pressões dos
seus sindicatos. Caso a moeda chinesa não se valorize, o Senado dos EUA
ameaça introduzir um imposto de
importação com alíquota de 27,5%
para todo produto chinês.
Respondendo às pressões americanas, o yuan passou a flutuar em torno de uma minibanda a partir de julho de 2005. A China sinalizou com a
flexibilização das restrições sobre investimentos pessoais e empresariais
no exterior. Essa flexão nas regras faz
parte da estratégia do governo chinês
para afrouxar os controles de capital
e conter as pressões por medidas
mais agressivas na esfera cambial.
Mas o ímpeto de Washington por alterações mais fundamentais na macroeconomia do parceiro asiático resiste. Daí a especial importância do
encontro entre Bush e Hu.
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